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Discussão sobre o filme “Escritores da Liberdade” com o texto de Paulo Freire “Não há docência sem discência”

Por:   •  12/6/2017  •  Dissertação  •  729 Palavras (3 Páginas)  •  3.860 Visualizações

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No filme Escritores da Liberdade, a professora se vê em uma situação que ela jamais achava que iria passar, ela tem nas mãos a turma dita mais problemática da escola. Eram jovens com vários problemas, com experiências de vida traumáticas. Ela então, com muita força de vontade, resolve adotar métodos de ensino diferenciados, tentando captar a atenção daqueles alunos para o mundo da educação.

Com isso, ela imergiu na realidade daqueles alunos, inserindo as histórias dos mesmos no contexto dos conteúdos. Como todos da turma não sabiam nem o que era Holocausto, a professora teve a brilhante ideia de introduzir a leitura de um livro bastante denso, que era o Diário de Anne Frank. Ela não subestimou a capacidade deles de compreensão do livro. Eles leram e ficaram fascinados com a história que tanto fazia sentido para eles pois se assimilava com suas realidades. Produziram seus próprios diários com relatos bastante impacto.

Desse modo, professor e aluno trabalharam juntos. A professora propondo uma leitura de um livro sobre o conteúdo abordado e os alunos trazendo para dentro da sala de aula suas experiências de vida. Portanto a professora praticou o que Paulo Freire fala em seu texto “Não há docência sem discência” do livro Pedagogia da Autonomia. Ensinar não é somente transferir um conhecimento, mas sim criar possibilidades para sua produção, sua construção.

Outro ponto do filme relacionado com Freire, é que a professora respeitou os saberes prévios dos alunos e associou com o conteúdo. Por mais que eles tivessem uma realidade difícil, na qual eram julgados por todos na escola, ela conseguiu captar a essência deles e realizar seu trabalho conjuntamente com eles.

“Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de preconceito” essa frase de Paulo Freire exemplifica o que exatamente a profesora do filme realizou. Com uma cultura de vida totalmente diferente dos seus alunos, ela não os discriminou, ao contrário, tentou entender a cultura deles, seus gostos, formas de se expressar quando trouxe uma música de um rapper para ler na aula. Não julgou suas preferências. Por mais também que a turma tinha fama na escola de que fossem marginalizados, perigosos, ela em momento algum teve receio, só procurou entende-los e respeita-los.

É nítido a relação do filme “Escritores da Liberdade” com o texto de Paulo Freire. A docente conseguiu trazer a realidade dos alunos interligando com os conteúdos. Trabalhou a criticidade, reflexão, a opinião daqueles em frente aos temas abordados.

Desse forma, pensamos a Didática numa perspectiva transformadora. Na visão de Paulo Freire a área da Didática consiste em práticas pedagógicas transformadoras. Trazendo elementos extraídos da realidade ligando-os ao trabalho pedagógico e os problematizando para que o aluno desenvolva sua criticidade. Como já explicitei, ensinar não é apenas transferir conhecimento e sim criar oportunidades para sua construção.

A Educação também fica vista como libertadora, onde no filme fica bem aparente. Para Freire a Educação é uma prática para a liberdade, é como se fosse uma porta de entrada para um novo mundo, onde o aluno tem a oportunidade de se reconhecer na sociedade. Para ele a Educação tem que despertar no discente a inquietação,

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