Educação em Museus
Por: mamacuta • 2/12/2015 • Trabalho acadêmico • 1.634 Palavras (7 Páginas) • 204 Visualizações
RESUMO
O presente trabalho refere-se a experiências vivenciadas durante a visita aos museus do Rio de Janeiro no período de 2012 a 2015. Os museus são considerados instituições caracterizadas como espaços de educação não formal, isto é, uma forma de educação que não está ligada as escolas, mas que visa complementar o trabalho das instituições escolares ou, ás vezes oferecer uma alternativa para quem não tem escolaridade alguma. Abordam alguns aspectos sobre a participação dos museus na formação da cidadania e na construção das aprendizagens, enfatizando suas contribuições nos processos educacionais. Apresenta um breve relatório das experiências vividas no 6º seminário e faz também uma reflexão sobre a atuação do professor em sala de aula no contexto das mudanças culturais e dos desafios da escola atual diante desta nova “escola” que se molda. Pretendemos com este artigo gerar discussões sobre a especificidade dos museus e da educação nessa instituição.
PALAVRA CHAVE: Educação e Comunicação nos Museus.
Introdução
As questões inerentes à relação entre as escolas e os museus e o conhecimento construido, tem sido foco de atenção de muitos profissionais que procuram enfatizar que tanto as escolas como os museus precisam acompanhar as mudanças deste novo século.
Lopes propõe que os museus colaborem com “o processo de construção do conhecimento em nossa realidade” e seja um espaço “de veiculação, produção de conhecimento, onde a convivência com o objeto –realidade natural e cultural- aponte para outros referenciais para desvendar o mundo”.
“Consideramos que os museus têm potencial para provocar uma experiência de aprendizagem que vai além da simples complementariedade do ensino escolar e que ocorre por meio de estratégias e métodos diferentes daqueles utilizados na escola”.
Atualmente, professores e profissionais dos museus num esforço conjunto, desenvolveram projetos e parcerias com a finalidade de proporcionar uma integração maior entre escola/aluno/museu. No entanto, devido às mudanças significativas verificadas ao longo do século XXI surgem dois grandes desafios: como potencializar o papel educativo dos museus no desenvolvimento da sociedade e enfatizar seu valor social num mundo cada vez mais globalizado.
O presente artigo tem por objetivo relatar às experiências vivenciadas durantes a visita a museus e discursar sobre a pungente necessidade de aliar os conhecimentos numa relação mais eficaz entre as instituições de ensino formal e os museus de maneira a promover uma educação contextualizada onde o educando tenha a possibilidade de desenvolver reflexões a respeito de que se ouve ao que se vê, estabelecendo relações que auxiliem na formação da sua identidade. Para proceder a esta investigação são apresentados, em primeiro momento, um breve histórico da transformação dos museus em instituições de comunicação e difusão do conhecimento. Posteriormente foram abordadas as principais discursões que nortearam essas mudanças, assim como reflexões sobre a relação museu/aluno/escola. Quanto á coleta de dados utilizou-se uma metodologia de pesquisa que tem como base o paradigma da abordagem exploratória com entrevistas a professores e alunos aliados a observação nas visitas aos museus. A partir dos dados coletados pode-se compreender o papel que a educação adquiriu dentro dos museus.
A sociedade vem passando por transformações significativas e concernentemente a escola vem tentando acompanhar essas mudanças. O conhecimento não é mais transmitido, mas sim um processo que se constrói na relação com o outro e com o objeto. Assim sendo, a instituição-museu é o espaço ideal para o desenvolvimento desse processo, pois são espaços de reflexos, interações, comunicação, histórias e experiências que são ao mesmo tempo educativas e divertidas.
Podemos entender que a importância dos museus não é um fato recente. Já no século XVII, filósofos e homens de letras buscavam colocar as coleções dos museus “a serviço da educação do povo” a fim de expandir as ideias iluministas. Proclamavam que só pelo conhecimento o homem poderia libertar o pensamento e os museus passam a ser um desses instrumentos de libertação. No século XIX os museus tiveram mais presente nos movimentos educacionais passando a ser vistos como apoio a aprendizagem, embora somente alguns grupos seletos usufruíssem das instituições. A partir da década de 1960, a concepção educativa das exposições em museus passa a sofrer novas influências das teorias educacionais da época, principalmente as teorias construtivistas, que prioriza o papel ativo do individuo na construção de seu próprio conhecimento. Os pensamentos dos educadores Jean Piaget (1896-1980) sobre o desenvolvimento cognitivo, de Howard Gardner (1943) sobre múltiplas inteligências, e de Paulo Freire (1921-1997) sobre a importância do diálogo no processo educativo acabaram influenciando as abordagens educativas em museus. Paulo Freire enfatizava a importância de uma educação para a cidadania, onde os museus contribuem para esta inclusão social e cultural, ampliando sua visão de mundo. Ele fala da ética, do respeito pelos saberes do educando e o reconhecimento de sua identidade cultural, a rejeição a toda e qualquer forma de discriminação, a reflexão crítica da prática pedagógica, o saber dialogar e escutar; o ser curioso e alegre no ato de educar. De acordo com Studart et al.(p.153).
“É necessário uma afirmação contínua da utilidade da instituição junto ao público, pela desmistificação de sua antiga superioridade que priorizava o erudito. Deve-se considerar o visitante enquanto sujeito ativo, social e psíquico, aceitando a permeabilidade perceptiva dos indivíduos, na medida em que cada um tem um olhar de significados diferentes”.
Mesmo sendo os museus uma ferramenta de suma importância na formação educacional de um povo o que presenciei foi um distanciamento entre os museus e os visitantes, principalmente crianças e adolescentes que tem suas vidas cercadas de tecnologias, onde tudo é muito rápido e automático. As novas tecnologias vieram para potencializar o aprendizado e contribuir, assim como os museus, para a construção do conhecimento. No entanto percebi um novo perfil nos visitantes e por isso os espaços museológicos se tornaram monótonos distantes da realidade frenética dos alunos.
Diante de um novo cenário escolar alguns museus procuram focar no público infantil buscando aprimorar e
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