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Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos

Por:   •  13/3/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.231 Palavras (17 Páginas)  •  260 Visualizações

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Os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos em Morrinhos – Go

NASCIMENTO, Ana Lúcia Ribeiro do[1] 

OLIVEIRA, Kellen Cristina dos Santos[2]

AMARAL, Marco Antônio Franco do[3]

Grupo de Trabalho: Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos

Resumo 

Esta pesquisa dispõe-se a apresentar os resultados obtidos de uma pesquisa ligada ao Programa Institucional Voluntário de Iniciação Científica – PIVIC, no qual se buscou compreender as especificidades dos alunos e professores que atuam no primeiro segmento do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na cidade de Morrinhos-Go. Esta pesquisa possui caráter qualitativo e exploratório com o cruzamento de fontes orais e impressas, ou seja, foram utilizadas fontes bibliográficas e entrevistas à comunidade escolar escolhida na pesquisa. Como aporte teórico utilizamos Freire, Ferreiro, Teberosky, Di Piero, Haddad entre outros que nos possibilitou compreender com se dão os processos de ensino-aprendizagem neste segmento. Conceitualmente a EJA é uma modalidade de ensino específica que se empenha em formar cidadãos que não tiveram oportunidade nem acesso à educação e aqueles que necessitam capacitar-se profissionalmente engrandecendo seus conhecimentos. A EJA tem sido pauta das grandes discussões educacionais visando o acesso e permanência dos alunos na escola e buscamos com esta pesquisa, verificar qual aprendizado lhes é oferecido, qual o aproveitamento destes alunos pertencentes a este segmento, bem como os métodos e materiais que são utilizados. Contudo, observamos ao longo da pesquisa que por mais esforços e políticas com vistas a minimizar este problema, a EJA ainda tem um vasto caminho a percorrer e a educação nesta modalidade de ensino ainda reproduz técnicas mecanizadas no ensino-aprendizagem. Deste modo, acreditamos que é extremamente importante, pesquisas no que tange à formação de professores e educadores para que esta prática não se perpetue, causando impactos negativos à educação destes sujeitos que retornam à sala de aula.

Palavras chave: Educação de Jovens e Adultos, Aprendizagem, Emancipação.

1 Introdução:

Ao pesquisarmos sobre a Educação de Jovens e Adultos, percebemos que historicamente esta modalidade de ensino sofreu modificações, porém ainda carece de pesquisas e políticas que garantam uma educação de qualidade aos sujeitos que a buscam na tentativa de elevar seus conhecimentos, melhores condições de trabalho e até mesmo satisfação pessoal.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de educação para aquelas pessoas que não tiveram oportunidade nem acesso à educação básica. Neste processo de escolarização, o aluno além de se alfabetizar, se torna capaz de pensar, criar e ser mais crítico frente à realidade em que vive.

Segundo a Declaração de Hamburgo:

Por educação de adultos entende-se o conjunto de processos de aprendizagem, formais ou não formais, graças aos quais as pessoas, cujo entorno social as considera adultos, desenvolvem suas capacidades, enriquecem seus conhecimentos, e melhoram suas competências técnicas ou profissionais ou as reorientam a fim de atender suas próprias necessidades e as da sociedade. A educação de adultos compreende a educação formal e permanente, a educação não formal e toda gama de oportunidades de educação informal e ocasional existentes em uma sociedade educativa e multicultural, na qual se reconhecem os enfoques teóricos e baseados na prática. (Art.3 da Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos, 1997).

Visando melhor compreensão da realidade desta modalidade de ensino, bem como os sujeitos envoltos no contexto da pesquisa optamos por realiza-la em uma escola municipal situada no município de Morrinhos-Go, com alunos e professores atuantes no primeiro segmento do Ensino Fundamental. A turma na qual realizamos a pesquisa conta com doze alunos e duas professoras. As aulas oferecidas nesta escola, neste segmento são multiseriadas, ou seja, alunos do 1° ao 5° ano ficam na mesma sala e algumas atividades são diferentes, outras são iguais para todos.

Para Di Pierro e Haddad (1999), a Educação de Jovens e Adultos é percebida como

um campo de práticas e reflexão que inevitavelmente transborda os limites da escolarização em sentido estrito. Primeiramente porque abarca processos formativos diversos, onde podem ser incluídas iniciativas visando à qualificação profissional, o desenvolvimento comunitário, a formação política e um sem número de questões culturais pautadas em outros espaços que não o escolar (DI PIERRO; HADDAD, 1999, p.132).

A EJA atende um público ao qual a educação por algum motivo lhe foi negada. O analfabetismo distancia o indivíduo da participação ativa em uma sociedade, convencidos de que não adianta continuar na escola, muitos estudantes se afastam da mesma por pura falta de motivação ou por não acreditarem que são capazes de vencer.

A necessidade de escolarização torna – se cada vez mais urgente para que o indivíduo possa exercer sua capacidade crítica de cidadão e atuar de maneira consciente na sociedade em que está inserido.

A escolarização “é um processo de autotransformação cultural e social das coletividades” (Declaração de Hamburgo sobre Educação de Jovens e Adultos, 1997, p. 39). Atualmente, a EJA é vista não só como uma segunda chance de aprendizagem, mas também como uma porta aberta para que jovens e adultos possam se aperfeiçoar e garantir uma maior autonomia frente aos desafios cotidianos.

É sabido que a educação é um processo inerente ao ser humano e a aprendizagem historicamente construída se dá primeiramente na família e com experiências adquiridas ao longo da vida. Sendo assim, não somente a escola é espaço de aprendizagem.

Contudo, com o crescente desenvolvimento econômico, social e industrial os conhecimentos adquiridos na escola passaram a ser uma exigência para inserção na vida social. A leitura e escrita tornam-se objetos de conhecimento nos quais se estabelecem relações sociais presentes na sociedade. Porém, estes saberes não são suficientes para atender às exigências de uma sociedade letrada, é necessário imputar-se dos mesmos.

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