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FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA

Por:   •  22/3/2022  •  Relatório de pesquisa  •  1.337 Palavras (6 Páginas)  •  442 Visualizações

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CLARETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO

ENOS SANTOS DE ALMEIDA

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FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA

PORTFÓLIO – CICLO 2

Fortaleza

2022

INTRODUÇÃO

Apoiadas na Epistemologia Genética de Jean Piaget, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky publicaram em 1979 a pesquisa intitulada Psicogênese da língua escrita, trazendo contribuições transformadoras no processo de alfabetização, mudando radicalmente o foco do ensino da escrita e leitura, fazendo com que a ótica em questão passasse a ser em quem aprende e não em quem ensina.

Em busca da compreensão dos aspectos envolvidos diretamente na ausência de sucesso escolar, não foi apresentado pelas autoras uma forma nova de classificar os transtornos da aprendizagem ou um novo método. Na verdade, elas buscaram esquadrinhar como se dá o processo de aquisição da língua, levando em consideração certos aspectos que, no momento em questão, não eram objetos de reflexão.

Entre as diversas discussões da época, a mais intensa correspondia sobre o método mais eficaz para ensinar a leitura e a escrita e em promover preparação para os alunos com as habilidades e requisitos que se acreditavam serem imprescindíveis aos alunos, para que se pudesse alfabetiza-los. Havia a crença de que só depois de entrar na escola e ter tais habilidades desenvolvidas (lateralidade, coordenação viso motora, entre outras), a criança estava pronta para finalmente aprender.

O presente trabalho pretende abordar sobre as hipóteses de escrita de acordo com as discussões presentes nos vídeos da 1ª etapa, abordando cada hipótese e posteriormente analisando as amostras cedidas, realizando a classificação e caracterização, tendo como principal fundamentação teórica a pesquisa de Ferreiro e Teberosky (1979).

DESENVOLVIMENTO

A concepção de que a aquisição do conhecimento está baseada na atividade do sujeito em interação direta com objeto de conhecimento foi utilizada por Ferreiro e Teberosky como base para que as investigações na área da Psicogênese da língua escrita fossem iniciadas ainda no ano de 1974.  Ficou demonstrado que as crianças, bem antes de chegarem à escola, já possuem ideias e elaboram hipóteses sobre a escrita, passando por diversos estágios até a aquisição da leitura e da escrita.

A Psicogênese da língua escrita descreve como a criança se apropria dos conceitos e habilidades de ler e escrever, evidenciando que a aquisição dos atos linguísticos está dentro de um percurso muito parecido com àquele que a humanidade percorreu até chegar ao sistema alfabético. Ficou claro que as crianças passam por fases bem definidas durante o processo de construção da escrita. E, apesar das diversas fases existentes durante o processo, as crianças não passam necessariamente, de maneira uniforme, por todas as fases. Além do dinamismo existente no processo, percebeu-se que ele ocorre em saltos, com as crianças estando sempre em transição, gerando nos educadores a necessidade de possuírem muita ação e sensibilidade com os educandos.

A primeira fase do processo é chamada de icônica. Ela antecede o processo de alfabetização e tem início quando o aluno pensa que pode escrever com desenhos, rabiscos, letras ou outros sinais gráficos, imaginando que a palavra assim escrita representa o objeto a que se refere.

Avançando um pouco, a criança passa a perceber que os adultos quando escrevem utilizam letras geralmente cursivas e não fazem desenhos. Passa então a tentar reproduzir a escrita, supondo que rabiscos circulares (movimentos celulares), linhas ou riscos imitam a escrita adulta, sem estabelecer ainda nenhuma relação funcional com a escrita. Nesse período ela ainda não percebe que a palavra é som. A essa fase damos o nome de garatuja.

 Na fase seguinte, a pré-silábico, após perceber que se escreve com letras, o aluno passa a grafar um número de letras de maneira indiscriminada, sem antecipar quantos e quais caracteres necessita usar para escrever uma palavra. Nessa fase a escrita passa a ser a representação direta do objeto. Geralmente a criança passa a acreditar que é necessário escrever levando em consideração as características do objeto a ser escrito. E para ela, uma palavra não pode ser escrita ou lida com duas letras.

Na caminhada do aprendizado, a fase seguinte é chamada de silábico sem valor sonoro. Ela é tida como um divisor de águas na aquisição da escrita. Nesse momento algumas relações são estabelecidas, fazendo com que o aluno passe a representar cada emissão sonora com uma letra, ou seja, uma letra para cada sílaba; embora ainda não saibam o conceito de sílaba. Uma outra característica dessa fase é o fato de que o aluno ainda não faz o uso, necessariamente, das letras correspondentes para escrever as palavras. Justamente por isso essa fase é classificada sem valor sonoro.

Com o avanço ocorrido, a criança passa então para a fase silábico com valor sonoro. Dessa vez cada sílaba passa a ser representada por uma vogal ou consoante que expressa o valor sonoro correspondente. Geralmente nesse momento o aluno já sabe que a quantidade de letras se relaciona com a quantidade de sílabas das palavras, fazendo com que percebam que também é necessário variar letras ao escrever uma palavra.

Com a compreensão de que a escrita é realmente a representação da fala, passa a ocorrer uma combinação entre a relação de grafemas e fonemas, após o percebimento dos sons das sílabas. Nesta fase, chamada de silábico-alfabético, a criança que anteriormente representava cada emissão de som apenas com uma única letra passa a ter um descontentamento com isso, passando a agregar mais letras para representar uma determinada emissão sonora. Há momentos em que o aluno escreve usando uma letra em cada sílaba, e outros momentos em que é representado as menores unidades sonoras, chamadas de fonemas.

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