Fichamento - Planejamento na Educação Infantil

O Planejamento na Educação Infantil

Planejar é uma ação necessária. De acordo com Sassi (2012, p. 5) para Corsino (2009) o planejamento é um tempo para o professor refletir com base em suas observações e registros com a finalidade de prever ações, encaminhar e sequenciar atividades, organizar o tempo e o espaço do educando na educação infantil. Segundo Sassi e Ahmad (2011, p. 14543):

O planejamento pedagógico na Educação Infantil precisa ser discutido e articulado aos sujeitos que estão inseridos nestes ambientes coletivos de educação, assim é imprescindível trazer para a sala de aula, através dos planejamentos, as manifestações que as crianças expressam no seu dia-a-dia, a partir de seus balbucios, choros, falas, gestos, desejos, hipóteses e conhecimentos prévios, estes são de suma relevância para um trabalho que respeite as culturas infantis.

Neste sentido, o planejamento é um instrumento que tem como finalidade auxiliar e expandir a prática pedagógica do professor organizando-a e sistematizando-a de modo a atingir os objetivos propostos. Assim de acordo com Sassi (2012, p. 5) para Schimtt (2006) a essência do planejamento é permitir um trabalho mais significativo e inovador na sala de aula, na escola e na sociedade. O plano escrito é o resultado de um procedimento de reflexão e decisão.

Assim sendo, o planejamento é uma ferramenta que dá segurança ao docente de modo a trabalhar de forma mais efetiva conteúdos e atividades que os discentes deverão desenvolver em sala de aula.  Quando o professor não possui um planejamento ele fica inseguro em relação ao conteúdo que deve trabalhar e, com isto perde o controle do próprio trabalho. Segundo De acordo com Sassi (2012, p. 12) para Vasconcellos (2000) o planejamento é um procedimento contínuo e dinâmico de reflexão, aplicabilidade e condução.

Deste modo entendemos o planejamento como uma ação necessária para se efetivar o processo de ensino-aprendizagem. Segundo Ostetto (2000), a elaboração do planejamento depende muito da visão de mundo, de criança, de educação e de processo educativo que o docente possui e deseja. Esta mesmo autora ressalta cinco tipos de planejamentos encontrados no contexto da Educação infantil. São eles: listagem de atividades, datas comemorativas, aspectos do desenvolvimento, planejamento baseado em conteúdos organizados por áreas do conhecimento e conteúdos organizados por tema.

No planejamento baseado na listagem de atividades a preocupação do educador é preencher o tempo de trabalho com as crianças sem ter um objetivo pedagógico, entre um ou outro momento da rotina (cuidados). O professor organiza várias atividades para realizar durante a semana. E a prática pedagógica se dá na hora da atividade, deixando os outros momentos da rotina mais ligados as cuidados com as crianças fora do planejamento, como se não houvesse nenhuma aprendizagem ou desenvolvimento durante os cuidados na rotina.

Já no modelo de planejamento fundamentado nas datas comemorativas o docente toma por base o calendário para elaborar o planejamento na Educação Infantil.

Enquanto que no planejamento alicerçado nos aspectos do desenvolvimento tem interesse no desenvolvimento infantil englobando assim o o físico-motor, o afetivo, o social e o cognitivo. Ainda segundo Ostetto (2000) há a preocupação de encaixar as crianças dentro da classificação de desenvolvimento segundo os parâmetros da psicologia do desenvolvimento. Este tipo de planejamento apesar de se preocupar com as especificidades das crianças de acordo com o desenvolvimento infantil acaba por deixar em segundo plano ou até mesmo desconsiderar as questões ligadas ao conhecimento e a aprendizagem.

Ao passo que no planejamento fundamentado por temas este torna-se o gerador das atividades propostas às crianças. Assim, preocupa-se com o interesse da criança colocando em foco suas perguntas e necessidades. Deste modo, os temas são escolhidos pelos professores ou sugeridos pelas crianças ou surgidos de alguma situação que indique o trabalho a ser desenvolvido. Neste contexto, este tipo de planejamento acaba sendo uma listagem de atividades ou como diz a autora uma “camisa-de-força” imposta pela coordenação da instituição.