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Impliações do currículo por competências para o trabalho pedagógico

Por:   •  12/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  694 Palavras (3 Páginas)  •  286 Visualizações

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Impliações do currículo por competências para o trabalho pedagógico

De acordo com Philippe Perrenoud, para que a escola se guie pelo desenvolvimento de conpetências, faz-se necessário, principalmente, a superação do fracasso escolar onde, segundo o mesmo, tal fracasso se deve ao fato de que a escola não propicia a tranferência de conhecimentos.

Para Perrenoud, é preciso rever os programas escolares, abordando os mesmos por competências. É preciso ainda mudar a relação dos professores com o saber.

Para que haja uma mudança nos programas escolares, é preciso que a escola reconheça que toda competência está fundamentalmente relacionada a uma prática social. Com isso, Perrenoud traz duas possibilidades para se pensar em quais competências deverão ser desenvolvidas e que recursos as mesmas mobilizarão. A primeira possibilidade é que enfatizem as competências transversais. A segunda, que se prefigure na escola a implementação de competências como se estivesse em situações reais da vida.

Segundo o autor, a definição de competências transversais trazem limites para a ação pedagógica. A busca pelas mesmas implicaria em organizar os saberes escolares de forma pluri, inter ou transdisciplinar, o que, segundo o mesmo, se constitui em problema em face da cultura escolar dominante.

Em relação ao desenvolvimento de competências referidas à situações reais da vida, é necessário pensar que existem situações cujo domínio encontra seus recursos em uma única disciplina, outras em várias, outras em algumas somente.

Pierrenoud acha ainda problemática uma abordagem pela transposição didática a partir das práticas sociais, dada a pouca probabilidade de se chegar a um conjunto de competências que corresponda a situações reais da vida.

Por fim, a análise de Pierrenoud nos faz entender que definir uma lista de competências para a escola básica traz o risco de se generalizar tudo, tornando as competências abstratas, o que faria que as mesmas se distanciassem cada vez mais das práticas sociais

4.4. A abordagem do currículo por competências: aderir ou resistir?

Um dos argumentos de Pierrenoud de que não se deve aderir ao currículo por competências é que a abordagem do mesmo, se seguida de um processo sistemático de mudanças nas políticas e nas práticas educacionais, constitui-se ao fracasso escolar.

Contudo, não podemos definir o fracasso escolar somente pela sua dificuldade de organização do trabalho pedagógico, mas sim a um conjunto de fatores socioculturais. Existe uma relação entre diversos fatores dos quais se resulta o fracasso escolar, sendo estes internos e externos à escola. Não podemos deixar de lado a existência da cultura da exclusão posta no e pelo sistema escolar, que é viabilizada por uma estrutura curricular que prioriza o domínio sistemático de um conjunto de saberes disciplinares, organizados em ordem crescente e linear de complexibilidade, que muitas vezes contraria as condições de aprendizagem e ensino. A cultura da exclusão possui ainda a marca do preconceito e da discriminação.

Outra crítica feita foi à vinculação das competências no currículo ao mercado de trabalho e à tese recorrente de que a escola estaria estreitamente a serviço da economia. É possível ver uma proximidade entre

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