Inquietudes e Desacordos: A leitura além do obvio
Por: Pamella Binda • 19/5/2017 • Resenha • 938 Palavras (4 Páginas) • 873 Visualizações
Inquietudes e desacordos: a leitura além do obvio
BRITTO, Luiz Percival Leme. Inquietudes e desacordos: a leitura além do óbvio. Campinas – SP: Mercado de Letras, 2012.
Em Inquietudes e desacordos: a leitura além do óbvio, Luiz Percival Leme Britto nos remete a gerar uma reflexão em relação a cerca da leitura, ampliando as nossas discussões sobre a mesma. Ele propõe uma análise da interpretação da leitura no que diz respeito ao seu uso para a formação de leitores, como também relatando as suas inquietudes em relação ao ensino e na compreensão da língua, leitura e escrita.
As considerações apresentadas pelo autor representa um convite tanto para com os profissionais, professores, como aos acadêmicos, pesquisadores e demais interessados no que refere a agir e refletir acerca da leitura, além de um ato de decodificação e construção de um texto escrito.
O livro que em 2013, recebeu o prêmio de publicação altamente recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, constitui mais uma de muitas contribuições do escritor Luiz Percival Leme Britto que se destaca na área da educação, graduado em Letras pelo Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas (1983), onde também fez mestrado (1988) e doutorado (1997) em Linguística, atua na área da educação e linguagem a mais de 35 anos, como pesquisador e formador de professores, coordena o Lelit – Grupo de pesquisa e intervenção em leitura, escrita e escola e o Pacto Nacional pela alfabetização na idade certa – PNAIC / Oeste do Pará. É membro do Movimento por um Brasil Literário e votante do prêmio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, e professor de referência da Olimpíada de Língua Portuguesa no Estado do Pará.
Inquietudes e desacordos está dividido em seis capítulos independentes, cada um deles é: no capítulo 1 – Os sentidos da leitura, Britto procura ampliar e explorar as interpretações a respeito do ensino e promoção da leitura. Já no capitulo 2- Leitura e formação na educação escolar, procura estabelecer uma ligação entre leitura e formação.
3- Letramento X Conhecimento;
4- Educação Linguística, formação e emancipação;
5- Leitura e escrita na educação escolar de crianças pequenas;
6- Leitura – Conhecimento e compromisso com a liberdade.
Apresenta um texto muito bem elaborado, com argumentos claros e coerentes sobre os diversos assuntos em relação a leitura, língua e escrita, com exemplos que favorecem uma boa interpretação e nos faz refletir sobre as questões apresentadas.
Britto, nos traz em seu texto a relação ao ensino de leitura e escrita na questão do ensinar a língua padrão e na importância da formação do leitor apontando o obvio papel da escola de ensinar a língua padrão considerada por ele vaga, onde entra o papel que nos educadores devemos não ficar na obviedade das coisas, mas sim buscar sempre mais, mesmo que sejamos contra o sistema, devemos buscar uma perspectiva da educação que seja voltada para a formação e emancipação do aluno, os tornando sujeitos críticos, que precisamos conhecer a nossa realidade e para assim modifica-la.
O autor inicia no Os Sentidos de Leitura, uma problematização sobre o que é a leitura na cultura ocidental, fazendo parte do senso comum que ler é bom, salientando a ideia de que tudo é leitura, a tornando-a a sua reflexão redundante sobre ler.
A leitura, vai muito mais além de um simples ato de decodificação de signos e construção de um texto, não deve ser remetida a banalizações. O leitor é quem oferece sentido ao texto, as suas escolhas e significados emergem no ato do leitor. O autor propõe uma análise no que se refere a concepção de leitura, traz consigo os significados presentes no Dicionário Houasiss de 2004, onde a palavra leitura traz acepções de diferentes contextos.
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