Língua Portuguesa na Pedagogia
Por: rosanadelfino9 • 6/5/2015 • Trabalho acadêmico • 905 Palavras (4 Páginas) • 334 Visualizações
A autora propõe que haja uma nova concepção da palavra e conceito letramento, para poder ser respeitado a especificidade do processo de letramento e da alfabetização.
Nos anos 80 foi dado nome de letramento no Brasil, e de alfabetização do illettrisme, na França da literacia para denominar a alfabetização. Na mesma época nos Estados Unidos e Inglaterra esse processo tornou-se foco de atenção e discussão nas áreas da educação e da linguagem.
No final dos anos 70 a Unesco ampliou o conceito de literate para functionallytiterate ampliando a forma de avalições internacionais para avaliar além do domínio da escrita e da leitura. A diferença fundamental está no conceito de letramento e alfabetização.
Em países de 1º mundo, ou desenvolvidos, constatou se que a população mesmo alfabetizada, não dominava a compreensão da leitura e escrita, acarretando o prejuízo na participação, em áreas da sociedade que necessitavam essas habilidades. Nesses países, constatou-se que jovens desfavorecidos passavam pela educação básica e possuíam um precário conhecimento da área da escrita, prejudicando sua colocação na sociedade e no mercado de trabalho.
No decorrer da última década, até os dias atuais a mídia vem usando, em matérias sobre competências de leitura e escrita da população brasileira, termos como analfabetos funcionais, e ao mesmo tempo vem criticando as informações sobre índice de alfabetização e analfabetismo, pois estes se baseiam no critério do Censo de saber ou não saber “ler e escrever um bilhete simples”. A mídia vem assumindo e divulgando um conceito de alfabetização que o aproxima do conceito de letramento.
Até hoje os conceitos de alfabetização e letramento se confundem, pois a discussão sobre letramento, geralmente vem acompanhado dos conceitos da alfabetização, mesmo na produção acadêmica brasileira alfabetização e letramento seja inegável, além de necessária e até mesmo imperiosa. Sendo necessária observação das especificidades de cada um dos fenômenos.
As mudanças nos paradigmas que influenciam a maneira de alfabetizar, de 1960 a 1970, paradigma behaviorista. Nos anos 80, é substituído pelo cognitivismo e, nos anos 90 pelo paradigma sociocultural. No Brasil, os anos de 1980 e 1990 assistiram ao domínio hegemônico, na área da alfabetização, do paradigma cognitivista, que se difundiu sob a discutível denominação de construtivismo, divulgado por Emília Ferreiro.
A criança, na visão internacionista, é capaz de progressivamente interagira com o material “para ler”, não com material artificialmente produzido para “aprender a ler”. A aprendizagem se dá por uma progressiva construção do conhecimento, na relação da criança com o objetivo “língua escrita”, as dificuldades da criança passam a ser vistas como “erros construtivos”, resultado de constantes reestruturações. É preciso, entretanto, reconhecer que esta concepção conduziu a alguns equívocos e a falsas interferências.
O construtivismo, na alfabetização, passou a ignorar a natureza do objeto de conhecimento em construção, um objeto linguístico constituído, que se considere o sistema alfabético quer o sistema ortográfico, de relações convencionais e frequentemente arbitrárias entre fonemas e grafemas.
Na concepção grafofônica, o conhecimento do código grafofônico e o domínio dos processos de codificação e decodificação constituem etapa fundamental e indispensável para o acesso a língua escrita. Etapa que não pode ser vencida.
A concepção de aprendizagem da língua escrita é mais ampla e multifacetada que apenas a aprendizagem do código, das relações grafofônicas. Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco, porque no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos:
- pela aquisição do sistema convencional de escrita –a alfabetização
- e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desses sistemas em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento.
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