Matemática - um desafio internacional para o surdo
Por: Dayse Prado • 26/5/2016 • Ensaio • 548 Palavras (3 Páginas) • 252 Visualizações
Matemática: Um Desafio Internacional para Estudantes Surdos |
KRITZER, Karen L. PAGLIARO, Cláudia M. Matemática: um desafio internacional para estudantes surdos. Tradução de Beatriz Vargas Dorneles. Caderno Cedes, Campinas, v. 33, n. 91, p. 431-439, set./dez. 2013. Disponível em |
O artigo analisou o panorama da educação matemática no campo da surdez no Brasil e em outros países como Estados Unidos e Inglaterra. As autoras levantaram hipóteses sobre os problemas encontrados e sugeriram um amplo espectro de temas para novas pesquisas. Sobre as dificuldades encontradas pelos estudantes surdos, afirmam as pesquisadoras que surdos tem desempenho abaixo da média de seus pares ouvintes; que essa defasagem tem sido encontrada em diversos países; que essa defasagem se dá em diversos conceitos e áreas da matemática, incluindo o conceito de número e cálculo, resolução de problemas e raciocínio; a defasagem começa cedo, mesmo antes do início da escolaridade formal e essa defasagem amplia-se com o passar do tempo. Concluíram as pesquisadoras que vários conceitos são particularmente desafiadores para as crianças surdas, tais como estimativas, tempo e sequenciamento. Tais fragilidades em conhecimentos e habilidades matemáticas elementares formam a base para as dificuldades encontradas em estudantes mais velhos e até mesmo em adultos surdos. Diversos pesquisadores da área foram citados no artigo, entre eles Pagliaro e Ansell, que afirmam que o baixo desempenho na matemática, não é inerente à surdez, mas a outros fatores, principalmente a formação de professores. Professores mal preparados tendem a promover poucas oportunidades para o ensino de matemática baseado na cognição e falham em promover um ensino significativo desse campo do saber. Há também o papel do meio familiar dessas crianças. Kritzer, em uma pesquisa anterior, encontrou evidências que crianças surdas com escores relativamente mais altos passaram mais tempo envolvidas em interações significativas com familiares adultos e estiveram mais expostas a conceitos matemáticos básicos. Por isso encontrou-se uma relação entre o comportamento de aprendizagem precoce nesses casos, a mediação no lar e as habilidades matemáticas. Logo, há aqui uma questão fundamental: As intervenções na família devem começar desde muito cedo para que os familiares aprendam a interagir com suas crianças surdas, de maneira a estimular o seu desenvolvimento cognitivo e ajudá-las a desenvolverem os conceitos matemáticos iniciais antes da escola. Para além do apresentado, sugeriu-se também uma formação melhor para os professores que ensinarão alunos surdos. Essa sugestão encontra apoio no resultado de estudos idealizados por Kelly, Lang e Pagliaro, destinado a analisar a atuação de professores de matemática para surdos. Docentes mal preparados em matemática conduzem suas aulas de forma a gerarem poucas oportunidades para a resolução de problemas, não promovendo um ensino significativo e centrando no estudante, conforme as recomendações didáticas e metodológicas para a área. O mais grave é a constatação de que agem dessa forma devido à baixa expectativa que têm quanto a seus alunos surdos. Concluem as autoras que, apesar de toda pesquisa já realizada na área de educação matemática para surdos, há ainda muitos tópicos que necessitam de mais investigações, dentre eles:
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