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Moral e Ética no Mundo Contemporâneo

Por:   •  3/9/2018  •  Resenha  •  1.118 Palavras (5 Páginas)  •  6.124 Visualizações

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Bibliografia: LA TAILLE, Y. de. “ Moral e Ética no mundo contemporâneo “ Revista USP. São Paulo n. 10 p. 29 – 42 julho/agosto/setembro 2016

Autor da Obra Yves de La Taille, professor aposentado do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e autor de entre outros, Moral e Ética: Dimensões Intelectuais e Afetivas.

Tema: Moral e Ética no mundo contemporâneo.

Objetivo do autor é procurar avaliar, do ponto de vista psicológico, como estão a oral e a ética no mundo contemporâneo, também chamado de pós – modernidade.

Os termos “éticos” e “moral” são comumente utilizados como sinônimos, mas, embora estejam relacionados entre si, são dois conceitos distintos. No contexto filosófico, ética e moral são dois termos que se complementam, mas este sentido pode-se considerar a ética como um tipo de postura e que se refere a um modo de ser, à natureza da ação humana. Trata-se de uma maneira de lidar com as situações da vida e do modo como estabelecemos relações com outra pessoa. Quais são as nossas responsabilidades pessoais em uma relação com o outro? Como lidamos com as outras pessoas em sociedade? Uma conduta ética pode ser um tipo de comportamento mediado por princípios e valores morais. Que possuem a origem etimológica e significados diferentes. No meu ponto de vista a Moral é formada pelos valores previamente estabelecidos pela própria sociedade e os comportamentos socialmente aceitos e passíveis de serem questionados pela ética. Pode-se afirmar que, ao falarmos de moral, os julgamentos de certo ou errado dependerão do lugar onde se está. Diante do exposto, pode-se considerar que a ética engloba determinados tipos de comportamentos, sejam eles considerados corretos ou incorretos; já a moral estabelece as regras que permitem determinar se o comportamento é correto ou não.

Se considerarmos o sentido prático, a finalidade da ética e da moral é bastante semelhante, pois ambas são responsáveis por construir as bases que guiarão a conduta do homem, determinando o seu caráter e a sua forma de se comportar em determinada sociedade. Deste modo, e partindo do pressuposto de que estes conceitos constituem a base essencial do nosso agir ético-comportamental quer enquanto pessoas, quer enquanto profissionais, quer enquanto investigadores, por exemplo, este tem por objetivo fundamental contribuir para o seu dilucidamento conceitual etimológico. Assim, procedei, primeiramente, à explanação de algumas das razões que explicam as confusões contingenciais que rodeiam estes conceitos, seguida de uma explicação esclarecedora da sua origem etimológica. Explorando, ainda, alguns dos sentidos de que se revestem na atualidade, de acordo com alguns dos pensadores que mais significativamente influenciaram o seu "pensar". Contudo, apesar de estes conceitos serem distintos, existe uma estreita articulação entre si, na medida em que a ética tem como objeto de estudo a própria moral, não existindo desligada uma da outra, mas sendo independentes entre si, tal como podemos verificar no gráfico que se segue. Neste sentido, tanto a ética implica a moral, enquanto matéria-prima das suas reflexões e sem a qual não existiria como a moral implica a ética para se repensar, desenhando-se, assim, entre elas uma importante relação de circularidade ascendente e de complementaridade.

Muito embora cada uma delas mantenha as suas especificidades e particularidades que as caracterizam no seu modo, a verdade é que esta relação complementar torna-se não só desejável como necessária, na medida em que permite à moral quer uma abertura à comunicação e ao diálogo ético-moral, entendidas como antídoto ao dogmatismo moral; quer o desenvolvimento de uma capacidade de interrogação, reflexão e ponderação de cada sistema de moralidade existente quanto à natureza e pertinência das suas normas e regras morais secularmente instituídas, mas nem sempre repensadas à luz do sentido dos princípios que as fundamentam (Ex: práticas de excisão feminina; infanticídio feminino); quer, ainda, o conhecimento racional subjacente a uma práxis moral informada. Assim, a relação tridimensional de valores, moral e ética, podem aduzir valores morais e valores éticos; todavia, nem a moral nem a ética reduzem, obviamente, a sua esfera de pensamento e de ação somente a este tipo de valores, dado que o mundo dos valores é imenso e infinito. Por isso, nunca é demais assinalar uma outra confusão que habitualmente ocorre ao identificar valores somente a valores morais, esquecendo a panóplia imensa do tipo de valores existentes (Ex: políticos, éticos, morais, estéticos, ecológicos, vitais, espirituais, econômicos, religiosos). O fato de não partilharmos de uma sinonímia conceitual de base entre ética e moral não nos permite considerar a sua distinção como se de uma separação hermética de conceitos se tratasse, dado que tanto a ética necessita da moral como a moral da ética: aquela, de sentido normativo, porque constitui matéria-prima de reflexão crítica e de fundamentação da moral, e esta porque necessita do carácter profundamente interrogante e comunicativo daquela condição da sua evolução. Na verdade, o que tal significa, em nosso entender, é que possuem funções diferentes, mas interdependentes em que uma não pode existir sem a outra.

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