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Multiplas Linguagens de Alfabetização

Por:   •  31/7/2023  •  Trabalho acadêmico  •  3.426 Palavras (14 Páginas)  •  75 Visualizações

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A ALFABETIZAÇÃO E AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS

Thiago Amaral Sanches

RESUMO

A alfabetização, é considerada por muitos como o aprendizado de ler e escrever, ou seja, a aquisição do código alfabético e ortográfico. Os métodos abordados no trabalho consistem no ensino Tradicional, que leva apenas em consideração o conhecimento do professor, onde este detém esse “poder” e deve depositá-lo em seus alunos; e o Construtivista, sendo o aluno o centro da aprendizagem, construindo seu próprio conhecimento, e o professor é um mediador, oportunizando uma aprendizagem mais significativa e mútua. O objetivo central do trabalho é, além de mostrar o processo de alfabetização e os métodos citados, introduzir as múltiplas linguagens dentro desse contexto, afim de garantir uma aprendizagem significativa, utilizando músicas, brincadeiras, etc. e não limitando esse processo somente ao uso das linguagens oral e escrita. Por fim, buscou-se também, apresentar uma proposta a partir do estudo realizado, utilizando as múltiplas linguagens.

Palavras-chave: Alfabetização. Múltiplas Linguagens. Aprendizagem

significativa.

  1. INTRODUÇÃO

Antigamente se tinha a ideia da alfabetização somente como o processo de aprender a ler e escrever, mas com o tempo esse conceito foi evoluindo, e atualmente com autores como Magda Soares e Emília Ferreiro que possuem ideias mais avançadas, ou ainda com um sentido mais amplo como a descrição de alfabetização para a UNESCO:

[...] conhecimento básico, necessário a todos num mundo em transformação; em sentido amplo, é um direito humano fundamental. Em toda a sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. Existem milhões de pessoas, a maioria mulheres, que não têm a oportunidade de aprender (...) a Alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser requisito básico para a educação continuada durante a vida. (UNESCO, 1999, p. 23).

A alfabetização vai muito além do que somente aprender a ler e a escrever, e, portanto, o aprendizado não precisa ocorrer somente a partir do uso das linguagens oral e escrita. A construção do conhecimento nessa etapa do ensino pode e deve, como a BNCC (BRASIL, 2017) propõe, se dar através de outras estratégias, e a partir da utilização das múltiplas linguagens existentes. A partir de estudos, observei que por mais que muitas escolas e professores trabalhem e desenvolvam o processo de alfabetização de forma mais leve e ampla, muitos professores ainda se limitam e restringem as possibilidades que possuem para ensinar os alunos e acabam se limitando somente a linguagem escrita e oral . É de conhecimento geral que as crianças não aprendem da mesma forma, portanto, é necessária a utilização de diversas linguagens e recursos. Nesse trabalho buscou-se mostrar o processo de alfabetização e as possibilidades de estratégias e ensino que as múltiplas linguagens oportunizam, através de didáticas diferenciadas, que fujam do tradicionalismo. A metodologia utilizada para este trabalho foi pesquisa bibliográfica e temos como objetivos discutir e apresentar o processo de alfabetização, dissertar sobre as múltiplas linguagens, sua utilização na alfabetização e apresentar uma proposta a partir do estudo realizado.

  1. PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

As formas iniciais de alfabetização na maioria das vezes são utilizadas através de métodos tradicionais, onde o aluno é visto como um indivíduo que apenas recebe a ação, ou seja, a informação é depositada e assim espera-se que dessa forma ele aprenda aquilo que se foi transmitido de maneira satisfatória. Ferreiro (2000, p. 31) afirma que “nenhuma pratica pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem”. “O professor não pode, então, se tornar um prisioneiro de suas próprias convicções; mas de um adulto já alfabetizado. Para ser eficaz “deverá adaptar seu ponto de vista ao da criança. Uma tarefa que não é nada fácil” (FERREIRO, 2000, p.61). Assim vemos que para que o processo de alfabetização aconteça, existem diversas possibilidades a serem utilizadas, e isso compõe a problemática da questão, se o método que é usado se mostra eficaz. Mas percebemos que o problema não está especificamente ligado somente ao método que é utilizado, mas também o meio em que a criança está inserida. Segundo Ferreiro (1996, p.24) “O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças.” Por este motivo é preciso observar e analisar o que pode fazer diferença no momento da aprendizagem, o meio social é uma das maneiras de se ter um resultado positivo. A criança inicia esse processo de alfabetização desde os primeiros anos, daí a necessidade de se ter uma educação infantil eficaz onde ela já aprenda a reconhecer esses conceitos.

De acordo com a professora Janaína Maudonet (2015), ao contrário do que imaginamos o processo de alfabetização se inicia antes mesmo dos métodos usuais serem apresentados na escola, a infância fornece fatores importantíssimos que pontuam o sistema alfabético. Quando as crianças brincam com a sonoridade das palavras, ouvem histórias infantis, manuseiam livros, conseguem identificar as diferenças entre as letras e muitas outras coisas elas já estão sendo imersas no âmbito alfabetizador. Oficialmente por volta dos 4 ou 5 anos de idade tende-se a ser iniciada a alfabetização e parcialmente concluída aos 7, lembrando que lidamos com “pessoas” que tem seu próprio tempo de aprendizado e assimilação do conhecimento e das informações, por isso essa idade é uma média. Segundo Ferrari (2011), a construção do conhecimento pelo construtivismo tem lógica individual com interação social, na escola ou fora dela, ou seja, a criança passa por etapas, com recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo, transformando e construindo o conhecimento. O tempo necessário para transpor as etapas de formação do saber é muito variável para cada indivíduo. Levando em consideração tudo isso, é uma preocupação de todos os envolvidos com a educação a forma que este processo é apresentado e principalmente efetivado na infância, pois, vai fazer diferença em toda a vida estudantil do educando. Entendemos que o período de alfabetização é uma fase significativa para criança, pois as descobertas são incontáveis, mas não necessariamente precisa ser lembrada sendo um momento negativo e cheio de traumas. Já para Magda Soares existe todo um processo de ensino para que a alfabetização aconteça, ela enfatiza a necessidade de entendermos o que cada processo oferece para que esta abordagem seja eficaz. A alfabetização é a aprendizagem do Sistema Alfabético ortográfico da escrita. Assim como o letramento engloba as habilidades que possibilitam ao educando ler e escrever de forma adequada e eficaz. Segundo Ferreiro (1999), o processo de alfabetização não se inicia apenas na escola; a partir do momento que a criança tem um contato com livros, revistas e jornais em sua própria casa, elas já estão aprendendo, porque esse contato com os matérias escritos acabam enriquecendo mais ainda a sua influência e experiência com a escrita.

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