As Múltiplas Linguagens na Educação Infantil
Por: 06081499693 • 2/12/2018 • Projeto de pesquisa • 6.842 Palavras (28 Páginas) • 300 Visualizações
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 As Múltiplas Linguagens na Educação Infantil
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) define a educação infantil como a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Nas lições de Cunha (2004) é importante destacar que:
As instituições de educação infantil devem ser o espaço inicial e deflagrador para o desenvolvimento das diferentes linguagens expressivas, tendo em vista que as crianças pequenas iniciam o conhecimento sobre o mundo através dos cinco sentidos (visão, tato, olfato, audição, gustação), do movimento, da curiosidade em relação ao que está à sua volta, da repetição, da imitação, da brincadeira e do jogo simbólico. No que diz respeito às linguagens expressivas, estes são os fatores fundamentais para que elas se desenvolvam. (CUNHA, 2004, p. 10)
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), no processo de construção do conhecimento, as crianças utilizam as mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem.
Ao se apropriar das múltiplas linguagens, as crianças começam interpretar melhor o mundo em que as cerca, possibilitando uma maior interação através das mesmas e as permitindo desenvolver-se integralmente durante os estágios de desenvolvimento, pois à medida que ela passa de um nível menos complexo de conhecimento para um mais complexo surge à necessidade de ampliar o domínio cognitivo.
Ao possibilitarmos atividades que englobam as múltiplas linguagens na educação infantil, estarei contribuindo para que diferentes conhecimentos sejam aprendidos pela criança de maneira significativa. As múltiplas linguagens como práticas pedagógica são atividades que envolvem formas de expressão do ser humano, como artes (música, movimento, pintura), oralidade, matemática, relações espaciais, servindo para nortear o planejamento de atividades.
4.1.1 Linguagem Oral e escrita
A linguagem oral e escrita se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, devido à sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento. “Desde o nascimento a criança convive com essas linguagens, primeiro com a oral (por meio de conversas dos adultos e destes com o bebê) e, posteriormente, com a escrita (quando a criança passa a visualizar mensagens nos diversos meios de comunicação)” (Oliveira e Carlos, 2012, p. 69)
Nas palavras de Mello e Miller (2008), é imprescindível destacar que o trabalho com a linguagem oral e escrita na educação infantil promove experiências significativas para as crianças, sendo um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Segundo Wells (1983), apud, Kato (1992), a criança progride mais rapidamente em linguagem por meio da participação ativa em conversas sobre assuntos do seu interesse, ou seja, o aprimoramento dessas duas categorias de linguagens depende do contato social da criança com as pessoas que se encontram à sua volta.
Desde muito pequena, a criança precisa conviver com práticas sociais de leitura e escrita, sendo importante saber que a história da escrita começa muito cedo na vida da criança. De acordo com Rodrigues (s/d), trabalhamos a Linguagem Oral quando possibilitamos momentos para que a criança possa falar e expressar suas idéias, como ocorre durante as rodas de conversa, nos momentos de música, durante conto de histórias, etc. Já a Linguagem Escrita é incentivada através do contanto das crianças com diferentes gêneros textuais e os mais variados portadores de texto, sendo que através de textos escritos também é trabalhado a oralidade da criança.
Para Vygotski (2001), desde o início, a escrita precisa ser apresentada à criança como um instrumento que tem uma função social: a função de expressar ou comunicar, idéias e sentimentos, ou seja, é um equivoco pensa que o ensino dos aspectos técnicos da escrita para a criança permite-lhe aprender a escrever e ler conforme requer o uso da escrita nas diversas situações sociais em que é utilizada.
Para que a criança aprenda, é necessário que o educador reconheça cada criança como um ser único, rico, com potencial para construir o seu conhecimento a partir das suas ações.
“(…) As crianças aprendem e desenvolvem-se bem na interação com pessoas que cuidam delas, que as amam, que as respeitam e lhes conferem confiança; pessoas atentas e sensíveis às suas particularidades, criando espaços equilibrados de estimulação, desafio, autonomia e responsabilidade; pessoas de referência na sua vida, como serão os familiares próximos bem como educadores e professores ao longo da infância” (Portugal, 2009, p. 7).
De acordo com Brito (2005), na educação infantil, ler com os ouvidos é mais fundamental do que ler com os olhos, pois ao ler com os ouvidos, a criança não apenas se experimenta na interação, na interlocução, mas também aprende a voz, a sintaxe e a palavra escrita.
4.1.2 Ciências Naturais e Sociais
O ensino das ciências na Educação Infantil constitui-se como um importante processo de aprendizagem, sendo um momento em que as crianças constroem o conhecimento em relação os fenômenos físicos e sociais. O ensino de Ciências é importante por possibilitar aos alunos compreender o dinamismo e a diversidade dos fenômenos naturais, incentivando-os a buscarem explicações lógicas e desenvolverem posturas críticas em contextos sociais. Assim, o professor deve estar atento às novas formas de trabalhar e reciclar seus próprios conhecimentos, proporcionando atividades onde as crianças possam interagir com diferentes materiais e situações.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), conhecer a Ciência é ampliar a possibilidade presente de participação social e desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo, conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva. Nessa perspectiva, o Ensino de Ciências pode contribuir para a percepção da integridade pessoal e para a formação da autoestima, da postura de respeito ao próprio corpo e ao dos outros.
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