O Lúdico Como Incentivador Processo Aprendizagem

O Lúdico como incentivador do processo de aprendizagem Ana Paula C. da Silva Nascimento Cesar Augusto A. do Nascimento Francisco Elielder Oliveira Pedro Cordeiro Neto

Resumo

Este artigo investigou como atividades envolvendo a ludicidade podem ser utilizadas como estratégias de identificação e construção do saber. Este trabalho possui uma abordagem qualitativa e trata-se de um estudo de caso desenvolvido no Núcleo de Educação e Desenvolvimento Infantil Nova Metrópole, situada na cidade de Caucaia- CE. O estudo foi desenvolvido com 09 ( nove ) crianças e 02 ( duas ) professoras pertencentes à turma da educação infantil III. Como resultados, percebemos que a cultura lúdica emana dos mais variados espaços na escola, possibilitando o ato de educar por meio de simples estratégias de ensino alinhadas com o brincar, proporcionando descobertas e obtenção de conteúdos, saberes e despertando conceitos. Palavras-chave Criança, conhecimento, escola, ludicidade, saber, interesse, incentivo.

Introdução

É fato que já foi observado por anos que o ensino basicamente fundamentou-se em copiar e decorar, tornando-se nos dias de hoje um ensino tradicional e arcaico que nos últimos tempos vem perdendo forças, sendo necessária a aplicação de novas práticas para o alcance de interesse pelo aprendizado por parte dos alunos.

A ludicidade tem se tornando uma opção obrigatória no cenário educacional, não somente pela necessidade dos tempos atuais e de mercado, mas devido a oportunidade de facilitação e possibilidade de compreensão e construção do conhecimento.

As práticas lúdicas no ensino são essenciais para o desenvolvimento pessoal, além de proporcionar oportunidades de compartilhamento e cooperação coletiva, tornando-se instrumento essencial na participação e motivação no processo de ensino e aprendizagem. Segundo LUCKESI (1998), percebeu-se que as atividades lúdicas no decorrer da vida escolar têm proporcionado um ensino mais dinâmico no qual o aluno torna-se sujeito ativo facilitando a construção do conhecimento. Essas atividades aumentam a motivação e participação dos alunos perante as aulas, pois o lúdico é integrador no universo do aluno.

É importante destacar que é papel do professor e, cabe a ele, saber conciliar o espaço a ser utilizado, os desejos e vontades de brincar do aluno e os conteúdos a serem trabalhados. Vemos que as atividades lúdicas em muitos casos são um grande desafio para o professor, sem falar que não é tão simples para muitos lidar com as novas tecnologias e deixar de lado o conforto do quadro negro e ter que buscar novas teorias e práticas pedagógicas, empregar novas atividades diferenciadas e metodológicas, despertando nos alunos curiosidades e fazendo-os pesquisadores. A atividade lúdica possibilita que o aluno interaja com seus colegas e assim faz da sala de aula um local para ampliar seus conhecimentos, aprender a trocar ideias e definir conceitos. (MRECH, 2012 p. 39).

A educação tem por objetivo principal formar cidadãos críticos e criativos com condições aptas para inventar e ser capazes de construir novos conhecimentos. O processo de ensino/aprendizagem está constantemente aprimorando seus métodos de ensino para a melhoria da educação. O lúdico é um desses métodos que está sendo trabalhado na prática pedagógica, contribuindo para o aprendizado do alunado possibilitando ao educador o preparo de aulas dinâmicas fazendo com que o aluno interaja mais em sala de aula, pois cresce a vontade de aprender, seu interesse ao conteúdo aumenta e dessa maneira ele realmente aprende o que foi proposto a ser ensinado,

estimulando-o a ser pensador, questionador e não um repetidor de informações.

È preciso ressaltar que o termo lúdico etimologicamente é derivado do Latim “ludus” que significa jogo, divertir-se e que se refere à função de brincar de forma livre e individual, de jogar utilizando regras referindo-se a uma conduta social, da recreação, sendo ainda maior a sua abrangência. Assim, pode-se dizer que o lúdico é como se fosse uma parte inerente do ser humano, utilizado como recurso pedagógico em várias áreas de estudo oportunizando a aprendizagem do indivíduo. Dessa forma, percebem-se as diversas razões que levam os educadores a trabalharem no âmbito escolar as atividades lúdicas.

Entender o caráter lúdico e expressivo do desenvolvimento infantil, em que os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam a cultura corporal pode ajudar o educador a organizar a sua prática, indo ao encontro das necessidades das crianças e refletindo sobre o espaço dado ao movimento em todos os momentos da rotina diária. ( BRASIL, 2002: p.27)

Este trabalho trata de um estudo de caso em sala de aula, na turma do Infantil III do Núcleo de Educação e Desenvolvimento Infantil Nova Metrópole em Caucaia-CE. A relevância desse projeto sobre a importância do emprego de atividades lúdicas alinhadas com o conteúdo a ser apresentado em sala, vem contribuir na análise sobre estas práticas pedagógicas e como elas são necessárias na formação dos docentes. Além disso, perceberemos que essa ação proporciona um melhor nível de interação e satisfação entre crianças e professores.

Dessa maneira, este artigo tem como objetivo principal compreender a utilização do lúdico como um incentivador do processo ensino-aprendizagem na referida escola e como objetivos específicos: identificar de que maneira o lúdico entra no planejamento do professor; identificar quais as práticas lúdicas são empregadas pelo professor durante as aulas; descrever a participação dos alunos durante uma aula convencional e descrever a participação dos alunos durante uma aula utilizando o lúdico.

Ludicidade como prática pedagógica

Considerando que a Ludicidade é a forma plena de vivência das experiências (LUCKESI, 1998), é fundamental este estudo por parte dos docentes, pois é a linguagem mais expressiva da criança, sendo natural para sua compreensão e interação. Frequentemente, nos deparamos com o desmerecimento para com este tema e as várias interpretações e estudos que dele derivam. Todavia, a Ludicidade não se restringe somente aos jogos, brincadeiras ou divertimentos, indo muito além desses, pois, como já citado, trabalha o envolvimento total em vivências que se desenvolvem e formulam os aspectos, físico, emocional, social e cognitivo da criança.

Outros autores como (FREUD, 1915; LACAN, 1979, apud MRECH, 2012, p. 161), vem reforçar esse assunto quando dizem que o uso de atividades lúdicas é “uma das formas de revelar os conflitos interiores da criança”. Filósofos, como DEWEY (1924, apud AMARAL,