O Paper Musicalização
Por: AnnaCaroline21 • 10/4/2023 • Projeto de pesquisa • 3.723 Palavras (15 Páginas) • 205 Visualizações
A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Acadêmicos: Anna Caroline de Paula Santos
Liliane Ap Pereira
Viviane G. De Paula
Tutor(a): Daiana de Moraes
INTRODUÇÃO
A música é uma das mais antigas formas de artes, a voz e o corpo são utilizados como instrumentos naturais e autoexpressão, as experiências musicais iniciadas em casa, mais tarde podem ser integradas em todo o currículo escolar, a musicalização permite a criança o desenvolvimento da capacidade de expressar-se de modo integrado, realizando movimentos corporais enquanto canta ou ouve uma música. A educação musical é uma forma de ensinar as crianças a se expressarem por meio da fala, da escrita e da leitura, é através da musicalização que a criança vai desenvolver as competências intelectuais e socioemocionais necessárias para exteriorizarem seus conhecimentos, opiniões e sentimentos. Segundo Winn (1975) A iniciação musical deve ter como objetivo durante a educação infantil estimular na criança a capacidade de percepção, sensibilidade e imaginação, age como uma recreação educativa, socializando, disciplinando e desenvolvendo a sua atenção. O presente trabalho tem como objetivo compreender o papel da música na vida das crianças e a importância da musicalização na educação infantil, sendo uma poderosa ferramenta que desenvolve na criança a concentração, coordenação motora, socialização, disciplina, raciocínio e equilíbrio emocional. Busca entender a importância de ser inserida na educação infantil, para uma ressignificação do trabalho musical para as crianças de diferentes mundos musicais e como o professor pode utilizar a música como suporte em suas aulas. |
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O conhecimento da música acompanha o homem ao longo de toda a sua história, a música é nossa mais antiga forma de expressão. A música é a essência na vida humana, que está presente em variadas ocasiões da vida do homem, nas cantigas de berço, nas brincadeiras de roda, nas festas, no trabalho, na religião, etc. Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brincadeiras rítmicas são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem as necessidades de expressão, que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva da criança. A música faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que já na Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, estava ligada a história da humanidade através dos tempos, desde a antiguidade tem tomado várias formas e significados diversos, onde vários povos já utilizavam sua arte. Para Brito (1998) aprender música significa ampliar a capacidade perceptiva, expressiva e reflexiva com relação ao uso da linguagem musical. É importante que no processo de musicalização a preocupação maior seja com o desenvolvimento geral das crianças. A música possui um papel importante no desenvolvimento da criança, ela contribui para o desenvolvimento psicomotor, socioafetivo, cognitivo e linguístico, além de ser facilitadora do processo de aprendizagem. A musicalização na educação infantil é o nome que se dá para uma construção de conhecimento que tem como premissa o desenvolvimento musical, visto que este pode favorecer o senso rítmico, a imaginação, a memória, a concentração, atenção e autodisciplina. (VENANCIO; CARVALHO, 2019, p,6) Segundo Chiarelli, (2005) a musicalização permite que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção de esquema corporal, favorecendo a comunicação com o outro e contribuindo para o desenvolvimento cognitivo- linguístico, psicomotor e socioafetivo da criança. A musicalização no início da educação infantil contribuirá para o desenvolvimento da atenção e percepção dos bebês, quando canta para eles; produz sons vocais por meios da imitação de vozes de animais, ruídos, sons corporais, palmas, batidas nas pernas, pés, etc. Favorece a interação e respostas dos bebês. É importante que isto esteja muito presente na vida delas, pois é através deste contato com a música que poderão desenvolver muitas de suas linguagens no ouvir, no falar, no ler e escrever (SOUZA,2000. Rev. Primeira evolução. São Paulo, v.3, n 27, p.77). Ao trabalhar com som, a criança aguça sua audição, ao acompanhar gestos, ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons, ela está estabelecendo relações com o ambiente em que vive. O aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo das crianças, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo. (BRÉSCIA; 2003, p.82). A música na educação infantil serve de ferramenta incentivadora da criatividade nas crianças, é uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e momento feliz para as crianças. A música vem como como ferramenta de construção de um indivíduo, deve ser usada como uma experiência significativa para a crianças, para que seja realmente retida, transformada em informação útil, e não somente em um aprendizado mecanizado. A música na Educação Infantil vai além de cantar para que as crianças se distraiam em um período do dia. Quem está em contato com uma criança sabe que a música é um importante meio para que estas possam trabalhar sua expressão corporal, já que provoca estímulos, os quais permite que as crianças se expressem através de gestos. A coordenação motora também pode ser explorada através da música, tanto através da motricidade fina como da ampla, pelo simples tocar ou manusear um instrumento, ou pela dança (SANTOS, 2017, p. 4). Segundo ALMEIDA; COSTA (2010, p. 05) A criança memoriza um repertório maior de canções e conta, consequentemente, com um arquivo de informações referentes a desenhos melódicos e rítmicos que utiliza com frequência nas canções que inventa, portanto, ao inventar ela está criando, a música instiga na criança a criatividade, o que é muito importante na educação infantil. A criança improvisa versos, palavras, canta pequenas histórias, muda trechos de música, criando e recriando pode até cantar longas canções enquanto brinca. Podemos considerar que a música é ferramenta essencial para o educador que tenta renovar e trabalhar sua metodologia de forma lúdica e criativa, desenvolvendo a criatividade da criança no aspecto educacional, no qual favorece de forma lúdica e construtiva para uma melhora significativa nos seus aspectos motivacionais. Todo processo na educação infantil requer cuidados, pois se trata da formação da criança, mas para que isso ocorra com tranquilidade e de forma lúdica temos que utilizar ferramentas que nos conduza a um bom retorno da aprendizagem das crianças, e a música é uma ferramenta valiosa, porém tem que saber envolver os conteúdos, enriquecendo assim sua metodologia. Além do desenvolvimento cognitivo que é estimulado com a musicalização na Educação Infantil, a música ainda cria laços afetivos da criança com o professor e os demais componentes da turma. A musicalização na educação infantil é o instrumento que tem a maior facilidade na aprendizagem do aluno ,pois a. Criança aprende a ouvir de maneira mais ativa e reflexiva quanto mais o professor utilizar e trazer esse meio de aprendizagem para a sala de aula maior será a capacidade para ela se desenvolver tanto a atenção, a memória, a concentração e as habilidades sendo ela tocando algum instrumento, com gestos ou participando de alguma brincadeira. É importante cantar e brincar com as crianças, pois como dissemos o vínculo afetivo e prazeroso que se estabelece nos grupos em que se canta é forte e significativo (BRITO, 2003, p.07). Segundo Bossa (2000), o professor poderá criar um espaço de aprendizagem por meio de jogos da memória musical, brincadeiras musicais, cantigas, parlendas, etc. (Bossa, 2010. Rev. Cient, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 34). Um exemplo a se dar sobre os jogos de musicalização é a caixa musical. [pic 1] Fonte:Fichas caixa musical para imprimir! - Professora antenada A caixa musical é um recurso riquíssimo, instiga as crianças a descobrir e desenvolver a oralidade através da música. Os alunos são colocados em círculo e dentro de uma caixa, previamente preparada, deve-se ter figuras que representam músicas. Por exemplo, uma aranha, um sapo, uma borboletinha, um pintinho amarelinho, uma estrelinha, etc. E quando um aluno tirar uma figura da caixa, a turma toda deverá cantar a música sorteada. Cada atividade, em suas diferentes especificidades, favorece o processo de aprendizagem da criança à medida que oferece a ela a oportunidade de demonstrar suas emoções e construir significados para cada nova vivência adquirida. Bréscia (2003) ressalta que os jogos musicais podem ser de três tipos, correspondente às fases do desenvolvimento infantil: *Sensório-motor: São atividades que relacionam o som e o gesto. A criança pode fazer gestos para produzir sons e expressar-se corporalmente para representar o que ouve ou canta. Favorecem o desenvolvimento da motricidade. *Simbólico: Aqui se busca representar o significado da música, o sentimento, a expressão. O som tem função de ilustração, de sonoplastia. Contribui para o desenvolvimento da linguagem. *Analítico ou de Regras: São jogos que envolvem, a estrutura da música, onde são necessárias a socialização e organização. Ela precisa escutar a si mesma e aos outros, esperando sua vez de cantar ou tocar. Ajudam no desenvolvimento do sentido de organização e disciplina. No contexto da educação infantil, a música é utilizada de maneira equivocada, ficando restrita aos momentos do lanche, da higiene, para disciplinar as crianças ou organizar materiais e espaços, ou ainda, para referenciar datas comemorativas. Para rever esta prática, é necessário que o professor volte seu olhar para os modos de como a criança aprende e se desenvolve. Nogueira (2004) diz que, a música também é importante do ponto de vista da maturação individual, isto é, do aprendizado das regras sociais por parte da criança. Quando uma criança brinca de roda, por exemplo, ela tem a oportunidade de vivenciar, de forma lúdica, situações de perda, de escolha, de decepção, de dúvida, de afirmação. (2004, p. 113). Silvia (2006, p 4-6) relata sobre como as crianças são musicalmente capazes de fazer em cada faixa etária: *4 meses: Imita o canto, mesmo que não atenda à altura ou aos tempos dos sons. Consegue cantarolar sons únicos: como u-u-u-u-u, e-e-e-e, i-i-i-i, o-o-o-o etc. Responde à música com movimentos repetitivos (balanceamentos corporais ou agitação de membros), não correspondendo propriamente à música, pois trata-se única e simplesmente de ritmos próprios. *6 meses: Fase em que já começam a entender e produzir os sons, embora não sejam ainda capazes de conseguir estabelecer uma relação de altura (tom) exata de uma nota. *9 meses: Associa o canto ou a expressão vocal a tudo o que faz. Aparecem as primeiras expressões rítmico-musicais. Começa a acompanhar canções associadas aos batimentos corporais (bater pés, mãos, pernas, palmas etc.). * 1 ano: Consegue imitar sons de animais, transportes, pessoas e outros. Atreve-se normalmente a acompanhar ritmos com o corpo, assim como reage corporalmente à música que lhe é oferecida. Procura uma ligação bem estabelecida (sincronização) entre os sons e o movimento corporal. Os ritmos mais fáceis de acompanhar são as canções de embalar. Pode a criança, nesta fase, cantar um pouco da canção, mesmo sem a perceber. Consegue ampliar o tempo, o tom e a intensidade da voz, assim como presta atenção a certos sons, como relógios, campainhas, despertadores etc. *2 anos: Imita sons de instrumentos e vários sons do cotidiano. Reage abundantemente com reações rítmico-corporais, assim como adora o ritmo, pois a estimula a cantar e reconhece algumas melodias. Tem desempenhos significativos em termos de execução de instrumentos rítmicos. * 3 anos: É capaz de criar uma imagem mental dos sons dados por instrumento, assim como consegue agrupar elementos sonoros idêntico. É detentora de um elevado desenvolvimento do senso rítmico e do ouvido melódico. Consegue cantar na altura correta, embora cante nos tons graves e grita nos agudos. Mesmo fora de tom consegue cantar canções inteiras, assim como começa a coincidir tons simples. Caminha, corre e pula em conformidade com a música e seu ritmo. A sua capacidade torácica ainda não lhe permite cantar grandes frases musicais, sem que tenha que recorrer a respiração intermédia. *4 anos: A criança ainda não tem uma noção consciente da simultaneidade sonora. Assim como ainda confunde a intensidade com velocidade, mas já consegue distinguir o mais lento do mais rápido, e apenas faz um acompanhamento intuitivo, ou seja, em perceber conscientemente os tempos nem os reproduzir intelectualmente. Adora explorar o universo sonoro e já consegue cantar canções comuns, assim como identifica melodias simples e dramatiza. Começa a ter um maior controle da sua voz e tem prazer em participar de jogos cantados, se bem que simples. Começa a gostar de cantar para os outros, ao mesmo tempo em que aumenta o seu repertório, assim como já reconhece todos os sons de uma oitava e, muitas das vezes, já canta dentro do tom * 5 anos: Consegue cantar a duas vozes e já é dona de uma sensibilidade musical própria. Gosta de ter um repertório extenso. Já consegue cantar dentro do tom. Está em condições de sincronizar corretamente movimentos, dançar e executar batimentos corporais em conformidade com a música e o ritmo que lhe são expostos. Com instrumentos rítmicos e melódicos para efetuarem experiências a nível de composição, as crianças de 5 anos de idade conseguem executar sequências diatônicas e tonalidades cromáticas nos xilofones (compreendendo os conceitos de escala). A musicalização na sala de aula também pode ser usada como forma de relaxar os alunos depois das atividades físicas, ou para acalmá-los diante da tensão de novas e diferentes atividades. Melo (2011) afirma que as atividades musicais na escola podem ter objetivos profiláticos, nos seguintes aspectos:
É importante salientar que cada crianças possui um ritmo próprio de aprendizagem que deve ser respeitado.
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