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O Pinóquio as Avessas

Por:   •  30/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.387 Palavras (10 Páginas)  •  245 Visualizações

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Pinóquio as Avessas












CAMPINAS
2017


Em sua cama prestes a dormir, Felipe ouvia com atenção o seu pai lhe contando a estória de Pinóquio, um bonequinho de madeira, que fugiu da escola pois preferiu brincar, e assim nasceu orelhas e rabo de burro “pois quem não vai à escola, fica burro”. “É preciso ir à escola para não ficar burro, para ser gente de verdade”, disse seu pai e lhe deu uma boa noite. Felipe adormeceu pensando no que acabava de ouvir, teve um pesadelo onde era um burrinho puxando a carroça.
Quando nasceu , seus pais muito contentes e empolgados já iniciaram seus planos para o futuro do filho que seria alguém muito inteligente , quem sabe se tornaria um cirurgião famoso , ou um grande cientista porque não um bem sucedido administrador de empresas!
Felipe nada saberia sobre os planos dos pais , afinal levava apenas uma criança , e crianças vivem o seu presente cheio de perguntas e curiosidades vivia feliz, onde brincava descobrindo um mundo que a cada dia tinha um formato, uma novidade. Assim surgem as perguntas, querendo ver o que está escondido, querendo saber o que está atrás das coisas.
Não era sempre que Felipe se contentava em apenas perguntar, aos 6 anos de idade queria saber porque os ponteiros do relógio de sua mãe andavam em diferentes velocidade! Então desmontou o relógio pensando que conseguiria monta-lo de novo, mas apenas ganhou uma bronca de sua mãe!
Quando nem o pai ou sua mãe sabiam responder as suas perguntas lhe diziam – “ Na escola você aprendera...” Então pensava  “ A escola deve ser um lugar maravilhoso! Lá os professores responderam minhas perguntas...” E assim dormia feliz.
Felipe amava pássaros , ficava fascinado com eles adorava admira-los em voo , na livraria procurava livros sobre pássaros, na televisão, os programas de pássaros que roubava toda sua atenção e a preço, em seu jardim os alimentava. Sua maior felicidade era descobrir que um pássaro deixara um ninho em seu jardim.
Gostava que sua mãe contasse a estória de João Francisco de Assis, o santo que conversava com os pássaros. Ficou encantado quando seu pai contou um mito de Ícaro, o homem que quis voar com os pássaros. Também gostaria de saber as linguagens dos pássaros, sua alma estava cheia de pássaros.
Um dia seu pai perguntou o que ele queria ser quando crescer pois logo iria entrar para a escolinha. Felipe se assustou, e logo respondeu que queria continuar sendo ele mesmo, Felipe! Mas seu pai lhe explicou que as crianças entram na escola para aprender e passar no vestibular, assim iniciam na faculdade para se formar em algo especifico como professor, medico, advogado, engenheiro. Então comprar sua casa, carro, casar, ter filhos! Escola serve para transformar crianças que brincam em adultos que trabalham. Felipe queria ser adulto, adultos são altos, alcançam coisas, são fortes, fazem o que querem! E teve uma dúvida, perguntou ao seu pai como que a escola o transformaria em adultos? Então ele explicou que de ano em ano ele aprendia novas coisas, e apenas passaria de ano se tivesse boas notas, seguiria nessa jornada até o ensino médio, enfim faria o vestibular para entrar. Começaria um novo ciclo, se especializando na profissão que escolheu, enfim chegaria a formatura e então receberia um diploma com seu nome que dirá o que você é! Felipe se empolgou pois sabia várias coisas, como os nomes dos passarinhos, montar quebra-cabeça, descascar laranja, regar o jardim e várias outras coisas. Logo já disse que tiraria ótimas notas, seu pai o interrompeu explicando que ele ganharia notas com um conteúdo novo que os professores iram ensinar, assim passaram provas, e ele terá que estudar para tirar notas boas, superiores a 5. Felipe incomodado logo o questionou achando um absurdo que tirando 4 poderia perder um ano inteiro de vida na escola. Seu pai riu e entendeu que Felipe ainda era muito novo para saber qual será sua profissão quando se tornar adulto.
Aquela noite, Felipe teve dificuldades para dormir. Ficou pensando: “Eu quero deixar de ser criança. Quero me transformar em adultos. Quero entrar na escola. Tenho que tirar boas notas. Tenho que tirar as melhores notas e entrar na Universidade. Quero ter um diploma em que esteja escrito Felipe Ricardo da Silva.”
Finalmente chegou o dia em que irá para a Escola. Estava muito feliz. Chegando lá começou a brincar com várias crianças que estavam no pátio. De repente soou uma campainha, os professores começaram a separara as crianças por idade em várias turmas, então os conduziram para dentro da escola. Felipe olhava admirado aquele longo corredor com salas dos dois lados, cada turma entrando em uma porta.
Esse primeiro dia foi uma festa. Os professores vieram cada um uma hora, falaram sobre as coisas que ensinaram e as crianças terão que saber. Cada vez que a campainha tocava, um professor ia embora e outro entrava.
Felipe descobriu que existe hora certa de pensar em tudo, e na sala de aula descobriu que o que determina o que eles vão estudar é o “Programa” , e ele entende também que ele não está na escola para aprender coisas que ele gosta.
Entendeu que cada criança tem uma velocidade diferente, mais no final todos ganham.
Por causa de um dos seus sonhos percebeu que toda vez que tocava a campainha mudava de professor e matéria, como se fosse uma TV que mudamos de canal.
Felipe fez uma pergunta ao professor que a mesma não soube responder, ela explicou a ele que ele precisa saber para ter no boletim, e saber para o vestibular.
Deu a entender que o conhecimentos não valem para ser útil e sim porque vão cair na prova.
O menino por não prestar atenção na aula foi mandado para a psicóloga, que logo então mandaram chamar seus pais dizendo que ele precisa ser tratado. Os pais dele falaram que se ele continua-se assim ia ser chamado de burro , não iria ter um bom boletim, não aprenderia o que está no programa e comparou com Pinóquio.
Entendeu então que ele tinha que aprender diversos nomes ensonados de cada matéria, e com isso ele tirou as melhores notas, e passou em primeiro lugar no vestibular, ganhou seu nome no outdoor, aprendeu que o mais importante é entrar no mercado de trabalho.
Felipe ganhou cartão de visita, se tornou respeitado, ficou rico, só que ele não estava feliz, pagou uma psicanalista para estudar seus sonhos.
Após outro sonho voltou a ser o menino que foi um dia, e a felicidade tomou conta da sua alma.



















Abordagem Tradicional

- No livro a abordagem tradicional aparece quando Felipe foi ao primeiro dia de aula “Mas de repente soou uma campainha. As crianças pararam de brincar. Os professores e as professoras as separaram em pequenos grupos e as organizaram em filas”

“A escola não é para você aprender aquilo que quer – disse a professora. – A escola é para você aprender aquilo que deve aprender. O que deve aprender é aquilo que disseram os homens inteligentes do governo. Tudo na ordem certa. Uma coisa de cada vez. Todas as crianças ao mesmo tempo. Com a mesma velocidade”. Sabemos que nessa abordagem o professor é o centro do ensino, ou seja, ele impõe ao aluno o que cada um vai aprender ao longo do ano, pois para o professor o aluno não tem conhecimento.

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