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O Racionalismo

Por:   •  20/6/2018  •  Resenha  •  1.773 Palavras (8 Páginas)  •  217 Visualizações

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  • Contextualização histórica

    O Racionalismo, é uma corrente filosófica que surgiu entre os séculos XVI e XIX como reação  ao  pensamento  medieval  da  exaltação  da  fé e  acreditava  na  existência  de  uma  causa  inteligível  para  tudo.  Essa causa só poderia  ser  alcançada pelo  pensamento  e   pela  razão, que seriam fundamento  e  fonte  do conhecimento  verdadeiro.

  • Principais Ideias

O racionalismo é uma corrente de pensamento que  buscava entender o mundo e investigar a verdade através do uso exclusivo da razão. Acreditava-se, no racionalismo, que a razão fosse capaz de explicar todas as coisas deste mundo, e as coisas além deste mundo (como Deus e a alma).  Ou seja, ela não se prendia aos fatos ou ao mundo sensível, mas afirmava que a razão humana poderia transcender e chegar ao conhecimento de realidades transcendentes. (1) o mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos; e 2) o mundo das idéias gerais (inteligível), "das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos") Com isso o racionalismo deu à razão poderes absolutos, desprezando inclusive a experiência,  as evidências físicas e os sentidos. Se algo podia ser explicado racionalmente, de forma lógica, então haveria de ser verdade, mesmo sem comprovação da experiência. Vai se dividir em várias vertentes: transcendente, epistemológico, metafísico. O Racionalismo afirma que a realidade possui uma estrutura racional e que o conhecimento pode ser adiquirido diretamente por meio do intelecto e do raciocínio dedutivo(princípios lógicos e matemáticos), em vez de por meio de experiências sensoriais ou ensinamentos religiosos. Os racionalistas acreditam que, em vez de ser uma “tabula raza” em que são gravadas informações sensoriais, a mente é estruturada por e reage aos métodos matematicos de raciocínio. Acreditavam ainda que parte do conhecimento ou dos conceitos que empregamos fazem parte de nossa natureza racional inata: as experiências podem ativar um processo por meio do qual esse conhecimento é levado à consciência, mas as próprias experiências não nos fornecem o próprio conhecimento. O racionalismo aparece como um contraste ao empirismo que ensina que a origem de todo conhecimento é a experiência. Os principais filósofos racionalistas são Descartes, Leibniz e Espinoza. 

  • Pensadores

    René  Descartes,  filósofo  e   matemático  francês,  foi  o  pensador  que inaugurou  o  Racionalismo.  Descartes era  um  ferrenho  defensor  da  existência  de  Deus,  que acreditava  ser  a  substância  primeira  e  criadora  do  homem  e  da  realidade.  Além disso, ele dividiu  as  ideias  em  três  tipos:  adventícias  (vindas  dos  sentidos),  factícias (que  provinham  da  imaginação)  e  inatas  (que  nasciam  conosco).  Para ele, a noção da existência de Deus e os conceitos matemáticos fazem parte do último tipo.   Apesar de acreditar em Deus, defendia  o  livre  arbítrio  e  a responsabilidade  humana  por  suas  ações.  Sobre a   filosofia, costumava  fazer  uma metáfora  com as  árvores, dizendo  que  a metafísica  formava a  raiz;  a física, o  tronco; e  as  diversas  ciências,  os  galhos.  Assim, o  mais  alto  grau  de  sabedoria  era  a  moral, que  pressupunha  o  conhecimento  das  diversas  ciências,  e  a  virtude,  que  consistia no raciocínio guiando nossas ações.  Era dualista, pois acreditava na separação  entre corpo  e alma. Para  ele, a mente comanda  o  corpo,  mas  ele  é  capaz  de  influir  sobre  a  mente,  o  que  caracteriza  os momentos em que agimos pelas paixões. Sua  obra  mais  famosa  é  "Discurso  Sobre  o  Método",  onde  ele  escreve sua  famosa  frase   "penso,  logo  existo"  ( apud  CHAUI,  Marilena,  2015 ,  p.109).  Isso significa  que  só  podemos  conhecer  algo  por  meio  da  razão  e  também  que  o   único pressuposto inquestionável é "eu sou um ser pensante".

    Baruch  ou  Benedictus  de  Spinoza  ou  Espinosa  nasceu  em  Amsterdã,  na Holanda, no  seio  de uma família judia de origem  portuguesa que  fugia da  Inquisição, Quando  cresceu,  tornou -se pesquisador  de  textos  bíblicos,  do  Talmude  (livro  fundamental  dos  rabinos),  da cultura  hebraica  e  também  da   cultura  grega.  Por  conta  disso,  sua  filosofia  é  quase totalmente  voltada  para  Deus. Para  ele,  Deus  é  a  engrenagem   que move  o  universo;  causa  de  tudo;  substância  eterna,  infinita,  onipotente  e onisciente.  Recusava  o  Deus  católico,  pois  acreditava  que  os  textos  bíblicos  não traduziam  com  veracidade  a  realidade  do  ato  da  criação  e  nem  a  existência  do Criador.  Além  disso,  ele  considerava  um  erro  os  dogmas  rígidos,  os  rituais  sem sentido,  o  luxo  e  a  ostentação.  Por pressão  da   Igreja  Católica,  foi  excomungado  d a Sinagoga Portuguesa de Amsterdã por essa heresia. É encaixado  como  racionalista  porque  via  o  homem  como  um  complexo de  fenômenos  psicofísicos  e  o  pensamento  como  um  atributo  divino.  Não  bastasse isso,  ainda  acreditava  que  o   conhecimento  sensível  era  totalmente  subjetivo,  pois mesclava  qualidades  do   objeto  com  as  do  sujeito.  E  sua  principal  obra,  Ética,  é muito  similar  a  um  tratado  de  geometria. Mas até  o  Racionalismo  tinha  influência divina:  toda  a  realidade  é  deduzida  de  Deus  racionalmente,  logicamente  e geometricamente.  “Tudo o  que  existe ,  existe  em  Deus  e  nada  pode  existir  ou  ser concebido  sem  Deus”. Foi muito influenciado pelo  estoicismo,  pois  não  acreditava  que  podíamos  mudar  a  realidade  o u  o  futuro (não devíamos nem rezar por isso, pois o que importa é o que Deus quer).

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