O Radioctive Relatório

Radioactive

     Em uma época em que a sociedade francesa se mostra patriarcal e xenófoba, uma mulher imigrante polonesa se destaca por sua mente brilhante. Cientista da Universidade de Paris, enfrenta grandes dificuldades em continuar seus experimentos quando é despejada de seu laboratório. Aparentemente por ser mulher. Mas ao conhecer Pierre Currie, seu futuro marido, decide se unir a ele, tornando-se assim parceiros em suas experiências, já que ambos possuíam uma admiração mutua.

     Depois de alguns anos, após muito trabalho e experimentos, conseguem extrair rádio de quatro toneladas de pechblenda, e se apresentam na Universidade de Paris informando a descoberta de dois novos elementos: Polônio e Rádio. Logo, Marie anuncia a descoberta da Radioatividade.

     O Rádio imediatamente é usado em um série de produtos comerciais, assim como também para tentar contatar os mortos, sendo este uso desaprovado por Marie.

    Graças a descoberta, Marie dividiu com seu marido Pierre o Prêmio Nobel de Física, mas se chateia por ele ter ido até Estocolmo receber o prêmio sem ela.

    Percebe-se que tanto Marie, quanto seu marido Pierre já sofrem os efeitos da exposição à radiação. Pierre já se mostrava muito doente ao decorrer do tempo, como resultado de suas pesquisas, apesar de sua morte ter sido ocasionada por um atropelamento por uma carroça. Após a sua morte, sua cadeira de professor na Universidade é oferecida a Marie, que aceita.

    A vida pessoal de Marie após a morte do marido se torna muito conturbada, a ponto de se envolver com seu colega de trabalho que é um homem casado.  Detalhes do seu caso foram expostos pela imprensa, o que a tornou alvo do desprezo da sociedade.

     Relatos que complicações causadas pelo uso da radiação estavam surgindo com frequência. Notícias de doenças e mortes, começaram a aparecer com mais regularidade. Apesar de tudo, Marie segue com o seu trabalho. E enquanto mescla a vida de pesquisadora e mãe (nesse momento Marie tem duas filhas), recebe a notícia que foi a ganhadora de mais um Prêmio Nobel, e dessa vez sozinha. Mas aparentemente ela não seria bem-vinda a ir recebe-lo pessoalmente, mas decide a não acatar as instruções do comitê ir até Estocolmo. Foi saudada com entusiasmo.

     O tempo passa, e quando a Primeira Guerra Mundial tem início, uma das filhas de Marie, Irene, já com 18 anos, a convence a conduzir máquinas de raios –x ao encontro dos soldados feridos na guerra para determinar se eles realmente precisariam de amputação. Antes eram amputados por razões simples, sem necessidade. Marie financiou essa operação vendendo as suas medalhas de ouro que recebeu como ganhadora do Prêmio Nobel. As máquinas de raios-x portáteis ajudaram a salvar muitas pessoas durante a Primeira Guerra.

     O interessante do filme é que cenas da vida de Marie Currie são entrelaçadas com acontecimentos futuros que foram impactados com sua descoberta. Sendo eles o lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki em 1945, a Radioterapia em um hospital em Clevelend em 1956, um teste de bomba nuclear em Nevada, em 1961 e o desastre de Chernobyl em 1986. Inclusive uma das cenas finais do filme trata-se de Marie tendo visões desses acontecimentos em seu leito de morte. Morte essa causada por anos de exposição a substâncias radioativas.

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