O SURDO NA IDADE CONTEMPORÂNEA
Por: JHOON174 • 13/8/2019 • Trabalho acadêmico • 2.972 Palavras (12 Páginas) • 1.570 Visualizações
- O SURDO NA IDADE CONTEMPORÂNEA
Foi somente até o final do século XVIII, que os trabalhos realizados em instituições apareceram. Ressaltando, contudo, que fora neste século que se instaurou a Revolução Francesa (1789 e 1799). Quer dizer, fator predominantemente importante no cunho jurídico no que diz respeito a igualde em todos os sentidos. Isto porque, nesta época eram os preceptores, tais como, médicos, religiosos ou gramáticos, quem realizavam a árdua missão de educar o Surdo.
É sabido que, antes de 1750, a maioria dos Surdos que nasciam não era alfabetizada ou instruída.
Em 1970, no lugar de L´Epée, Abbé Sicard (1742-1822) foi nomeado diretor do Instituto Nacional de Surdos. Com a morte de Sicard, foi nomeado como diretor do Instituto seu discípulo Massieu, um dos precursores professores Surdos do mundo. Com isso, aos poucos os Surdos foram ganhando espaço, porém, ainda, somente à educação.
Por causa disso desencadeou, na época, uma grande disputa/ rivalidade pelo poder, envolvendo outros dois estudiosos da surdez, Itard e Gérando, ocasionando o afastamento de Massieu da direção do Instituto.
Jean-Marc Itard (1775-1838) foi um médico-cirurgião francês que se tornou médico morador do Instituto Nacional de Surdos de Paris, em 1814. Estudou com Philipe Pinel, pai da Psiquiatria, e seguia os pensamentos do filósofo Condillac. Este, no entanto, dizia que: ‘’sensações são as bases para o conhecimento humano e que somente a experiência externa é fonte do conhecimento’’. Com isso, dentro desta concepção, era exigida a erradicação ou a “diminuição” da surdez para que o surdo tivesse acesso a este conhecimento.
O médico-cirurgião Itard, na ocasião, iniciou um trabalho com o Garoto Selvagem, em 1799, que ganhou repercussão e espaço, no filme francês de 1970, O Garoto Selvagem, de François Truffaut. O caso e tratou de Victor, um menino encontrado nos bosques de Aveyron, por volta dos 12 anos de idade, deslocando-se de quatro, comendo bolotas de carvalho e levando uma vida de animal. Quando foi levado para Paris, em 1800, despertou o interesse filosófico e pedagógico: Como ele pensava? Podia ser instruído? Com isso, Itard trabalhou com o Garoto Selvagem (1969), (nesta época já se tinha promulgado a Declaração Universal dos Direitos humanos), de Marcos Carvalho Lopes em sua obra ‘o menino selvagem de Aveyron (2008)’, por cinco anos e foi constatado que Victor nunca adquiriu linguagem, foi somente forçado a falar.
Importante salientar, o caso em comento, pois leva-se também em consideração o comportamento mediante ao entrosamento, convívio social, ou seja, fator importante para o desenvolvimento cognitivo. Com relação aos Surdos não era/é diferente.
O caso da história de Victor foi tão interessante que serviu de inspiração para um filme da Disney de nome Mogly, O Menino Lobo. Não obstante, o médico dedicou grande parte de seu tempo buscando compreender as possíveis causas da surdez.
Sua primeira constatação, então, foi a de que a causa a surdez não era visível. Seus próximos estudos macabros e inumanos, foram dissecar cadáveres de Surdos, dar descargas elétricas em seus ouvidos, usas sanguessugas para provocar sangramentos e furar as membranas timpânicas de alunos. Ocasionou na oportunidade a morte de alguns e outros tivessem fraturas cranianas e infecções devido às suas intervenções.
Itard, nunca aprendeu e nem se interessava em aprender a Língua de Sinais. Seu trabalho era todo voltado para a discriminação dos instrumentos musicais para posteriormente chegar à discriminação de palavras. Na ocasião, criou o curso de articulação para surdos aproveitáveis, esse era o termo utilizado pelo autor.
Após 16 (dezesseis) anos árduos de trabalho incessante para chegar à oralização, Itard e convenceu do fato de que o Surdo somente poderia ser educado por meio da Língua de Sinais.
O barão de Gérando era filósofo, administrador, historiador e filantropo. Ganhou a disputa pelo cargo de diretor do Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris, mencionada anteriormente. Sua compreensão e conclusão sobre os surdos eram as mais discriminatórias e vexatórias possíveis. Para ele, os Surdos entravam na categoria de selvagens e sua língua era vista como pobres quando comparada à língua oral e não deveria seu usada na educação.
Contudo, apesar dos esforços à alfabetização, aprendizagem à educação, os Surdos ainda não tinham Leis ou Tratados que pudesse assisti-los, dando a eles garantias jurídicas.
Há a Universidade Gallaudet, como é chamada atualmente, é ainda a única escola superior de artes liberais para estudantes Surdos do mundo, e a primeira língua utilizada nas aulas da universidade foi a Língua de Sinais.
Outro defensor ferrenho do Oralismo foi Alexander Graham Bell (1847-1922), cientista e inventor do telefone. Era filho de Surda e casado com Mabel, que perdera a audição quando jovem. Para ele a surdez era um desvio, e os Surdos deveriam se passar por ouvintes inseridos no ‘mundo de ouvintes’. Ainda um aluno Surdo ter como professores um instrutor Surdo, para ele, só serviria como barreira para sua integração com a comunidade ouvinte.
Bell se consolidava na ideia de que os Surdos deviam estudar junto com os ouvintes, não como direito, mas para evitar que se unissem, que se casassem e criassem assembleias. O fato de os Surdos se casarem para ele representava um perigo para a sociedade.
Destarte ao que fora dito, Veditz, ex-presidente da Associação Nacional dos Surdos, falara que Bell foi considerado o mais temido inimigo dos surdos americanos. Uma vez que suas ideias e posições eram extremistas.
As instituições de educação de surdos foram se espalhando, ganhando força e espaço por toda a Europa, que serviu como mola promissora a fundamentos às Leis futuras voltada para Surdos.
Na ocasião, em 1878, em Paris, aconteceu o I Congresso Internacional de Surdos, instituindo que o melhor método para a educação dos surdos consistia na articulação com leitura labial e no uso de gestos nas séries iniciais. Porém, esta determinação durou dois anos, pois em 1880, em Milão, ocorreu o II Congresso Mundial de Surdos, que promoveu uma votação para estabelecer qual seria a melhor forma de educar uma Pessoa Surda, (Alejandro Ovideo, 2006).
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