O posicionamento do curso de pedagogia no Brasil
Trabalho acadêmico: O posicionamento do curso de pedagogia no Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: krolmr • 1/9/2014 • Trabalho acadêmico • 3.354 Palavras (14 Páginas) • 450 Visualizações
Diante desse cenário, uma questão, então, se colocou como emblemática para o
estudo proposto: como se posicionam acerca do Curso de Pedagogia no Brasil aqueles
pedagogos que foram testemunhas dos tempos iniciais de implantação desse curso como
seus primeiros destinatários, isto é, seus alunos, vivendo esse período? Além disso,
vivendo, desde então, como “profissionais dessa área”, dedicando-se a ela com
empenho e com expressiva produção acadêmica, no exercício da ocupação de
pedagogo, em seus diferentes aspectos e funções.
Sob esta perspectiva, o recorte da pesquisa recaiu sobre pedagogos que cursaram
pedagogia no período compreendido entre os anos de 1939, quando o curso foi criado, e
1969, quando foi
homologado o parecer CFE nº. 252, imprimindo mudanças na
composição curricular do curso. O foco se voltou para pessoas que não só graduaram-se
em pedagogia nesse período, como também atuaram e/ou atuam como professores desse
curso e acumulam expressivo capital científico.
Buscando pôr em evidência a posição desses pedagogos a respeito do Curso de
Pedagogia no Brasil, foram definidos dois objetivos para o estudo: levantar, junto aos
pedagogos investigados, aspectos característicos do início do Curso de Pedagogia no
Brasil e das mutações por ele sofridas, para analisar as implicações, resistências e
avanços na evolução desse curso e sua importância no âmbito acadêmico; e procurar
obter junto a esse grupo qual a sua posição acerca da pedagogia enquanto domínio de
conhecimento e enquanto curso, para mapear e interpretar a posição da pedagogia no
contexto do campo educacional brasileiro.
No tocante à escolha dos sujeitos participantes, o objeto do estudo apontou para
uma definição intencional e proposital, com critérios e perfis predefinidos, no sentido de
assegurar, tanto quanto possível, a composição de um grupo representativo dos
primórdios do curso, e, também, do processo de sua consolidação no Brasil.
Um ponto-chave no processo de composição do grupo participante do estudo
residiu na própria conceituação do que denomino de pedagogos primordiais, no sentido
amplo de terem tomado parte no período inicial do curso, mas também de se manterem
atuantes e influentes desde então.
Uma vez localizadas essas pessoas-chave, a abordagem
metodológica foi a
análise de depoimentos, colhidos através da realização de entrevistas semi-estruturadas.
Buscou-se, então, obter, mediante o desenvolvimento dessas entrevistas, informações
sobre os primórdios do Curso de Pedagogia no Brasil, a formação nele recebida, as
influências sentidas, as mutações por ele sofridas ao longo do tempo e, também, como
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os entrevistados percebem a pedagogia e o seu domínio de conhecimento, formação,
atuação e intervenção social.
Ao iniciar as entrevistas e também após as primeiras interpretações dos dados,
outras fontes complementares de informação foram consideradas. Dentre elas, se situa a
análise documental. Tal procedimento se desdobrou em várias frentes de investimento,
de acordo com as exigências descritivas, argumentativas e interpretativas do estudo.
Sobre os pedagogos entrevistados, as entrevistas e o seu processo de análise
O grupo dos dezessete entrevistados é formado por quatorze mulheres e três
homens. Nove entrevistados cursaram pedagogia na década de 60, seis na década de 50,
um na década de 40 e um, na década de 303.
Nove entrevistados são egressos de cursos oferecidos por instituições públicas e
oito de instituições privadas. Do conjunto de instituições públicas, quatro fizeram o
Curso de Pedagogia na USP, dois na FFCL – Rio Claro/SP, um na FFCL – Marília/SP,
um na FFCL – Maranhão/MA e um na UFRJ. Do conjunto de instituições privadas, dois
fizeram o Curso de Pedagogia na PUC-Rio, dois na PUC-SP, um PUC-Campinas, um
na FFCL – Goiás/GO, um na FFCL – Lins/SP
e um na USCJ – Bauru/SP.
No que se refere à formação que precedeu o Curso de Pedagogia, apenas dois
não passaram pela Escola Normal. Da Escola Normal, seis deles alcançaram a “cadeira
prêmio”, ingressando de imediato como professor primário efetivo do sistema de ensino
do seu estado. Apenas três fizeram um curso de aperfeiçoamento, complementar ao
Curso Normal, antes de ingressar no Curso de Pedagogia.
Boa parte do grupo reúne experiência como professor primário e/ou secundário.
Doze atuaram como professores do primário e dez como professores do secundário na
Escola Normal. No que se refere à atuação como professores do Curso de Pedagogia,
todos trabalharam como formadores
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