Os problemas da indisciplina
Artigo: Os problemas da indisciplina. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cristinatereza • 15/5/2014 • Artigo • 920 Palavras (4 Páginas) • 349 Visualizações
A escola somente poderá transformar a realidade onde está inserida quando identificar-se, entender o seu papel como organismo e não mais somente como instituição. Uma mudança que, partindo do autoconhecimento funcional, permitirá que seus atores (professores, alunos, pais, funcionários, direção e comunidade) revejam seus papéis. Como um todo integral, que não pode ficar de um lado enquanto existem outros de outro lado; sua existência, eficiência, eficácia e efetividade transformadora não estão mais pautadas em sua competência de propor um currículo que acrescente algo ao não saber de seus alunos, mas sim num currículo que seja capaz de entender a si mesma como instituição e organismo que se adapta ao meio, troca informações, propõe mudanças.
Atualiza-se, jamais se acomoda e intervém na política ambiental e social, deixando de ser fria e distante para tornar-se viva, pulsante, necessária, desejada e indispensável ao meio social, pois cumprirá o papel de facilitadora das relações interpessoais.
O conflito de saberes torna-se frequente e originador da indisciplina, pois as perspectivas não são congruentes tendo de um lado o representante da escola, o professor, e do outro lado o representante da comunidade, o aluno. O que passa pelas cabeças do professor e do aluno a partir desse encontro é um conflito de interesses, em que o educador quer transmitir o conteúdo de sua disciplina e o educando não consegue entender o propósito desse conteúdo; as consequências são as mais diversas, culminando em um desencontro entre o sistema teórico docente e a prática discente. Os parâmetros escolares colidem com os do meio social em que o educando está inserido.
Segundo Vasconcelos (1997, p. 245), “muitos problemas de indisciplina têm origem na questão do desrespeito”, expressados por parte dos alunos que entram e saem da sala sem pedir licença, que conversam diversos assuntos paralelos, que são violentos contra colegas, que não fazem os exercícios propostos e ignoram a autoridade do professor; e dissimulado por parte dos professores, que ao rotular seus alunos acabam inviabilizando o processo de ensino-aprendizagem. Então a indisciplina parece também surgir da confrontação entre discente e docente. Saberes que deveriam ser integrados enfrentam-se, impedindo que ocorra o processo de aprendizagem. Uma disputa de poderes em que quem sabe mais nem sempre sai ganhando e quem sabe menos não se importa de perder ou ganhar, quer mesmo é provocar o confronto.
Eis então as consequências da indisciplina: não aprendizado, violência, estresse e caos, cujas dimensões atingem a escola, a comunidade, a família e a sociedade como um todo.
A indisciplina pode ser canalizada para o aprendizado de forma criativa; esse potencial pode ser utilizado perfeitamente para construção de saberes, mudança de paradigmas e transformação social. Não se pode sufocar o discente que, ao descobrir o mundo, faz como o cientista que grita feito um louco quando descobre um invento, uma nova teoria ou lei: eureca! As descobertas diárias e contínuas do educando precisam ser contadas, expostas, compartilhadas. Ele está aprendendo e também quer ensinar. A indisciplina não é, portanto, um empecilho ao aprendizado; é um anúncio, um sinal de uma aprendizagem que não se limita ao contexto de sala de aula, que é dinâmica, imanente ao educando e transcende a formatação institucional.
Lopes (2013, p.12), diz que “indisciplina é uma questão que a gente precisa analisar bem, até porque o fato de a criança gritar ou fazer bagunça não vem a ser diretamente uma indisciplina, pois ela está expressando os seus sentimentos”. Não devemos cercear a expressividade do educando, pois é por intermédio
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