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PAPER AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS DA INFÂNCIA

Por:   •  30/7/2021  •  Projeto de pesquisa  •  1.532 Palavras (7 Páginas)  •  474 Visualizações

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Raphaella Cangane da Silva Ferraz

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Brincar não é apenas uma necessidade, mas também um direito da criança. A escola precisa organizar o ambiente de acordo com as características de cada fase das crianças, estar atenta e valorizar o ato do brincar, sempre verificando o desenvolvimento de cada criança em seu espaço e tempo.

O valor da brincadeira das crianças na escola depende em grande medida de como os adultos que participam do jogo as percebem nessa situação. As diferentes mediações educacionais realizadas pelos educadores, a organização do espaço e do tempo escolar, e os jogos, brincadeiras, brinquedos e materiais lúdicos que as crianças têm ao alcance da mão durante a brincadeira são coisas que podem influenciar os jogos escolares e expandir seu interesse e seu mundo lúdico.

O uso de uma linguagem interessante para a educação permite que as crianças capturem a cultura do ambiente em que vivem de uma forma benéfica e as preparem para suas vidas de uma forma mais leve.

Toda criança tem a necessidade e o direito de brincar, o que é garantido por lei. Por meio da brincadeira, a criança aprende as regras, expressa suas próprias opiniões e emoções e, o mais importante, aprende a respeitar e estabelecer contato com os outros.

Diante disso, entende-se que o espaço escolar necessita de múltiplas linguagens. Em suma, a prática de ensino produz aprendizagem ao longo da vida.

A criança aprende muito enquanto brinca e interage com os colegas. ((STEUCK e PIANEZZER,2013 p.208)

Segundo Vygotsky (1991 p. 64) o comportamento de uma criança muito pequena é determinado, de maneira considerável - e o de um bebê, de maneira absoluta - pelas condições em que a atividade ocorre, como mostraram os experimentos de Lewin e outros. Por exemplo, a grande dificuldade que uma criança pequena tem em perceber que, para sentar-se numa pedra, é preciso primeiro virar de costas para ela, como demonstrou Lewin, ilustra o quanto a criança muito pequena está limitada em todas as ações pela restrição situacional. É difícil imaginar um contraste maior entre o que se observa no brinquedo e as restrições situacionais na atividade mostrada pelos experimentos de Lewin. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos.

Desde que a criança nasce é apresentada ao mundo e comunica-se imediatamente com ele, seja através do choro, sorriso, do pedido de colo, da calma aparente diante de uma canção de ninar ou até mesmo na forma de birra infantil. (STEUCK e PIANEZZER,2013 p.199)

A aquisição da linguagem pode ser um paradigma para o problema da relação entre aprendizado e desenvolvimento. A linguagem surge inicialmente como um meio de comunicação entre a criança e as pessoas em seu ambiente. Somente depois, quando da conversão em fala interior, ela vem a organizar o pensamento da criança, ou seja, torna-se uma função mental interna. Piaget e outros demonstraram que, antes que o raciocínio ocorra como uma atividade interna, ele é elaborado, num grupo de crianças, como uma discussão que tem por objetivo provar o ponto de vista de cada uma. Essa discussão em grupo tem como aspecto característico o fato de cada criança começar a perceber e checar as bases de seus pensamentos. Tais observações fizeram com que Piaget concluísse que a comunicação gera a necessidade de checar e confirmar pensamentos, um processo que é característico do pensamento adulto” (VIGOTSKY, 1991 p. 60)

“A brincadeira dispõe de um grande estimulo no desenvolvimento cognitivo da criança como também contribui para sua socialização. Para que a criança progrida integralmente ela precisa brincar livremente, ssim sendo a linguagem lúdica indispensável para o crescimento vigoroso. Segundo Schlindwein, Laterman e Peters (2017 p.40)

Por meio das brincadeiras, as crianças vivem situações do mundo real e aprendem a elaborar o seu imaginário, a buscar a realização de seus desejos e, portanto, a estruturar o pensamento. Entender as brincadeiras das crianças é fundamental para possibilitar- lhes que representem os papéis que escolheram para brincar: brincar de casinha, sendo mãe, pai e filhos, brincar com panelinhas, ou de boneca; jogar futebol, saltar, correr, pular, brincar de herói ou bandido, recriando os heróis que fazem parte do seu cotidiano, de sua sociedade. (STEUCK e PIANEZZER, 2013 p.208)

Como professores e formadores de grande parte da educação devemos compreender que as crianças contam com suas fases de gesticulações, movimentos, expressões e principalmente o choro. E é de nossa obrigação entender a mensagem que esta criança tentando nos passar, pois por menor que seja o sinal, compreendê-lo é de duma importância para auxiliar no melhor desenvolvimento dessa criança, da mesma forma que também devemos dar espaço para que essas crianças possam se expressar e demonstrar suas necessidades e consequentemente desenvolver e mostrar suas personalidades.

Já dizia Lóriz Malaguzzi, pedagogo e educador italiano,

“A criança é feita de cem...

A criança tem cem linguagens (e depois cem cem cem)

mas roubam-lhe noventa e nove.

A escola e a cultura

lhe separam a cabeça do corpo... Dizem-lhe enfim:

Que o cem não existe. A criança diz:

Ao contrário o cem existe”

O educador deve trazer as sensação de liberdade para a criança de modo a incentivar e não “podar” as suas linguagens, tem como dever auxiliar a criança a fortalecer todas as suas formas de linguagens. Jean Piaget trazia uma reflexão com os dizeres, “Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore, com mais razão, não morre o educador, que semeia vida e escreve na alma”. Por esta razão damos extrema importância a função de educador, pois quem presta auxilio em todas as nuances do desenvolvimento e evolução da criança é ele.

Quando o educador traz para a rotina educacional, contos de fadas, fábulas, parábolas, adivinhação, e histórias encantadas, são abertas as entradas para o mundo do lúdico, da imaginação, e quando se adentra a este universo é aberto para o educando diversas portas de ensino/aprendizagem.
A importância o lúdico tem é de extrema força pois é através dele que  a criança resgata seus exercícios de desenvolvimento e também aprende com o prazer de brincar.

Rubem Alves, já dizia:

“Coisa gostosa é brincar! Brinquedos dão alegria: bonecas, pipas, piões, bolas, petecas, balanços, escorregadores... Os brinquedos podem ser feitos com os mais diferentes materiais: madeira, plástico, metal, pano, papel. Mas há brinquedos que são feitos com algo que a gente não pode nem tocar e nem pegar: brinquedos que são feitos com palavras”.

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