Paradigma da ciência que lava a reprodução do conhecimento
Por: Julyanna Cordoville Fonseca • 14/12/2015 • Trabalho acadêmico • 452 Palavras (2 Páginas) • 421 Visualizações
BEHRNS, M. A. Paradigma da ciência que lava a reprodução do conhecimento
Ao pensar em educação, consequentemente exige a reflexão dos paradigmas que a influenciam ou influenciaram. Behrns (2005) comenta que o século XX assim como o XIX, foi fortemente influenciado pelo método cartesiano, onde há uma separação do conhecimento em campos especializados. O paradigma cartesiano se originou com os estudos de Galileu Galilei, contaminando Descartes, que por sua vez propôs o “discurso do método”: jamais acolher algo como verdade sem evidências concretas; dividir os conceitos no maior número de parcelas possíveis para resolvê-las e partir dos conceitos simples para os complexos. Severino (1992) afirma que esse método teve grande sucesso na era moderna, dando ênfase a técnica. Este raciocínio levou o homem a enxergar o mundo de forma fragmentada, separando a ciência da ética, a razão do sentimento, a ciência da fé e a mente do corpo. O pensamento cartesiano sofreu influencia da preposição de Isaac Newton, que apresentava o universo e o homem como uma máquina, dividido em compartimentos. Essa visão mundo-máquina de Newton originou o mecanicismo e a possibilidade de trabalhar o raciocínio através hipóteses, teorias e fatos pela indução e dedução. A influência do pensamento newtoniano cartesiano repartiu e fragmentou o saber, dividiu-o em disciplinas, séries, centros, departamentos, restringindo assim, cada profissional em uma especialidade e perdendo a consciência global. Segundo Fernandes (2001) o paradigma educacional atual está relacionado com o paradigma científico dominante, ambos são fundados na especialização e compartimentação do conhecimento, sendo estes grandes responsáveis pelo modelo atual da civilização que tem ampliado a desigualdade e a exclusão social. No entanto o paradigma newtoniano cartesiano não é considerado um erro histórico, mas uma trajetória necessária para a evolução do pensamento humano. O tecnicismo levou ao desenvolvimento cientifico-tecnológico que existe hoje. Portanto, essa abordagem técnica tem sua relevância, porém tem contemplado aspectos como lucro e poder esquecendo-se do indivíduo. Este cenário vem gerando uma crise, onde o homem passa por um processo de cobrança de eficiência e eficácia em favor de um produto. A crise se afeta de maneira acentuada a educação. A visão fragmentada levou os professores e alunos a processos e metodologias que se restringem unicamente à reprodução do conhecimento. A ênfase está voltada para o produto, o resultado é a memorização, cópia, imitação. O aluno volta ao estado de passividade, aceitando em silêncio e sem questionar. Diante do cenário de crise apresentado, a autora sugere que o pensamento newtoniano cartesiano deve ser superado, levando em conta que a superação de um paradigma não o invalida, mas aponta os seus pressupostos que não condizem mais com as novas exigências históricas. Ela ainda ressalta que essa mudança não é radical e sim um processo gradual.
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