Portifolio
Por: 27122014CA • 23/1/2016 • Trabalho acadêmico • 2.288 Palavras (10 Páginas) • 584 Visualizações
INTRODUÇÃO
Neste portfólio iremos tratar o desenvolvimento das atividades na formação docente. Assim, a formação de professores é um tema que vem sendo bastante discutido atualmente, e todos, incluindo intelectuais, acadêmicos, políticos, empresários, mídia, são unânimes em afirmar que os professores precisam ser bem formados. Em geral, a preocupação com a formação de professores costuma aparecer relacionada com a defesa da qualidade da educação ofertada à maioria da população. Portanto, para poder refletir sobre a formação do professor, precisamos primeiramente compreendê-la de forma relacionada à questão do conhecimento na nossa sociedade. Afinal, o papel do professor é ensinar, dinfudir conhecimentos, dialogar, discutir e debater com seus alunos sobre a importância e a necessidade desses conhecimentos no mundo de hoje, entre outros. Sendo assim, a profissão de professor e pedagogo exige que entendamos alguns aspectos: como a formação ocorre, ou seja, o que é a formação inicial, como acontece e qual a importância de formação continuada e de que forma a experiência profissional contribui com o aprimoramento da prática docente. Esses aspectos, inter-relacionados, são importantes para que o professor se aproprie dos conhecimentos necessários ao desenvolvimento do seu trabalho, tendo em vista cumprir com a função social da escola: a efetivação do processo ensino-aprendizagem. Dentro deste contexto alguns autores consideram como fundamentais no desenvolvimento profissional docente as trajetórias de vida dos professores antes de seu ingresso na profissão. Isso significa, por exemplo, considerar a história de vida dos futuros professores, desde sua infância, como aspecto decisivo para sua prática profissional atual. Sendo assim, a necessidade de uma formação de professores inicial e continuada, sólida e de qualidade, teórica e metodologicamente: uma formação que possibilite ao professor o acesso aos conhecimentos necessário á sua atuação profissional.
DESENVOLVIMENTO
Iremos iniciar buscando o entendimento sobre o conceito de trabalho, em geral, a partir do pensamento de Marx, pois em sua obra o trabalho é questão central justamente por ter um papel fundamental nas origens e no próprio desenvolvimento da sociedade humana. O conceito de trabalho nas palavras do filósofo: é a atividade orientada a um fim para produzir valores de uso, apropriação do natural para satisfazer as necessidades humanas, condição universal do metabolismo entre o homem e a natureza, condição natural eterna da vida humana e, portanto, independente de qualquer forma dessa vida, sendo antes igualmente comum a todas as suas formas sociais. Para Marx, o trabalho é de modo genérico, a forma pela qual nós, seres humanos, produzimos e reproduzimos constantemente a nossa existência, ou seja, a nossa própria vida. Então, ao nos referirmos ao trabalho humano de forma genérica, significa entendermos que o trabalho, enquanto ação intencional voltada à transformação da natureza ocorre independentemente de qualquer forma social determinado ou tempo histórico específico. Ou seja, para vivermos, nós sempre desenvolvemos relações de trabalho, desde a Pré-História até os dias atuais. Assim, o trabalho é o elemento mediador da nossa relação, enquanto humanos, com a natureza, pois nós seres humanos, por meio do trabalho, agimos de forma intencional sobre a natureza e a transformamos a fim de atender às nossas necessidades, desde as mais básicas ou de sobrevivência até as mais complexas ou supérfulas. Então, ao mesmo tempo em que suprimos nossas necessidades imediatas, criamos, constantemente, novas necessidades. Por meio desse trabalho intencional sobre a natureza, nós nos diferenciamos dos animais, que apenas se adaptam e reagem instintivamente ao meio. Portanto, não adaptamos à natureza, nós a transformamos e, nesse processo, transformamos a nós mesmos, produzindo e reproduzindo a vida humana. Por meio das relações sociais que se estabelecem a partir do trabalho, mantemos nossa existência singular/individual, bem como possibilitamos a perpetuação da espécie. Para Marx, o que de fato diferencia o ser humano do animal, em relação ao trabalho, é a nossa capacidade de planejar a ação idealmente, no plano das ideias, antes de executá-la. O trabalho humano é sempre histórico, ou seja, a produção da vida humana, por meio do trabalho, se dá sempre sob condições objetivas. Cada geração produz sua existência sobre as bases da geração que a precedeu. Assim, os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente ligadas e transmitidas pelo passado. Em relação a isso, podemos dizer que, tudo o que nós produzimos hoje é elaborado com base naquilo que já existe. Por exemplo, não precisamos constantemente redescobrir a roda, a energia elétrica ou a radiação, pois os conhecimentos, com o passar do tempo, se ampliam e se acumulam, e isso nos permite criar “o novo a partir do velho”, desde os bens materiais até as ideias morais, religiosas e filosóficas, que se modificam de acordo com as fases da nossa história. Dessa forma, em nossa sociedade, o trabalho docente está relacionado com a questão da educação, que é uma prática social complexa voltada á transmissão de conhecimentos de geração a geração. Embora nos lembremos imediatamente da instituição escola quando falamos de educação, ela, a educação, não se restringe apenas ao âmbito escolar, pois faz parte da nossa vida cotidiana e está presente em espaços e relações formais e informais. Informalmente a educação se dá de formas variadas, em relações como: a familiar (entre pais e filhos, entre irmãos, tios, avós entre outras), no trabalho (entre colegas de trabalho, chefes e empregados), entre amigos, nos espaços religiosos, e em várias outras. De forma ampla, podemos dizer que, as relações humanas, sociais e historicamente situadas, são sempre pedagógicas, educativas, seja isso intencional ou não. As pessoas se relacionam entre si e em situações e tempos diversos se educam, transmitem conhecimentos, apropriam-se de ideias e criam outras a partir destas. Isso ocorre há muito tempo e continua ocorrendo, desde que existimos e vivemos em sociedade. Mesmo antes da constituição formal da escola, já existia o ofício de ensinar, que caracterizava a figura do professor. Lembrando um pouco sobre o passado lá na Antiguidade Clássica, greco-romana, havia pessoas responsabilizadas pela educação de outros. Nessa época, eram os escravos que acompanhavam as crianças até os mestres ou preceptores que lhes ensinariam os conhecimentos considerados necessários naquele momento, pois eram pessoas que dominavam a arte do discurso (a oratória), visto que falar bem era um dos principais objetivos da educação daquele período. Todavia, os escravos, capturados nas guerras, eram, muitas vezes, mais sábios que seus donos e, por esse motivo, passaram a serem os educadores. Já na Idade Moderna, sob o modo de produção feudalista, num período em que o poder da Igreja Católica era muito forte em relação às questões políticas e econômicas, os mestres eram predominantemente os clérigos, padres das paróquias ou mosteiros. Então, como a maioria da população era analfabeta, os padres eram alguns dos poucos que detinham conhecimentos, como a leitura e a escrita, logo, o objetivo da educação era, sobretudo, formar um bom cristão. Já no período de transição entre a Idade Média e a Modernidade, conhecido como Renascimento, ocorreu mudanças econômicas, políticas e culturais importantes, que tiveram como um dos seus eixos a Reforma Protestante no campo religioso, um movimento de contestação à supremacia da Igreja Católica. A organização do ensino passa a ser mais parecida com a que conhecemos hoje, pois, até então, o ensino era individualizado, baseado na relação entre mestre e aprendiz e, a partir do Renascimento, então, o ensino passou a ser organizado coletivamente nas escolas, e apareceram os primeiros professores laicos. Nesse sentido, na Europa, a ideia de um professor laico, desvinculado de uma ordem religiosa e a serviço do Estado, se fortalece com a Revolução Francesa, movimento que significou o fim do absolutismo, dos poderes da nobreza, e que, com base nas ideias liberais de igualdade, liberdade e fraternidade, incitou a luta por um Estado forte que viesse a garantir os direitos do cidadão, entre eles, a educação. Para falarmos um pouco sobre as tendências pedagógicas como expressão de diferentes momentos na formação docente, podemos dizer que, a questão da educação formal, pela via da escola, desde o seu surgimento até os dias atuais, não foi pensada, organizada e desenvolvida sempre da mesma forma, pois diferentes momentos históricos apresentam características específicas que marcam a organização da educação em cada época. Assim, uma das possíveis formas de se classificar esses períodos na história da educação brasileira é a identificação de tendências ou correntes pedagógicas. Em relação à nossa vida em sociedade, podemos perceber que existem determinados pensamentos, coisas, ações, linguagens, músicas e entre outras, que caracterizam, de modo marcante ou hegemônico, diferentes momentos históricos. Por exemplo, os anos 1960, no Brasil, que foram marcados por movimentos de estudantes, trabalhadores, mulheres, negros e vários outros, numa onda de contestações políticas e culturais. Portanto, tendência na área social, se refere a uma direção, orientação ou característica que marca um determinado tempo histórico. Ao nos referirmos à tendência pedagógica, estamos nos referindo a uma direção ou orientação, com características marcantes, que foram mais fortes num determinado período histórico em relação à questão educacional. Portanto, as tendências pedagógicas podem ser classificadas em dois grandes grupos: tendências não críticas e críticas. Sobre o critério de criticidade como elemento central para a classificação das teorias pedagógicas, podemos dizer que, tomando como critério de criticidade a percepção dos condicionantes objetivos, denominaremos as teorias do primeiro grupo “teorias não críticas”, já que não encaram a educação como autônoma e buscam compreendê-la a partir dela mesma e, inversamente, aquelas do segundo grupo são críticas, uma vez que se empenham em compreender a educação remetendo-a sempre a seus condicionantes objetivos, isto é, à estrutura socioeconômica que determina a forma de manifestação do processo educativo. Entre as tendências não críticas são apontadas a pedagogia tradicional, a pedagogia escolanovista e a pedagogia tecnicista. Sendo assim, podemos dizer que essas tendências, em geral, não têm como referencial de análise a crítica à sociedade capitalista, ao contrário, suas propostas de ensino tendem a contribuir para a manutenção do sistema estabelecido. Portanto, já entre as tendências pedagógicas críticas, apontamos a pedagogia libertária, a pedagogia libertadora, a pedagogia crítico-social dos conteúdos e a pedagogia histórico-crítica. Essas tendências podem ser consideradas progressistas porque suas propostas educacionais têm como pressuposto a crítica às relações sociais conforme estabelecidas no modo de produção capitalista. Dessa forma, têm a intenção de fortalecer um projeto contra-hegemônico de sociedade, ou seja, que vise à transformação social. Assim, cabe destacar que, além desses dois grupos, também ressaltamos a existência de tendências crítico-reprodutivistas da educação, dentre as quais as de maior repercussão podem ser consideradas: a teoria do sistema de ensino como violência simbólica, a teoria da escola como aparelho ideológico de Estado e a teoria da escola dualista. Essas teorias, embora sejam críticas, entendem que “a função básica da educação é a reprodução da sociedade”. Para finalizar não podemos deixar de falar sobre a formação inicial dos professores da educação infantil e anos iniciais/finais do ensino fundamental, na qual está relacionada, acima de tudo, com a qualidade do ensino que pretendemos que seja desenvolvido na educação básica. Sendo assim, podemos dizer que tanto a formação inicial quanto a formação continuada de professores como preparação profissional passa a ter papel crucial na própria organização da educação nacional, hoje cada vez mais necessária. Nesse sentido, a importância da formação continuada dos professores está relacionada com a ideia de que por meio dela é possível contribuir para ampliar e aprofundar os conhecimentos dos professores e, dessa forma, contribuir para a qualidade do ensino ofertado á maioria da população. Assim, podemos afirmar que a preocupação com a qualidade da formação inicial e continuada do professor está vinculada à possibilidade deste profissional desenvolver uma ação docente voltada à formação humana. Para tanto, entre outros fatores, é necessário que o professor tenha domínio de um conhecimento científico específico, a partir do qual organizará a sua prática pedagógica de forma a promover o desenvolvimento do trabalho educativo, trabalho esse que, está vinculado aos processos de produção e socialização de ideias, conhecimentos, saberes, valores na nossa sociedade. Quanto mais bem preparado o professor, quanto mais atualizado em relação aos conhecimentos que leciona, em relação ao mundo em que vive mais relações poderá estabelecer entre os conhecimentos e a realidade, possibilitando aos seus alunos, aulas mais interessantes, criativas e motivadoras.
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