Psicoterapia de Orientação Analítica na Infância
Por: Anasjc26 • 28/9/2016 • Trabalho acadêmico • 1.082 Palavras (5 Páginas) • 560 Visualizações
Psicoterapia de orientação analítica na infância
A psicoterapia de orientação analítica na infância é uma necessidade crescente nessa etapa da vida. Focaliza, sobretudo na relação afetiva entre o psicoterapeuta e seu paciente, buscando dar sentido ao que acontece entre eles, para criar condições para a elaboração e exploração de pensamentos e comportamentos (Yanof, 2007).
Descobertas atuais sobre neurogênese e plasticidade cerebral identificam o desenvolvimento de novas conexões neuronais e modulações de sinapses relacionadas ao aprendizado e à memória, sendo que há possibilidade de a psicoterapia de orientação analítica literalmente alterar a estrutura cerebral ao modificar essa funções ( Eisenberg, 2001)
Breve histórico
A primeira criança a ser atendida com referencial psicanalítico que se tem conhecimento foi o pequeno Hans, descrito por Sigmund Freud, que percebeu que o jogo da criança tem um sentido inconsciente inequívoco.
Na década de 1920, três grupos de psicanalistas dedicados ao tratamento de crianças se formaram. Eles foram liderados, respectivamente por Ana Freud, Melaine Klein e Hermine Hug- Hellmuth. Nesse período, Klein equipara o brincar com as associações livres do paciente adulto e inclui conceitos como identificação projetiva, utilizando a abordagem teórica de Freud.
Atualmente a Academia Americana de Psiquiatria de Crianças e Adolescentes ( Connoly;Bernstein, 2007), tem publicado pesquisas e experiências clínicas que salientam avanços significativos na avaliação e tratamento de diferentes transtornos psiquiátricos, como, por exemplo, os de ansiedade.
Considerações sobre a técnica
A psicoterapia de orientação analítica especifica algumas considerações em relação à psicoterapia de crianças, como a linguagem, a capacidade cognitiva e as vivencias que devem ser avaliadas de acordo com a etapa evolutiva da criança; a compreensão da indicação do tratamento e sobre seus benefícios na Cida atual e futura; a menor capacidade para suportar a dor psíquica; a maior dependência física e emocional dos pais; e o maior grau de confusão e temor da proximidade com o estranho.
Nessa etapa da vida, a criança se desenvolve simultaneamente ao processo terapêutico, e as interpretações transferenciais são a mais poderosa ferramenta para auxiliá-la na compreensão de si mesma e de suas interações com o mundo. Os autores consideram imprescindível a participação dos pais no tratamento, visto que as crianças são inteiramente influenciadas pela cultura familiar.
A atividade lúdica proporciona acessa o inconsciente, seus desejos e conflitos, transformando o passivo em ativo, entre o interno e o externo e entre ela e o psicotetapeuta. É através dessa experiência que emerge as resoluções de problemas, permitindo a compreensão profunda do funcionamento emocional da criança.
Yanof (2007), Fogagy e colaboradores (2002) propoem que auxiliar a criança a brincar promove seu desenvolvimento, ao ajudá-la a criar significados, e não por revelá-los.
O brincar, assim como a livre associação, possibilitam estar ao mesmo tempo, no mundo real e no da imaginação. O brincar é aprendido, e o terapeuta precisa conhecer o desenvolvimento normal da realidade psíquica da criança de dois a cinco anos para avaliá-la. É preciso, por parte do terapeuta, atentar-se ao momento oportuno de intervenção, para não confundiras crianças menores ou bloquear a brincadeira das menores.
Vários fatores impedem o brincar, e o terapeuta ao participar deve buscar mecanismos para aprofundar o processo lúdico, considerando os assuntos de interesse da criança ( Yanof, 2007).
Considerações sobre o setting terapêutico
Para as crianças se faz necessário um setting seguro e previsível, onde ela possa se sentir à vontade para se expressar livremente, porém, sem excesso de estímulos.
Sala de atendimento
A sala de atendimento deve ser de fácil higiene, com mobílias adequadas ao tamanho da criança, quadro negro, espelho, banheiro e pia com água corrente, armário com chave para guardar brinquedos e produções, simbolicamente, seu mundo interno (Zavaschi ET tal., 1998).
Brinquedos simples e resistentes devem estar presentes. Família de bonecos, carros de policia, bombeiro, aviões, ambulância, avião, revolver, panelinhas, massinha de modelar, cubos, etc, devem estar disponíveis para a avaliação e também deve ser disponibilizado algum brinquedo de acordo com a situação individual, em que El esteja mais familiarizada, para melhor compreensão do problema.
Confidencialidade
A relação terapêutica é pautada na certeza do sigilo e na salvaguarda do bem estar e segurança da criança.
A necessidade de fornecimento de dados a autoridades legais ocorre de forma compulsória , quando a integridade da criança é colocada em risco. Isso deve ser comunicado aos pais e à criança no início do tratamento.
Formato e freqüência
Preferivelmente duas vezes por semana, com término aberto, de acordo com os objetivos terapêuticos.
Na rede pública esse formato se torna difícil devido a pobreza dos recursos disponíveis.
AVALIAÇÃO DA CRIANÇA
A entrevista com os pais ou responsáveis
A avaliação se inicia já com o primeiro contato com os pais ou responsáveis, sendo registrado todos os sentimentos contratransferenciais que encontrar. A forma como os familiares se organizam para a entrevista inicial fornece elementos para a compreensão da dinâmica familiar.É através dos pais que o histórico familiar será revelado, sendo, às vezes necessário o contato com outros cuidadores, médico pediatra e profissionais da educação onde o filho está matriculado. É comum os filhos serem passaporte dos pais em busca de tratamento.
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