RELATÓRIO CRÍTICO SOBRE O FILME: KIRIKU E A FEITICEIRA
Por: Paola Oliva • 16/3/2016 • Resenha • 749 Palavras (3 Páginas) • 9.134 Visualizações
Andrea Ferrara RA: 1316884
Paola Oliva RA: 1314384
Turma: 2º NM-B - 3º Semestre Curso: Pedagogia
Profª: Isaías Santos Disciplina: Literatura Infantil
RELATÓRIO CRÍTICO SOBRE O FILME: KIRIKU E A FEITICEIRA
O filme Kiriku e a Feiticeira, de Michel Ocelot, retrata a jornada de um menino africano (tão pequeno que não chega aos joelhos de um adulto). Morador de uma tribo na África, o desafio do virtuoso e destemido herói é vencer os problemas que afligem sua comunidade e que são causados pela malvada e poderosa feiticeira Karabá. Entre os “mal feitos”, ela secou a fonte de água do povo de sua aldeia, engoliu todos os homens que a enfrentaram e ainda roubou todo o ouro local para si.
Embora quando falamos em histórias infantis sempre as primeiras ideias que nos vêm à mente sejam os clássicos da Disney (ou ainda, nacionalizando as histórias, pensamos nos filmes da Xuxa), esse filme nos mostra outra realidade, bem longe da americanização a que estamos habituados. Kiriku é diferente dos heróis americanos. Ele não é um príncipe encantado forte e de olhos azuis. Kiriku é uma pequena criança negra que vence os desafios com sua inteligência e perspicácia, enfrentando perigos e se aventurando por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar, resolvendo as situações que aparecem com as ferramentas que encontra durante sua jornada.
Apesar da evidente diferença nas características físicas do personagem em relação à ideia de príncipes que nos é imposta desde tenra idade, é no campo do código moral que o modelo de Kiriku se diferencia de tudo que conhecemos. O jovem herói não parte para a luta contra a feiticeira por conta de um ódio revanchista. Ele não deseja sua morte. Ele quer entender o porquê dela ser malvada. Ou seja, ao invés de apenas apontar o mal e eliminá-lo, ele busca entender sua origem e transformá-lo em bem. Essa é uma grande lição moral e uma mudança da cultura atual como tratamos os problemas, e não apenas para as crianças, mas também para os adultos.
No decorrer da história, o herói busca o auxílio e os conselhos de seu avô, que representa a sabedoria das pessoas de mais idade. Culturalmente, nós brasileiros, muitas vezes, não sabemos valorizar a vivência dos mais velhos. Entretanto, como diz o escritor Paiva Netto: “Temos de aliar ao patrimônio da experiência dos mais velhos a energia dadivosa dos mais moços“. O filme retrata muito bem o sucesso da aliança entre energia e experiência.
Uma das lições importantes contidas na história é viver cada fase da vida, sem atropelos. O conselho é dado pelo avô, que diz ao menino que seja feliz enquanto criança, sem pressa para crescer e que seja feliz, também, depois de adulto, sem querer voltar a ser criança. Esse é um conselho fundamental não apenas para Kiriku, que queria ser maior para ajudar sua comunidade, mas também para a sociedade atual, que obriga suas crianças a amadurecer cada vez mais cedo.
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