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RESENHA DO ARTIGO: A ESCRITA NA UNIVERSIDADE - UMA REFLEXÃO COM BASE NO QUE OS ALUNOS DIZEM EM SEUS TEXTOS

Por:   •  30/9/2018  •  Resenha  •  1.699 Palavras (7 Páginas)  •  1.154 Visualizações

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Lilian Mara de Oliveira – 17.2.9021

Pedagogia

RESENHA DO ARTIGO “A ESCRITA NA UNIVERSIDADE: UMA REFLEXÃO COM BASE NO QUE OS ALUNOS DIZEM EM SEUS TEXTOS”

Areado – MG

2018

LILIAN MARA DE OLIVEIRA

RESENHA DO ARTIGO “A ESCRITA NA UNIVERSIDADE: UMA REFLEXÃO COM BASE NO QUE OS ALUNOS DIZEM EM SEUS TEXTOS”

Trabalho apresentado na disciplina de EAD 276 de Prática de Leitura e Produção de Texto Acadêmico, do Curso de Pedagogia- Licenciatura, do Centro de Educação Aberta e a Distância – CEAD do polo de Alterosa, da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP sob orientação da Profª Ma. Rosângela Márcia Magalhães

Areado, 28 de Maio de 2018.

O artigo tem como objetivo principal, com base em discussões recentes sobre o letramento acadêmico, o que alunos universitários revelam em seus textos sobre suas escritas antes do ingresso na universidade e sobre o que é esperado deles no contexto acadêmico. Planejou-se uma tarefa de produção textual para uma turma de 45 alunos

da disciplina Leitura e Produção de Texto I, matriculados em um centro universitário situado na cidade de Lajeado-RS. Os resultados mostraram a necessidade de o professor levar em conta no seu planejamento o letramento que os alunos já possuem antes de ingressarem na universidade, rompendo com o discurso do déficit. Uma das possibilidades apontadas neste trabalho é o planejamento pedagógico que toma os projetos como fio condutor para a escrita e a leitura na universidade.

        No Brasil, nos últimos anos, muitos pesquisadores vêm demonstrando uma maior preocupação em relação à leitura e à escrita dos alunos que ingressam na universidade, pois com os resultados das pesquisas recentes, ficou evidente que os estudantes calouros apresentam sérias dificuldades em produzir gêneros tipicamente da esfera acadêmica (na modalidade escrita podemos citar o resumo, a resenha, o relatório, entre outros). Essas dificuldades são maiores quando se trata de alunos atendidos pelas instituições privadas, geralmente oriundos de camadas sociais menos favorecidas e que até pouco tempo não tinham acesso ao ensino de nível superior. Sendo assim, estando diante de um novo perfil de aluno, torna-se necessário produzir novos conhecimentos e novos projetos curriculares para atender às necessidades desses alunos.

        É frequente a queixa entre professores universitários de que os alunos que entram na universidade estão mal preparados para o ensino a que vão ser expostos”, alegando que os saberes e as competências de leitura e escrita desses alunos não estão adequados às várias comunidades discursivas que integram a universidade (HENDERSON;HIRST, 2006, p. 25).

Neste trabalho, tomou-se o conceito de letramento como a relação de uso que um indivíduo ou uma comunidade estabelece com a escrita. Ao contrário do que dizem muitos professores universitários em relação à escrita de seus alunos, entende-se que esses estudantes são letrados e, muito provavelmente, somente não se inseriram ainda nas práticas letradas esperadas no contexto acadêmico.

Analisar e entender o que os alunos escrevem sobre suas escritas é um modo de penetrar nessas práticas de escrita que estão em conflito com as práticas do letramento acadêmico no momento de entrada na universidade. Assim, foram analisados textos produzidos por alunos de diferentes cursos, matriculados na disciplina de Leitura e Produção de Texto I, buscando fazer uma aproximação entre as reflexões feitas pelos alunos e as reflexões desses autores, que têm discutido o ensino da escrita no contexto acadêmico considerando os alunos sujeitos letrados e iniciantes em práticas letradas até então desconhecidas. Essa tarefa de produção de textos consistia em conhecer as experiências de cada aluno em relação à leitura e à escrita, socializar e valorizar conhecimentos prévios dos participantes e direcionar o planejamento do semestre. Os textos circularam pela sala de aula e foram lidos pelos colegas e pela professora, depois foram comentados pelos participantes.

Boa parte das pesquisas sobre letramento acadêmico surge com base na observação das escritas de estudantes oriundos de diferentes classes sociais e etnias.

        Para que o aluno desenvolva habilidades de leitura e escrita específicas da esfera acadêmica, é preciso primeiramente, considerar suas experiências de leitura e escrita antes de ingressar na universidade com o objetivo de conhecer o que o aluno lê, como lê, o que escreve e como escreve ao ingressar na universidade.

        O modelo da socialização acadêmica baseia-se no princípio de que o professor é responsável por introduzir os alunos na cultura universitária, com o intuito de que eles assimilem os modos de falar, pensar, interpretar e usar as práticas de escrita que circulam na esfera acadêmica. Terzi e Scavassa(2005, p.3) asseveram esse modelo de letramento, afirmando que o termo “letramento acadêmico” serve para designar “a relação que indivíduos e comunidades estabelecem com a escrita nas interações sociais”.

        De modo geral, os 45 textos produzidos pelos participantes evocaram memórias de leitura e escrita relacionadas à escola de ensino básico. Ao ser realizada a leitura dos textos, percebeu-se remissões a reflexões feitas sobre a própria escrita, destacando-se reflexões sobre dois momentos: a escrita antes de entrar na universidade e o ideal de escrita a ser atingido após o ingresso no meio acadêmico.

Em alguns trechos dos textos, o que mais marcou foi a consciência dos alunos em relação a que os textos que devem ser escritos na universidade diferem dos textos que eram escritos no ensino básico.

Segundo Street (1994), a escrita acadêmica é um ato social. O aluno carrega experiências anteriores de produção de sentidos, ou seja, diferentes práticas que ecoam nas novas práticas que a universidade impõe, em outras palavras, tudo o que o aluno já sabe sobre a escrita é relevante para a escrita que lhe será exigida na universidade.

        Sabemos que a escrita na universidade é algo bastante especializado, muito mais especializado do que no ensino básico. Os alunos necessitam aprender a usar vocabulários especializados. É evidente que a falta de contato com os gêneros acadêmicos faz o aluno perceber sua dificuldade em escrevê-los. Os textos mostraram que o discurso dos professores sobre o déficit dos alunos é relevante, ou seja, os próprios alunos reconhecem que sentem dificuldade quando se trata de ler e escrever textos que lhes são exigidos na academia. Além disso, mostraram também que os alunos já escreviam vários textos antes de ingressar na universidade. Isso significa que eles têm experiência com a escrita, fato incoerente com o discurso de alguns professores, que alegam que o aluno não sabe nada.

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