Resenha crítica com base no texto “Emoções e sistema imunológico: um olhar sobre a psiconeuroimunologia”
Por: laurads23 • 23/5/2018 • Resenha • 1.334 Palavras (6 Páginas) • 796 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Departamento de Psicologia
Resenha crítica com base no texto “Emoções e sistema imunológico: um olhar sobre a psiconeuroimunologia”.
Campina Grande – PB
Outubro de 2017
Resenha crítica com base no texto “Emoções e sistema imunológico: um olhar sobre a psiconeuroimunologia”.
O presente trabalho foi elaborado como requisito de avaliação correspondente a 1ª Unidade do componente curricular Psicossomática, ministrado pelo professor Ricardo.
Discentes: Laura Dantas Silva - 161281397
Campina Grande – PB
Outubro de 2017
MAIA, A, M. Emoções e sistema imunológico: Um olhar sobre a psiconeuroimunologia. Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Portugal. Psicologia: Teoria, Investigação e Prática, 2002, 2, 207-225. Acesso em: 19 de outubro de 2017. Disponível em:
O texto inicia trazendo reflexões acerca do quanto os acontecimentos da vida cotidiana e as emoções geradas por estas possuem impactos sobre a saúde do indivíduo. Estes impactos na saúde, os quais a autora se refere, estão relacionados ao surgimento de sintomas físicos que caracterizam algum tipo de doença manifestada no indivíduo. Os sintomas estariam relacionados a alterações no sistema imunológico do indivíduo, que é afetado por variantes psicossociais, como: as vivências particulares do indivíduo, as emoções sofridas, a intensidade do estresse, a personalidade e a qualidade das interações sociais do indivíduo.
Deixando claro que os fatores que influenciam as modificações no sistema imunológico, a psiconeuroimunologia vem, justamente, tentar fazer compreensível, através de estudos científicos, a relação entre os aspectos fisiológicos do cérebro, o comportamento e o sistema imunológico, verificando de que modo as consequências dessa relação perturbam a saúde física do indivíduo e o surgimento de doenças.
Além da relevância dos acontecimentos de vida para a configuração do sistema imunológico do indivíduo, a maneira como este reage, psicologicamente, as situações que lhe ocorrem, também irá ter afetar fortemente o seu sistema imunológico. Aqueles que atribuem um sentido positivo, mesmo aos acontecimentos ruins, têm maior chance de manter a função imunológica e, portanto, ficar menos suscetível ao adoecimento. Já aqueles que não possuem estratégias de coping efetivas para lidar com os acontecimentos negativos, ficam mais vulneráveis a uma baixa função do sistema imunológico e, consequentemente, uma maior propensão a ser acometido por doenças. Esse caráter positivo ou negativo que o indivíduo vai atribuir, principalmente, as situações traumáticas que vão acontecendo ao longo de sua vida, vão depender dos significados que são construídos a partir dessas vivências e que vão definir a elaboração de estratégias de coping ou não. Essas estratégias de coping serão de extrema importância para auxiliar o indivíduo a confrontar as situações traumáticas e a criar formas de intervir, visando atenuar os efeitos negativos que tal situação pudesse trazer para o indivíduo que talvez devastasse a capacidade do sistema imunológico em reagir, gerando vulnerabilidades para o indivíduo adquirir doenças.
As alterações no sistema imunológico, através das quais foi possível se chegar a tais conclusões, envolviam fatores como: ativação do sistema nervoso central, a resposta hormonal e as modificações no comportamento, em detrimento de atributos e estados psicológicos. Estes aspectos que interferem no sistema imunológico tiveram a contribuição de diversos estudos que, relacionando alguns fatos que acontecem na vida das pessoas, puderam comprovar a intensa relação entre características psicológicas, comportamentais e sistema imunológico. Os estudos mostraram basicamente alguns efeitos que causam diminuição na capacidade do sistema imunológico e, portanto, a suscetibilidade a doenças. Os estudos foram sobre: os efeitos do estresse; os efeitos do humor negativo, por exemplo, depressivo; os efeitos das características da personalidade, principalmente, as repressivas e de negação; os efeitos do suporte social. Os estudos também mostram que a expressão das emoções e dos significados elaborados a partir das vivências, através da linguagem, tem contribuído para diminuir as afetações geradas pelas situações traumáticas, por isso, a autora evidencia a psicoterapia como um artifício para ajudar o indivíduo a lidar com suas questões e, desse modo, ter uma melhor ativação do seu sistema imunológico, prevenindo as doenças de caráter físico e também psíquico.
A linguagem perpassa tudo que o indivíduo pretende realizar, é através dela que ocorre o compartilhamento das concepções ideológicas que o indivíduo possui e que impulsionam suas ações. Além disso, a linguagem também é o meio pelo qual o indivíduo expõe para o outro suas emoções, a forma como está se sentindo, e quando um indivíduo se vê compreendido pelo outro, isso gera algum tipo de prazer ou até mesmo de alívio de tensões. A partir do momento que o indivíduo não possui um suporte social que acolha suas formas de expressão e que, por motivos de ideologias culturais contrárias, não permitam que o indivíduo se coloque verbalmente, o indivíduo reprime suas ações e também a maneira que se sente, o que faz com que não haja a satisfação deste por meio de suas ações. Esta não satisfação traz implicações à saúde do indivíduo, pois aquilo que foi reprimido socialmente é exposto na forma simbólica (FILHO; BURD, 1992). Isso quer dizer que quando o indivíduo não possui abertura para ser quem ele é, ele acaba retendo emoções negativas que podem gerar uma aumento do estresse e também uma dificuldade no relacionamento interpessoal, todos esses fatores mencionados tem grande impacto sobre o funcionamento do sistema imunológico e, por isso, podem gerar um adoecimento no sujeito.
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