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RESENHA DO ARTIGO: A PSICOLOGIA CONCRETA DE VIGOTSKI

Por:   •  24/6/2018  •  Resenha  •  1.712 Palavras (7 Páginas)  •  717 Visualizações

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RESENHA DO ARTIGO “A PSICOLOGIA CONCRETA DE VIGOTSKI: IMPLICAÇÕES PRA A EDUCAÇÃO”, DE ANGEL PINO, EXTRAÍDA DO LIVRO “PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: REVENDO CONTRIBUIÇÕES”, ORGANIZADO POR VERA MARIA NIGRO DE SOUZA. SÃO PAULO: EDUC, 2005, P. 34-61.

SFREDO, ROSANA SAMPAIO

Resenha do Artigo “A psicologia Concreta de Vigotski: implicações para a Educação”, de Angel Pino, extraída do livro “Psicologia e Educação: revendo contribuições”, organizado por Vera Maria Nigro de Souza. São Paulo: EDUC, 2005, p. 34-61.

O presente artigo trata o tema da psicologia concreta de Vigotski que apresenta o desenvolvimento psicológico como um processo histórico e que o psiquismo é de natureza cultural e não natural. Assim se afirma, segundo o texto, que o psiquismo é de natureza histórica e vice-versa.

A autora começa sua explicação do desenvolvimento do processo histórico afirmando que, em termos gerais, a história é a mesma coisa que uma abordagem geral das coisas onde cada uma tem sua própria história. Para ela, a história é o ordenamento significativo dos fatos, o que requer certo nível de consciência e de intencionalidade. Assim, apresenta Vigotski falando de uma abordagem dialética, onde o conteúdo objetivo e o significado dos fatores é criado a partir da gênese e o desenvolvimento da totalidade concreta.

Entende-se, então, que a natureza pode ser entendida em dois níveis: o ontológico (que é a realidade em si, que existe independentemente do homem) e o dialético (que é a realidade para si, para o próprio homem). É no segundo nível que se encontra o objeto da ciência e que a natureza adquire uma dimensão histórica, onde o homem se torna na consciência da natureza e sua história. É a história da transformação da natureza (é a cultura como transformação do meio).

Segundo a autora, Vigotski entende a história a partir do materialismo histórico, o qual confere à história uma concepção científica. Tem a compreensão que a história da natureza e história do homem, desde sua existência, são inseparáveis, pois é a história do homem que confere à história da natureza um sentido histórico e é o homem o ser capaz de transformação (desconsiderando a transformação natural, que não depende das funções superiores do ser humano). Assim, o homem se distingue pelo fato de ter a capacidade de assumir sua própria história, a sua própria evolução (concepção do materialismo histórico).

O ser humano tem a capacidade de conferir à matéria uma forma nova e isso implica em alterar sua materialidade e, sobretudo, imprimir nela uma ideia, onde o produto do trabalho se transforma em objetivação da ideia e da própria atividade do homem. É nesta direção que o presente artigo se encaminha.

Assim, continua a autora, que a história pessoal e coletiva está uma sobre a outra, na medida em que a história pessoal está condicionada pelo curso que toma a história coletiva. Percebe-se, assim, que a entrada da natureza na história é obra do homem, que para isso teve a necessidade de transpor os limites das leis eternas da natureza. Um dos grandes paradoxos da história humana é transpor esses limites, sem, porém, deixar de ser natureza.

Desta forma, a relação entre natureza e cultura é o principal objeto da análise de Vigotski. Levando-se em conta o que se entendia na época sobre a evolução da espécie humana e sobre o desenvolvimento do indivíduo, pode-se afirmar que estes dois processos são o resultado da evolução natural e cultural, regida, é claro, cada uma pelas suas leis. Assim, o desenvolvimento histórico do homem é a dialética de duas ordens essencialmente diferentes (natureza e cultura).

Entendendo isso, Vigotski percebeu que é na infância que essas funções começam a se desenvolver. É neste período da vida que elas começam a se constituir, ou seja, é o começo de uma história de transformações, porém, é só o começo. Essas transformações duram a vida toda.

Afirmando que é na fase infantil que surgem as raízes genéticas da cultura (o uso de instrumentos e a fala humana) podendo entender, segundo a autora, que o comportamento não é de ordem biológica, pois suas bases surgem da cultura, por isso que suas raízes se constituem na infância e não antes. Assim o comportamento humano é mediado pela técnica e pelo simbólico, o que significa dizer que a transformação da criança em um ser humano pressupõe o acesso aos meios que possibilitem essa transformação. Compreende-se, através do artigo, que os instrumentos são os mediadores entre o homem e o mundo, entre o natural e o social.

Vigotski se interessou em saber como a atividade, que é aspecto essencial do ser vivo, adquire no homem seu poder criador. Ele entendeu que isso é possível quando a atividade é mediada por meios técnicos e simbólicos criados pelo próprio ser humano. Assim centra seus esforços para tentar entender quais os efeitos que o aparecimento de um meio simbólico (como a fala) aparece nas crianças.

A partir dos seus estudos Vigotski percebeu que o simples uso dos instrumentos técnicos não são o suficiente para transformar a atividade do homem em produtiva. Para ele a linguagem desempenha um papel importantíssimo, pois sem linguagem não há como pensar a realidade e nem como planejar e organizar as ações. É claro que é possível entender que, mesmo vendo a linguagem como fator preponderante, ele não reduz a ela o mundo simbólico.

Referindo-se ao desenvolvimento cultural, Vigotski, fala especificamente do desenvolvimento pessoal a partir do desenvolvimento geral. O que realmente quer saber é como acontece em cada um o desenvolvimento cultural. Para ele “cultura é, ao mesmo tempo, o produto da vida social e da atividade do homem”. Assim sendo, que

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