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Razão Dialética e "Traduzir-se" de Ferreira Goular

Por:   •  24/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  506 Palavras (3 Páginas)  •  161 Visualizações

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Aluna: Amanda Cavalcanti                             Disciplina: Educação e Filosofia/ noturno

Dialética

A dialética como uma técnica de investigação conjunta, duas pessoas ou mais fazem parte de um processo de perguntar e responder, com diferentes pontos de vista sobre o assunto, para decompor e investigar um conceito através de verdades e argumentos. Em tese, é um debate de ideias diferentes, uma forma de filosofar.

Para Hegel, a dialética não é um método, mas uma dinâmica de observação dos fenômenos históricos. Desse modo, toda realidade “se apresenta”, depois nega a si mesma, e num terceiro momento supera e elimina a contradição.

Em “Traduzir-se”, o autor desencadeia uma narrativa conflituosa de identidade. Divide-se, para poder esclarecer o que está acontecendo dentro dele próprio, do seu ser, e como o conceito fundamental de “ser” se enriquece dialeticamente. A contradição torna-se o próprio núcleo do pensamento, mas a dialética de Hegel é superior ao pensamento. É simultaneamente o mais abstrato e o mais real. No poema, até o sexto verso há a reiteração, quase que como um refrão, dos dois aspectos fundamentais abordados no texto: "Uma parte de mim/outra parte", a percepção de dois “eus”, o coletivo e o individual.

A contradição mostra que a constituição íntima de cada ser não apenas se opõe ao outro como também pode se opor à sua própria natureza. Gullar queria mostrar que ninguém é um só, somos junções de partes muitas vezes contraditórias. Ao final do poema é possível estabelecer uma conexão de como o pensamento regressa à sua identidade se tornando mais concreto - quem possui tal capacidade é comparado à um artista - é então a síntese da razão dialética.

Em “O operário em construção”, verifica-se o percurso para a construção da consciência crítica, que vai partir da observação do que eu sou, do que eu produzo, para quem eu produzo, e o mundo externo ao qual estou contido. Neste contexto, certas coisas só serão conhecidas na medida em que eu aumento minha participação na vida. A dialética contribui para a construção do conhecimento do sujeito. A ação modificadora do operário foi em reconhecer que ele não podia continuar sendo coadjuvante das duas próprias edificações, tudo a sua volta foi feito por suas mãos. Foi necessário o uso da sua liberdade para intervir nas forças alheias ao operário, e a partir da observação da história pode reconstitui-se. Hegel faz críticas à essa forma de trabalho, pela degradação do seu potencial humanizador. O “não” e sua contestação permanente, fez com que o operário adquirisse uma consciência não só individual, mas social.

Portanto, a dialética vai ser um método para garantir o conhecimento. O Processo dialético é um processo racional original, a contradição se transforma no próprio motor do pensamento. Isto me faz remeter à um dos fragmentos de Heráclito, Leandro Konder também cita um deles. A luta dos contrários, guerra dos opostos, da discórdia advém a mais perfeita harmonia.

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