Reflexões Sobre Alfabetização
Por: Patrícia Magda • 3/12/2016 • Seminário • 999 Palavras (4 Páginas) • 252 Visualizações
REFLEXÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO
EMÍLIA FERREIRO
Emília Ferreiro nasceu na Argentina em 1936 é psicolinguística, pedagoga e pesquisadora, doutorou-se na universidade de Genebra sob a orientação de Piaget.[pic 1]
Na sua trajetória profissional publicou vários livros, realizou pesquisa sobre alfabetização e dedicou-se a educação. Suas principais pesquisas sobre alfabetização foram realizadas na Argentina e México.
INTRODUÇÃO:
- O livro é composto por quatro trabalhos, todos desenvolvidos com uma preocupação em comum: contribuir para uma reflexão sobre a intervenção educativa alfabetizadora, baseada no estudo da psicogênese da escrita na criança.
- Aborda o tema “alfabetização”, em que a autora nos oferece ideias sobre como repensar a prática escolar nos anos iniciais.
- Ela descreve a criança criando hipóteses a respeito do código, representadas nos níveis pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético. Essa criança se coloca problemas, constrói sistemas interpretativos, pensa, raciocina e inventa, tentando compreender a escrita de acordo como ela existe na sociedade.
ALFABETIZAÇÃO:
- O sistema de escrita alfabética código, não pode ser ensinado através da memorização. O sistema alfabético é notacional.
- É necessário que o alfabetizando perceba a pauta sonora e construa seu conhecimento do sistema começando pelas hipóteses da escrita.
- Toda investigação sobre as questões de alfabetização terminam em volta de uma só pergunta: como se deve ensinar a ler e escrever?
- Acreditava-se que o processo se dava em sala de aula, onde o professor tinha o método correto e ensino o que o garantia o controle do aprendizado de cada criança.
- Com o crescimento do número de crianças com acesso à educação, essa prática começou a fracassar, começaram a apontar evidências para identificação dos culpados.
- Para isso as pesquisas de Emília Ferreiro contribuíram, para a busca de novos caminhos, deslocando a investigação sobre a alfabetização de “como se ensina” para “como se aprende”.
- Com essa revolução de conceitos a estrutura escolar precisou mudar
- A escrita pode ser concebida de duas formas como sistema de representação de linguagem e como código de transcrição gráfica das unidades sonoras
- Qualquer sistema de representação possui um processo diferenciação e relação entre o objeto que será apresentado e a representação ao qual será comparado.
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA:
- A psicogênese é a origem do desenvolvimento dos processos mentais e personalidades. (definição do dicionário)
- A psicogênese da língua escrita, identifica como a criança se utiliza de das habilidades de ler e escrever, mostrando que a aquisição desses atos linguísticos segue o mesmo percurso até chegar ao sistema alfabético (num processo gradativo)
A REPRESENTAÇÃO DA LINGUAGEM E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO:
- A alfabetização inicial é como solução real para o problema da alfabetização remediativa, considerada em função da relação entre o método utilizado e o estado de “maturidade” da criança.
- Devemos na alfabetização levar em conta a natureza do objeto de conhecimento: temos, por um lado, o sistema de representação alfabética da linguagem, com suas características específicas; por outro lado, as concepções que tanto os que aprendem (as crianças), como os que ensinam (os professores) têm sobre este objeto.
CAPÍTULO 1 – A ESCRITA COMO SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO:
- A escrita pode ser concebida de duas formas como sistema de representação de linguagem e como código de transcrição gráfica das unidades sonoras
- Qualquer sistema de representação possui um processo diferenciação e relação entre o objeto que será apresentado e a representação ao qual será comparado.
- X não é igual à realidade R que representa. Se assim for, não seria uma representação mas uma outra instância de R.
Representação (X) Realidade (R)
[pic 2][pic 3][pic 4]
- A representação do sol nesta pintura refere-se a realidade do sol em toda sua grandeza. Porém, se analisarmos a representação veremos que ela foge dos aspectos da realidade que representada .
- “Portanto, se um sistema X é uma representação adequada de certa realidade R, reúne duas condições aparentemente contraditórias:
- X possui algumas das propriedades e relações próprias de R;
- X exclui algumas das propriedades e relações próprias a R.”
Sol X
- Núcleo amarelado e alaranjado.
- Contorno avermelhado
- Forma esférica
- Cobras saindo das duas laterais
[pic 5]
Sol - R
- Núcleo amarelado e alaranjado.
- Contorno avermelhado
- Forma esférica
Mescla de tons de amarelo, vermelho, laranja, marrom
[pic 6]
O vínculo entre X e R pode ser analógico ou totalmente arbitrário.
Analógico (Analogia):
Relação, semelhança de uma coisa com outra.
- Uma representação analógica X possuiria relação de semelhança, característica com R (realidade)
Usando o mapa como exemplo:
- Os mapas são representações com sistemas analógicos, mas contém também elementos arbitrários.
- No caso dos mapas modernos: a costa não é uma linha, mas a linha do mapa conserva as relações de proximidade entre dois pontos quaisquer, situados nessa costa...”
- Usamos a linha para determinar o encontro do mar com o continente, na realidade o encontro não se faz por uma linha, mas pode ser representado, desde que essa linha represente uma proximidade muito perto da realidade.
[pic 7]
Totalmente arbitrário:
- Quando foge totalmente da realidade representada.
- Quando as características de X (representação) não tem relação com R (realidade)
- No mapa as cidades são representadas como formas circulares o que foge da forma real das cidades, que são de várias formas.
- Representação ≠ Realidade
[pic 8]
A TRANSCRIÇÃO DO CÓDIGO:
- A transcrição das letras do alfabeto em código telegráfico (código Morse), a transcrição dos dígitos em código binário computacional, a produção de códigos secretos para uso militar, etc., são todos exemplos de construção de códigos de transcrição alternativa baseados em uma representação já constituída.
- Código : Conjunto de todos os elementos linguísticos vigentes numa comunidade e postos à disposição dos indivíduos para servir-lhes de meios de comunicação.
(Dicionário online de português - http://www.dicio.com.br/codigo/ )
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