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Reflexões sobre a alfabetização

Por:   •  15/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.434 Palavras (6 Páginas)  •  179 Visualizações

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Reflexões sobre a alfabetização  

A autora Emília Ferreiro, psicóloga argentina, e doutorada pela universidade de Genebra, onde foi privilegiada a ser orientada e colaboradora de Jean Piaget. As suas pesquisas feitas sobre alfabetização foram realizadas principalmente na Argentina, onde nasceu e no México onde a atual professora titular do centro de investigação e estudos avançados do instituto politécnico nacional.

Este livro sobre alfabetização vem contrariando hábitos e expectativas, pois não traz nenhum novo método de alfabetização, o que ela vem nos oferecer são idéias, para que se torne possível o que já era necessário: repensar a pratica escolar da alfabetização.

Os seus estudos tiveram como base crianças de outros países, como Argentina e México, percebemos que a conceitualização e seu processo segue a mesma linha, semelhante a nossa.

Segundo Emília Ferreiro, as crianças no processo de alfabetização , não tem nada de mecânico, pois elas pensam, raciocinam, inventam, constroem interpretações sempre buscando compreender a escrita.

Ao longo do livro a autora aborda temas que nos faz compreender o processo da construção da escrita, hipóteses e as concepções que as crianças pensam em relação à escrita, a compreensão dessa escrita e a interferência dos adultos no processo a pratica do docente. A alfabetização inicial tem vasta relação com o método usado pelo professor, e se a criança já esta madura para aprender. Ao construir a representação adequada dos objetivos que estão estudados, demanda um longo processo até que a criança obtenha uma forma final de aprendizagem, o amadurecimento vai acontecendo e nunca esta pronto e acabado, e ao construírem essas representações, a criança com certeza irá enfrentar dificuldades, mais ela mesma reinventará novos sistemas para assimilar esses novos conhecimentos.

Se pensarmos que a criança só aprende quando é submetida a um ensino sistemático, nada poderemos enxergar. Precisamos considerar que ela é um ser que tem capacidade de pensar, e que ignora que deve pedir permissão, para começar aprender, talvez assim começamos a aceitar que pode saber algo, embora a instituição não tenha dado a ela a autorização para tanto.

A criança começa a ter uma relação entre a palavra escrita e a palavra falada. As escritas infantis primeiramente aparecem do ponto de vista gráfico, como linhas onduladas, ou quebradas (ziguezague), ou continuas ou fragmentadas, ou então como uma serie de elementos discretos repetidos (serie de linhas verticais, ou de bolinhas). A aparência  gráfica não é garantia de escrita, a menos que conheçam as condições de produção, chegando então á lógica da escrita alfabética.

Tradicionalmente, as discussões sobre a prática alfabetizadora tem se centrado na polêmica sobre os métodos utilizados.

Temos que ter em mente que a criança não é uma tábua rasa onde se inscrevem as letras e as palavras segundo determinado método; se aceitarmos que o “fácil” e o “difícil” não podem ser definidos a partir da perspectiva do adulto, mas de quem aprende.

 É necessário que o professor compreenda os problemas, de modo que as crianças os colocam e analisam as soluções, que para elas são aceitáveis; não se pode reduzir a prática utilizada a um único método, pois nenhuma prática pedagógica e neutra. Todas estão apoiadas em certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem; os problemas que surgem aparecem geralmente é porque as crianças se sentem perdidas no inicio da aprendizagem, tudo é novo e ao mesmo tempo diferente, isso não quer dizer que para ela seja fácil ou difícil, pois para elas ainda não tem essa noção.

É necessário mudar os pontos por onde nós fazemos passar o eixo central das nossas discussões. Temos uma imagem pobre em relação à língua escrita.

A maioria dos professores infelizmente tem uma imagem empobrecida da criança que aprende reduzindo a um par de olhinhos e ouvidos a uma mão com um lápis para copiar e é só. Esquecendo-se que a criança é um ser que pensa que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu.

Reinventar um método novo não resolve os problemas. É necessário analisar novamente as praticas de introdução da língua escrita, para com isso melhorar a alfabetização pré-escolar.

A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural, que cumpre diversas funções sociais existindo concretamente nos mais variados contextos (letreiros, embalagens, TV, roupas e etc.). Exercendo influencia no aprendizado das crianças, que procuram compreender o significado destas marcas, e assim existindo um processo de aquisição da língua escrita antes mesmo de ingressar na escola.

As crianças mesmo sem ter o domínio da escrita, elas começam a elaborar e a compreendê-la desde muito cedo, os princípios de organização, sua natureza e para que serve.

É necessário que a escrita esteja presente no mundo externo que cerca as crianças, para que elas façam considerações a respeito da mesma, isto é uma reflexão que produza uma construção interna e que não é aleatória.

A criança que cresce em um meio onde todos lêem, está exposta a várias interações, que criam condições de compreensão do símbolos, aprendendo também a se comportar como um leitor, mesmo sem sê-lo e aprende de forma precoce o essencial das praticas sociais ligadas a escrita.

As carências que certas crianças têm na alfabetização precisam ser diminuídas pelos professores, para que isso se torne realidade é necessário que o profissional adapte seu ponto de vista ao da criança, ou seja, que para a criança aquilo esta certo.

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