Relatório de documentário " Quando sinto que já sei"
Por: arianee12391 • 7/9/2016 • Relatório de pesquisa • 1.707 Palavras (7 Páginas) • 3.083 Visualizações
FACULDADE MULTIVIX
Ariane Santos Pires
Caroline Dubberstein Lisboa
Documentário
" Quando Sinto Que Já Sei"
Professora: Grace Rangel
VITÓRIA
2016
Relatório do Documentário: "Quando Sinto Que já Sei"
Professora: Grace Rangel
Alunos: Ariane Pires, Caroline Lisboa
Disciplina: Aprendizagem e Processos Relacionados
Curso: Psicologia - 8° período - Matutino
O documentário "Quando Sinto Que Já Sei" retrata um novo método no que se refere ao modelo de aprendizagem para crianças e adolescentes. Trata-se de um projeto, inspirado no modo de ensino de uma escola de Portugal conhecida como Escola da Ponte, do qual e teve seu início em 1976, nesse período as escolas públicas do país se deparava com elevados níveis de precariedade, devido a ditadura que o país havia acabado de sair, que ocorreu durante 48 anos. Após tal período, a violência dentro das escolas aumentava cada dia mais, sucedendo consequentemente em uma desmotivação nos responsáveis pela educação, como também nos indivíduos que necessitavam de tal educação. Outro ponto que causava desinteresse de ambas as partes, era a forma como era realizado o ensino, com base em manuais iguais para todos, focando apenas na maioria e excluindo de certa maneira outras formas de ensino.
A partir dessas e outras queixas os profissionais da educação se uniram, em busca de soluções para os problemas e melhorias para aquela escola. Observaram que reparos no problemas apontados não seria suficiente para uma mudança esperada e seria necessária uma revolução pedagógica. Essa vontade de mudança, chamou a atenção do professor José Pacheco que é considerado um dos fundadores da Escola da Ponte e tinha como aspiração uma nova proposta que diferenciaria das aulas tradicionais e do qual não via mais sentido no que chamava de fundamentalismo pedagógico.
Depois de diversas discussões a Escola da Ponte, adquiriu um método, do qual suspendia séries, salas, ciclos, aulas, disciplinas, provas, investindo em uma proposta pedagógica para o desempenho da autonomia dos alunos. Os resultados de tal proposta prosperaram, e em 2008 a escola tornou-se autônomo do MEC ( Ministério da Educação e Ciência) de Portugal, por meio de um contrato vigente. Tal contrato aponta diversos objetivos à escola, afim de ser reconhecido como uma estrutura pedagógica eficaz, inspirando outras instituições na expectativa reformular um sistema como o todo.
Em 23 de setembro 1995, nasceu o Projeto Âncora, uma associação civil com o desafio de melhorar a realidade de crianças e adolescentes de Cotia, localizada em São Paulo, por meio de atividades educativas. Em uma região na qual luxuosos condomínios fechados contrastam com inúmeras favelas, o projeto busca oferecer às comunidades próximas uma educação para o exercício da cidadania de forma ativa.O projeto Âncora segue a proposta portuguesa, na visão de construir a autonomia nas crianças e adolescentes com uma inovadora filosofia educacional. De acordo com a coordenadora Suzana [...] A autonomia da aprendizagem desperta o interesse e a sensação de pertencimento das crianças ao processo pedagógico [...]. O projeto Âncora ainda conta com a colaboração do educador português José Pacheco, idealizador e ex-diretor da Escola da Ponte, que começou a trabalhar com a equipe brasileira em abril de 2011.
Nessa mesma proposta a Escola Municipal Desembargador Amorim Lima apartir de 2004, e a Escola Municipal Presidente Campos Sales, a partir de 2008, ambas localizadas em São Paulo, reconfiguraram seus projetos pedagógicos, substituindo a estrutura das salas de aula e assumindo os estudantes como protagonistas da aprendizagem.
. Assim como a escola portuguesa, a Escola Projeto Âncora não tem séries e alunos de diferentes idades estudam juntos e se organizam a partir de interesses comuns para desenvolver projetos de pesquisa. Na escola, os alunos são colocados em contato com diferentes atividades: música, informática, esportes, circo, artes e culinária e desenvolvem projetos de pesquisa de acordo com suas afinidades. Cada estudante escolhe ainda um tutor, qualquer indivíduo da comunidade escolar podendo ser funcionários, professores ou os pais, que será responsável por orientá-lo no percurso pedagógico que ele estabelece para si mesmo. Os alunos analisam o roteiro de estudos e produzem junto ao tutor escolhido. É neste momento em que os estudantes indicam o que desejam aprender naquela semana e o tutor os auxilia na escolha de temas e recursos a serem utilizados. Dessa forma, o aluno e seu tutor avaliam juntos como foi o processo de aprendizagem, se os objetivos foram alcançados, se ficou alguma dúvida e se a criança ou o adolescente está satisfeito com o que alcançou. No lugar de provas, o tutor e estudante estabelecem que mecanismo utilizarão para aferir a satisfação e se o conteúdo foi assimilado, em um processo bastante dialógico e em si educativo. O conhecimento é desenvolvido por meio de projetos de pesquisa e são orientados por professores e pedagogos, os estudantes acessam todos os orientadores educativos, que os acompanham tanto nas questões de aprendizagem acadêmicas quanto comportamentais, os próprios alunos se ajudam nesse processo de aprendizagem ensinam aos colegas o que aprenderam, para auxiliar fazem uso de imagens, som, cartazes e slides. De acordo com Rubem Alves“ As crianças que sabem ensinam as crianças que não sabem. A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de solidariedade. Mais que aprender saberes, as crianças estão a aprender valores. .”
Os estudantes também podem também se organizar para as oficinas oferecidas no espaço. Os processos de aprendizagem se dão em salões, onde os alunos se sentam em grupos. Caso precisem de ajuda, levantam as mãos e chamam algum educador. Na sala fica pendurado, um mural dividido por duas colunas: “Preciso de Ajuda e Posso Ajudar?”. Nele, as crianças e adolescentes podem pedir apoio aos colegas escrevendo o nome na primeira coluna. Aqueles que podem auxiliar dizem quando, onde e em qual horário podem se encontrar para o estudo, num processo de educação de pares. Para viabilizar esse e todos os outros processos de investigação autônoma, os estudantes têm acesso a diferentes formas de aprendizagem e estudo, como na biblioteca, nos computadores e internet. Segundo o Projeto Âncora, "se não somos todos iguais por que temos que aprender do mesmo modo, ao mesmo tempo, por que tratar as crianças como tabulas rasas, recipientes vazios que devem ser preenchidos por conteúdos?" Os estudantes gerem esses espaços de forma autônoma e decidem onde e como devem buscar a informação que precisam.
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