Resenha Critica LIBRAS
Por: Jemisilva • 22/8/2017 • Trabalho acadêmico • 1.393 Palavras (6 Páginas) • 3.798 Visualizações
DA SILVA, Jéssica Milena, Libras - Língua Brasileira De Sinais – FAVED. In, Guia COMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA de Estudo. 2017, p. 3-58.
A obra consiste em ser o material didáticos para a matéria de Libras, do curso de Pedagogia, sendo uma compilação de ideias de estudiosos no assunto como Márcia Honora, Mary Lopes Esteves Frizanco, Lucinda Ferreira Brito, Ronice Müller de Quadros e Lodenir Becker Karnopp, que nortearam o conteúdo da obra. O texto é uma premissa científica, baseada em normas e padrões da academia, porem expresso de matéria mais clara e objetiva, a fim de se aproximar do leitor.
A intenção nesta obra é trazer informações com o objetivo de refletir sobre algumas questões relativas à surdez, propiciando um olhar diferenciado de dois mundos desconhecidos entre si, o do surdo em relação ao mundo ouvinte e do ouvinte em relação ao mundo dos surdos, bem como da importância da inclusão dos surdos na escola.
Fica claro que o texto, apesar de focar a temática da Libras, o interesse principal não é ensinar a língua de sinais, como o autor deixa claro logo no primeiro capítulo de introdução, mas sim despertar o interesse do leitor para os meandros desta língua, o que passa necessariamente por conhecermos a surdez e suas implicações, que por sua vez nos levam a compreender a priori o processo da audição. Também é pensar algumas questões que ainda hoje precisam ser afirmadas e reafirmadas que ainda é preciso insistir no fato de que libras é língua.
Desde a década de 1960, foi conferida a língua de sinais o status linguístico, e ainda hoje continuamos a afirmar e reafirmar essa legitimidade. Na unidade inicial há uma exposição histórica sobre os surdos e sua posição na sociedade, descrevendo como se dá o processo da audição, com explicações anatômicas e imagens bem esclarecedoras, bem como a surdez foi reconhecido ao longo do tempo. Ao longo da unidade, fica claro a evolução histórica da educação de surdos, tanto no mundo como no Brasil. Termos e conceitos também foi enfoque desta unidade, determinando a ligação da linguagem e a surdez, além de os graus e classificações referentes a surdez; sendo estes últimos essencial para a compreensão da continuação do texto.
A seguir, uma unidade foi dedicada à surdez enquanto deficiência, seu diagnóstico, a classificação das perdas auditivas, a identificação de crianças com surdez e nosso posicionamento a fim de ajudar a construir uma história diferente para elas.
É fundamental entender a diferença entre diferença auditiva e surdez. O texto traz as seguintes definições:
Deficiência auditiva: quando alguma das estruturas da orelha apresenta uma alteração, ocasionando uma diminuição da capacidade de perceber o som. Geralmente, o deficiente auditivo se comunica pela fala e apresenta uma perda auditiva de grau leve ou moderado.
Surdez: é ocasionada por alguma alteração nas estruturas da orelha, ocasionando uma incapacidade em perceber o som. Geralmente o surdo se comunica por meio da língua de sinais e apresenta uma perda auditiva de grau severo ou profundo.
Apesar de similares, é importante compreender que ambas apresentam características bem diferentes e ocasionam uma limitação para o desenvolvimento do indivíduo. Compreender as limitações acarretadas por cada situação, gera um melhor entendimento do posicionamento destes indivíduos na sociedade, bem como como proceder com a educação de cada individualidade.
As identidades surdas, trabalhada por toda uma nova unidade, foi detalhada partindo da conceituação dos ensinos da educação monolíngue à educação bilíngue, e como a educação se dá nos dias atuais. As identidades existentes leva o indivíduo a aprender e se socializar de maneira diferente, se identificando com seus iguais, dependendo das características de cada categoria, lembrando que esse determinação foi feita pela visão da Gladis Perlin, primeira doutora surda do Brasil, com pretensões didáticas.
O trabalho traz as seguintes categorias: Identidades Surdas Híbridas, são os surdos que nasceram ouvintes e com o tempo alguma doença, acidente, entre outros, os deixou surdos; Identidades Surdas Flutuantes, aqui encontramos os surdos que não tem contato com a comunidade surda; Identidades Surdas Embaraçadas, são do tipo que podemos encontrar diante da representação estereotipada da surdez ou desconhecimento da surdez como questão cultural; Identidades Surdas, estão presentes na situação dos surdos que, devido a sua condição social, viveram em ambientes sem contato com a identidade surda ou que se afastam da identidade surda; Identidades Surdas de Diáspora, estão presentes entre os surdos que passam de um país a outro, ou inclusive passam de um estado brasileiro a outro, ou ainda de um grupo surdo a outro; e Identidades Surdas Intermediárias, essas pessoas têm outra identidade, pois tem uma característica que não Ihes permite essa identidade, isto é, sua captação de mensagens não é totalmente na experiência visual que determina a identidade surda.
Segundo o texto, a necessidade da comunidade surda em se expressar vai além da busca por compreensão da língua, é fazer parte do silencio dos surdos e se manifestar na forma cultural e diversa na identidade da sociedade ouvinte. Fica claro então que a sociedade em que o indivíduo com surdez se insere é fundamental para seu desenvolvimento, evidenciando que a língua de sinais é natural, pois evolui como parte de um grupo cultural do povo surdo.
Sendo assim, a próxima e última unidade é dedicada a explicação sobre a língua de sinais, sendo que fica claro que estas não simplesmente mímicas e gestos soltos utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação, mas sim línguas com estruturas gramaticais próprias a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS); datilologia ou alfabeto manual. É usado figuras e imagens a fim de ilustrar esse tipo de comunicação, a fim de criar uma base ao leitor sobre como funciona essa linguagem complexa, podendo exemplificar como a comunicação entre os surdos funcionam. Há três parâmetros fundamentais que constituem os sinais e nomeou-os: configuração de mão (CM); ponto de articulação (PA) ou locação (L); e movimento (M). Além dos sinais feitos com a mão, esse tipo de linguagem pode incorporar expressões faciais, movimentos feitos com a cabeça ou com o corpo.
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