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Resenha Raízes Menino Fula

Por:   •  19/9/2015  •  Resenha  •  351 Palavras (2 Páginas)  •  1.518 Visualizações

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BÂ, Amadou Hampâté. Amkoullel, o menino fula. Capitulo Kadidja, minha mãe. pág. 51 à 95. Tradução: Xina Smith de Vasconcelos. São Paulo: Palas Athena: Casa das Áfricas, 2003.

        Ao iniciar esse capítulo e fazer referências às regras de boa educação africana, o autor pede perdão por não ter iniciado o livro falando de Kadidja, sua mãe. Desta maneira, criou um capítulo para acolher as histórias dela que, por sua vez, desmistificam a figura da mulher africana. São fatos que vão de encontro à idéias do senso comum

        A África do Mali tem o islamismo como religião central, porém as mulheres não são escondidas sob suas vestes, perdendo sua voz. A religião dos fula era islâmica, portanto, seguia o Alcorão, que, por sua vez, prega a poligamia e é justamente este motivo que conferia aos homens fula o direito de se casar com mais de uma mulher.

        Kadidja fora prometida a Hampâté, seu primo, ainda em sua flor da juventude, porém desse casamento, somente o próprio Bâ sobreviveu, pois Gabdo, sua irmã mais nova, e Hammadoun, o mais velho, tiveram suas vidas rompidas.

        Depois do divórcio, jovem e vivaz, a mãe de Amkoulel traçou uma nova linha para sua vida, aceitou casar-se com Tidjani Thiam, filho do rei de Bandiagara. Com ele, Kadidja viveu um amor mútuo, porém essa união custou-lhes muito sofrimento pelo fato de não ser um casamento bem quisto por conta da rivalidade existente entre os vários pretendentes da jovem. Amkoullel passou a ser o filho primeiro de Tidjani Thiam, e deu-lhe a legitimidade para herdar seus bens.

A mãe de Amkoullel é a figura feminina representando a ruptura dos ideais convencionais que põem a mulher-mãe no sub-lugar, atribuindo valor comum e limitando-a ao senso do sexo frágil. No decorrer da narrativa, Amkoullel vai sempre mostar sua mãe como portadora de grandes e sábios conselhos, forte e determinada levando os leitores a percepção que Kadidja personifica o símbolo maior da matriarcalidade.

        

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