Resenha do livro o que é Educação
Por: Karina Moreira • 1/5/2018 • Resenha • 997 Palavras (4 Páginas) • 221 Visualizações
RESENHA DO LIVRO: O QUE É EDUCAÇÃO?
RODRIGUES BRANDÃO, Carlos. O Que é Educação. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989.
Karina S. Moreira
Sobre o autor
Carlos Rodrigues Brandão, natural Rio de Janeiro, formado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica; doutor em Ciências Sociais, formado pela USP; pós-doutor em Antropologia, pela Universidade de Perugia e pós-doutor em História Contemporânea, pela Universidade de Santiago de Compostela, é uma grande referência nos estudos da educação brasileira. Brandão desde muito jovem envolveu-se na criação de movimentos e centros de cultura popular. No ano de 1967 tornou-se professor universitário, a princípio em Brasília (na UnB), logo mais na UFG (Goiânia), por último na Unicamp (em Campinas), vale ressaltar que ele lecionou em mais de 10 universidades brasileiras, publicou e/ou auxiliou mais de setenta e dois livros nas áreas de antropologia, psicologia, geografia agrária e educação.
Desde muito tempo participa de debates extrauniversitários dos movimentos e experiências de educação e cultura popular. É autor de diversas obras que envolvem educação e cultura, dentre essas está a obra resenhada O que é educação – pela coleção primeiros passos, Educação popular e identidade e etnia. Por ser especialista em educação rural e educação popular, desenvolveu alguns projetos de pesquisa em áreas como Ruralidades e Educação Rural, Educação Ambiental e Biodiversidade. Brandão possui vários títulos, entre eles está o Prêmio Alceu Amoroso Lima - Poesia e Liberdade. Além de toda a bagagem adquirida durante todo o seu curso de vida, hoje ele desenvolve projetos de pesquisa no Alto Médio São Francisco, em Minas Gerais, lá são analisadas as questões sociais e culturais das comunidades tradicionais do local.
Resumo
No Livro O que é Educação, Brandão, a princípio, traz uma afirmativa bastante coerente e entendível, ele diz que a educação está presente em todas as ações do nosso cotidiano, revelada de várias formas, seja em casa, na rua, no trabalho ou na igreja, ela está sempre presente, mesmo que de forma implícita e nem sempre perceptível.
O autor vai contrapor o modelo ocidental de educação, no qual a ela é transmitida por meio dos professores no ambiente escolar. Para ele esse modelo não é o único existente, vez que a educação é encontrada em toda a pluralidade de sociedades existentes. Para justificar sua posição, retoma às sociedades tribais nas quais já havia um sistema educativo presente nas ações comuns aos indivíduos, acredita, assim, que o processo educativo é livre, amplo e há múltiplas formas de fazê-lo.
Brandão apresenta alguns conceitos relacionados à educação. Para ele a escola é onde se tem a educação formal, não sendo único lugar para um indivíduo ser educado, afirma ainda que talvez essa nem seja a melhor forma de se educar alguém. Traz o conceito de endoculturação, onde uma pessoa recebe as particularidades específicas de uma determinada cultura. O que, para ele, essa forma de educação é o que ocorre na maior parte da sociedade, pois uma de suas principais características é o modo de como o saber é absorvido, ou seja, esse é adquirido gradativamente, pelo simples fato das pessoas conviverem umas com as outras e aprenderem aquele modo de agir, de pensar.
Um dos pontos mais importantes da obra é quando a educação é transformada em ensino. Para Brandão, juntamente com o surgimento do ensino, vem o surgimento dos conflitos, conflitos esses causados pela disputa de poder, pois em decorrência das divisões sociais, surgem as divisões do saber e, consequentemente, acarreta na disputa entre os especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento pelo maior domínio desse saber.
A partir daí surge a hierarquização, apresentando um distanciamento da ideia de educação apresentada no início do livro. Carlos Brandão faz uma análise de como se deu a educação na Grécia antiga, onde ela se tornou mais tarde uma questão de Estado que corre por duas vertentes, o saber técnico e o saber teórico, que, de acordo com ele, perdura até os dias atuais. Brandão também é contrário a esse modelo de educação, pois, para ele, o indivíduo é moldado a partir do que a sociedade quer que ele seja e não da forma que ele realmente é ou seria.
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