Ressentimento aluno e professor, internet
Por: conta2015 • 18/11/2015 • Abstract • 1.511 Palavras (7 Páginas) • 356 Visualizações
O professor é conhecido por portar o conhecimento e tudo o que ele transmite é verdade absoluta, ou seja, o que distância a relação professor e aluno é o conhecimento que o mestre possui. Contudo, esse poder de controle, isto é o professor como detentor de conhecimento, vem se esfacelando devido à revolução microeletrônica que proporcionou ao conhecimento uma nova forma de se expandir, a internet. Sendo assim o professor não é mais o objeto de desejo do eu do aluno, não personifica o ideal de ego, ou seja, é substituído pelo próprio aluno que se tornou propaganda de si mesmo nas redes sociais – jogos de cena
Essa substituição é caracterizada por fatores históricos e tem base o sentimento ambivalente de amor e ódio na figura-imagem do professor. O grande divisor histórico é a revolução micro eletrônica que é um desdobramento da revolução industrial.
No período pré-revolução micro eletrônica o sentimento de amor à figura do professor é devido à personalidade do discente e a forma que transmite o conteúdo isto é, sua linguagem corporal, expressividade, olhar e que determinam a passagem do conteúdo, ou seja, a assimilação, compreensão por parte do discente. Enquanto que o sentimento de ódio é pela prática do autoritarismo e da violência psicológica (disciplinar por meio da humilhação) por parte do professor. E que assim, permitiu ao aluno a criação de mecanismos de defesa como a superação do professor (superar o seu conhecimento) por meio da disciplinarização e os jogos de cenas conhecido como “tirar sarro”. E que podem tornar-se vinganças: físicas, morais ou até a morte.
E no período da revolução micro eletrônica o sentimento de amor é expresso na imagem do professor como objeto de desejo do eu do aluno, e que é externalizada na forma de agradecimento em vídeos, páginas de blog, em comunidades das redes sociais entre outras. Enquanto que no sentimento de ódio observa-se a repulsa a imagem do professor e que possivelmente devido alguma punição recebida, o aluno vinga-se por meio xingamentos ou por exposição da imagem do professor por vídeo nas mídias sociais, o qual na maioria dos casos o professor perde a postura de educador e nesses casos os vídeos são compartilhados, ou seja, são viralizados nas mídias sociais sem o seu consentimento. Desse modo o objeto de desejo do aluno é ele (discente), pois se tornou propaganda de si mesmo nas redes sociais, isto é um logo – MARCA.
Essa mudança na forma de expressar esse sentimento de ambivalência de ódio e amor por parte do aluno é devido o advento do capitalismo, pois este possui controle científico nos processos educacionais, ou seja, o desenvolvimento de novas técnicas pedagógicas para a prática do docente.
Dewey observa esse controle científico nos processos educacionais como forma de pesquisa controlada isto é, o desenvolvimento da ciência para a produção de mercadoria para as indústrias. Umas das mercadorias que é diretamente ligada à área de educação é a máquina de ensinar de Skinner que é um modo de disseminar o conteúdo das mais variadas disciplinas. Logo esse e outros aparatos tecnológicos fascinam o homem e esse por meio dos processos educacionais/culturais desenvolve e produz tecnologia, ou seja, cria novas formas de mercadorias como o telégrafo, a televisão, a internet e que mudam totalmente a forma do processo educacional, logo o ser humano.
No mundo, se destaca a Alemanha que foi o celeiro das produções científicas, isto é controle da ciência para o desenvolvimento do modo de produção capitalista e que trouxe consigo uma transformação radical dos meios de comunicação de massas no século XIX. O telégrafo foi um dos meios de massas, isto é eliminou o tempo e o espaço da comunicação assim como modificou a forma que relacionamos com informação visto que houve um maior controle dela.
Esse controle da informação está diretamente ligado ao processo de desenvolvimento humano e conceito de criança, pois alterou totalmente a forma do acesso da criança com o universo de signos e símbolos (nela é necessário à autodisciplina para focar a concentração no processo de aprendizado da leitura e escrita), isto é um novo modo de relacionar-se com a informação.
As informações divulgadas na televisão e o não controle dos pais à criança permitiram a adultização da criança, ou seja, de acordo com Postam o desaparecimento da infância. A adultização continua na nova sociedade, a da revolução microeletrônica e da cultura digital, pois com o surgimento da internet a informação foi propagandeada.
A marca da propaganda se deu na passagem do capitalismo liberal para o capitalismo monopolista, ou seja, antes a informação era para a transmissão do conteúdo, manutenção do passado-validação, depois se tornou alvo para chamar atenção isto é, a informação espetacularizada. Mas como isso atinge a relação professor e aluno?
Com advento da internet há facilidade no acesso de qualquer informação, ....
assim na relação professor aluno nota-se uma cultura do déficit de atenção(ZUIM), pois o aluno não consegue estabelecer relações conceituais, se dispersa rapidamente devido ao uso de celulares nas salas de aulas, ou seja, a própria concentração se altera, torna-se dispersa.
Na presença das dificuldades atuais de os alunos se concentrarem no aprendizado dos conteúdos transmitidos pelos professores, contempla-se o jogo de cena por ambos, ou seja, um pacto da mediocridade entre alunos e professores. Os docentes fingem que ensinam. Enquanto que os discentes dissimulam uma ordem disciplinar do docente para não ser reprovado na matéria, como escrever tudo o que o professor quer ver na prova, mesmo discordando totalmente isto é, o aluno aprende a agir em forma instrumentalizada com o professor. E desse modo, constrói o ressentimento que é uma vingança adiada.
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