Resumo Livro Território Plural
Por: Gabi Paixao • 9/9/2015 • Resenha • 1.897 Palavras (8 Páginas) • 1.662 Visualizações
ATIVIDADE DE RESUMO DOS CAPÍTULOS 1 E 2 DO LIVRO TERRITÓRIO PLURAL - A Pesquisa em História da Educação (Galvão, Ana Maria de Oliveira; Lopes, Eliane Marta Teixeira)
A disciplina surgiu no final do século XIX nas escolas normais e depois nos cursos de pedagogia das faculdades de filosofia, e não se desenvolveu como área da história. No Brasil, os trabalhos de história da educação já eram feitos desde meados XIX por membros do instituto histórico e geográfico brasileiro (IHGB) e nas primeiras décadas do século XX (Vidal e Faria Filho, 2003). Porém a disciplina já estava intrinsicamente relacionada ao campo da pedagogia que desde o século XVIII, onde já começava a se desenvolver em países da Europa e EUA. O estudo sempre bastante associado à Teologia e Filosofia.
No Brasil em 1928 é o ano em que no Rio de Janeiro a disciplina foi incluída no currículo da escola normal na reforma preconizada por Fernando de Azeredo. Após se tornar matéria na formação de professores começou a produzir para isso materiais didáticos para o seu ensino.
A disciplina por vezes foi considerava desinteressante por entender-se que práticas pedagógicas e necessidades de aluno e professor e escola demandam respostas imediatas, o que visivelmente a disciplina não traria. Porém se compreendemos que a disciplina é a relação entre passado, presente e futuro. Entende-se que seu estudo serve para compreender o presente e intervir no futuro por meio de estudo do passado, não repetindo erros já cometidos. Pensando assim, começou-se a olhar com mais bons olhos a formação da disciplina e sua necessidade. Também é importante perceber que na história nem sempre tudo é linear, bem como as práticas. E o estudo do passado não tem como objetivo erros.
Por motivo da área de educação vir para solucionar coisas práticas por vezes inicialmente desvaloriza-se a filosofia e história. Já que na Nova Escola, a psicologia e biologia passaram a ser ciências centrais para a educação. Porém nos anos 50, e novamente nos 80, a sociologia passou a ser vista como chave para explicar fenômeno educacionais. Colocando em segundo plano a história da educação.
A Filosofia e a História caminham juntas e a associação das duas trouxe consequências importantes para os rumos que a história tem tomado. Ao ponto de que por muito tempo “não havia diferença entre elas”, ambas foram enquadradas na mesma disciplina, normalmente com o nome de Fundamentos da Educação. A história ficava com a parte dos sistemas de ensino e suas organizações ao longo do tempo,e a filosofia como pensamento pedagógico. Isso vemos exemplificado em obras desde de Dilthey em 1934 até Abbagnano em 1957. Porém, a partir dos anos 70 as disciplinas começaram a se separar, porém sempre continuaram bem relacionadas. A história da educação ainda era impregnada de aspectos religiosos, tinha-se o professor como missionário e escritos ideários seguidos à risca onde novamente se vê ligação forte com a filosofia. O professor era visto sempre uma posição salvacionista em que não nos deveria se contentar em compreender a realidade, mas buscar transformá-la
Houve porém, muita dificuldade para constituir a história como área de pesquisa. Nas décadas de 30 e 40 foram escritas obras importantes como A Cultura brasileira, de Fernando de Azevedo (1943). Porém é a partir dos anos 50 e 60 que começa a se configurar um campo de pesquisa em História da Educação com levantamento de fontes. No final dos anos 60, a produção da área passou para o âmbito das pós-graduações em educação, onde se concentra até hoje e nos anos 80 diversas iniciativas que fortaleceram a área.
Nos últimos 10 anos anteriores a este livro ser escrito, surgiram pesquisas ligadas a universidades, bem como associações regionais e estaduais em história da educação. Hoje há periódicos dedicados a produção da área. Ao ponto de pesquisadores terem como fonte congressos anuais sobre o tema.
As pesquisas no entanto, normalmente, concentram-se no que a realidade deveria ter sido e não no que ela de fato foi. Isso se dá, analisando leis, reformas, regulamentos, macro relações, entre análises de contextos socioeconômicos e políticos da época e uma suposta realidade do cotidiano escolar. Fala-se poucos das práticas escolares dos alunos e professores. Hoje graças a diversos fatores há uma heterogeneidade na produção de pesquisa e conteúdo da área, é possível ver pluralidade tanto de aportes teórico metodológicos quanto de temas. Se já não era comum pesquisar a história da educação quanto mais da educação brasileira. Só nos anos 70 é que no Brasil passou a ter uma disciplina especifica pra isso.
Sem fontes o trabalho educacional por muito tempo teve cunho romântico. Já nos anos 70 e 80 as ideias marxistas ganharam força. Althusser e Gramsci foram os mais estudados e muitos fundamentos sofreram renovação, e com isso traçaram-se novos objetos de pesquisa, novos tipos de abordagem e fontes. Buscou-se situar a educação através e correlacionando aspectos econômicos, sociais e políticos. O olhar mudou e o estudo de classe social passou a ser usado para entender a educação no passado. A partir daí, começou-se a analisar grupos sociais, e não indivíduos isolados como responsáveis pelos fatos educativos.
Nos últimos 30 anos, mudanças vem acontecendo nos contornos teórico metodológicos, com a ampliação de seus desejos e fontes. A pesquisa mantem-se positivista, romântica e cristã . Hoje no Brasil e mundo a pesquisa é muito mais inovadora e imaginativa e do que expressam os materiais didáticos. A partir dos anos 60, na Europa a história da educação foi influenciada pela sociologia, antropologia, linguística e teoria literária. Houve avanços notáveis com a renovação com objetos e fontes ampliados e diversificados. No Brasil porém isso ocorre nos anos 80. Alguns fatores que cooperaram para essa renovação foram: a história cultural, história social e micro história.
A incorporação das contribuições da história cultural torna mais produtiva a pesquisa cujo objetivo é compreender como determinadas visões de mundo foram produzidas e disseminadas por diferentes grupos sociais. Tendo por centro da discussão o como o indivíduo atribuem significado ao meio que vivem.
Na história social segundo Hebe Castro (1997) no centro deste debate está entender como o sujeito coletivo vivencia e como essa experiência influi no mundo.
Finalmente a micro história, tendência essa que surgiu de pesquisas desenvolvidas nos anos 70 por um grupo de historiadores Italianos, trata-se de uma prática histórica que se baseia na redução da escala da observação, em uma realidade microscópica e em um estudo intensivo do material documental (Levi, 1992, p 136). A história da educação, assim como no campo da educação de modo geral, sabe que não é possível compreender, sem lançar mão dessas categorias
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