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Resumo do livro: O Que e Sociologia

Por:   •  18/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.624 Palavras (15 Páginas)  •  281 Visualizações

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O que é Sociologia

Capitulo primeiro: O surgimento

Seu surgimento ocorreu no mesmo período da desagregação feudal e da consolidação da civilização capitalista. A sua criação é o resultado de um conjunto de pensadores que se dedicavam a entender as mudanças sociais que estavam ocorrendo nessa época.

Os acontecimentos no século XVIII colocaram problemas inéditos, para os homens que experimentavam as mudanças que ocorriam no ocidente europeu. As revoluções Industriais e Francesas constituíram o processo de instalação da sociedade capitalista.

A sociologia surgira apenas um século depois, os acontecimentos que a dupla revolução ocasionou a tornaram possível.

A Revolução Industrial representou o triunfo da indústria e do empresário capitalista, que gradativamente foram controlando os instrumentos de trabalho, desempregando um grande número de pessoas.

O avanço da sociedade capitalista representou a desintegração de costumes e instituições, e a, introdução de novas formas de organizar a vida social, a classe trabalhadora foi submetida, a novas formas de conduta e trabalho, até então desconhecidas por eles.

Entre 1780 e 1860 a Inglaterra havia mudado notoriamente. O país passou a comportar enormes cidades, com indústrias que espalharam produtos para o mundo inteiro. A formação de uma sociedade industrializada e urbanizada desencadeou uma maciça emigração do campo para a cidade, engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho de doze horas, sem férias e feriados, ganhando um salário subi existente.

Estas transformações modificaram radicalmente, as formas habituais de vida de milhares de seres humanos. As cidades passavam por um grande crescimento demográfico, sem possuir uma estrutura adequada de moradias, serviços sanitários e saúde para acolher os que se deslocavam do campo para a cidade.

As conseqüências foram tão visíveis quanto trágicas, aumentando a prostituição, o suicídio, o infanticídio, a criminalidade e doenças que dizimaram parte da população.

Os efeitos catastróficos que essa revolução, acarretou para a classe trabalhadora, levaram-na a negar suas condições de vida. As manifestações de revolta atravessaram diversas fases, como a destruição de máquinas atos de sabotagem e explosão de algumas oficinas, evoluindo para a criação dos sindicatos. A classe operária com consciência de seus interesses, organizou-se para enfrentar os proprietários dos instrumentos de trabalho.

Com a profundidade dessas transformações, a sociedade passava a se constituir em “objeto”, que precisava ser investigado. Os pensadores ingleses que testemunhavam e se preocupavam com estas transformações, eram homens voltados para a ação, participavam dos debates ideológicos. Procuravam nas novas condições de vida geradas pela Revolução Industrial, orientações para modificar a sociedade de seu tempo.

Pensadores como Owen (1773-1858), William Thompson (1775-1833), Jeremy Bentham (1748-1832) podiam discordar entre si ao julgarem as modificações que deveriam ser realizadas na nascente sociedade industrial, mas concordavam que havia fenomenos novos que mereciam ser estudados.

 O surgimento da sociologia, como se pode perceber, prende-se em parte aos abalos provocados pela revolução industrial. Mas as modificações econômicas do século XVII, não poderiam deixar de provocar mudanças na forma de conhecer a natureza e a cultura.

   O pensamento filosófico do século XVII, contribuiu para popularizar os avanços do pensamento científico. Para Francis Bacon (1561-1626), por exemplo, a teologia deixava de ser a forma norteadora do pensamento. Para ele o novo método de conhecimento, baseado na observação e experimentação, deveria ser aplicado ao estudo da sociedade.

Se no século XVII os dados estatísticos voavam indicando uma produtividade antes desconhecida, o pensamento social deste período também realizava seus vôos rumo á novas descobertas. A pressuposição de que o processo histórico possui uma lógica passível de ser aprendida, constitui um acontecimento que abriria novas pistas para a investigação racional da sociedade. Este enfoque, por exemplo, estava na obra de Vico (1668-1744), para qual é o homem quem produz a história.

Essa postura diante da sociedade, que encontra em Vico um de seus expoentes, influenciou historiadores como David Hume (1711-1776) e Adam Ferguson (1723-1816), e seria posteriormente desenvolvida e amadurecida por Hegel Marx.

No século XVIII surgiram os iluministas, que procuravam mudar a sociedade, representantes intelectuais da burguesia, atacavam com veemência os fundamentos da sociedade feudal. Ao invés de utilizar a dedução como a maioria dos pensadores do século XVII, os iluministas insistiam numa explicação da realidade baseada no modelo das ciências e da natureza. Combinando o uso da razão e da observação, os iluministas analisaram quase todos os aspectos da sociedade. O Objetivo dos iluministas era demonstrar que as instituições eram injustas, que atacavam contra a natureza dos indivíduos e impediam a liberdade do homem. Dessa forma reivindicavam a liberação do indivíduo de todos os laços sociais tradicionais.

O visível progresso das formas de pensar contribuía para afastar interpretações baseadas em superstições e crenças infundadas. Esta racionalização da vida social não era um privilégio somente dos filósofos. O homem comum também deixava de encarar as instituições sociais, como fenômenos sagrados e imutáveis, passando a percebê-las como produtos da atividade humana.

A burguesia ao tomar o poder em 1789, investiu contra os fundamentos da sociedade feudal, construindo um Estado que assegurava sua autonomia em face da igreja e que protegia e incentivava o empresário capitalista. Para a destruição do “ancien régime”, foram mobilizadas as massas trabalhadoras das cidades, que mais tarde, foram “presenteadas” pela nova classe dominante, com a interdição de seus sindicatos.

O objetivo revolução de 1789 era abolir radicalmente a antiga forma de sociedade e promover profundas inovações na economia, política e etc. Investiu contra e destruiu os antigos privilégios de classe, amparou e incentivou o empresário.

O impacto da revolução foi tão profundo, que quase setenta anos depois, Alexis de Tocqueville, um importante pensador francês referia-se a ela seguinte maneira: “O que a primeira vista parecia um acidente comum na vida dos povos, tornou-se um fato novo, tão contrário a tudo que aconteceu antes no mundo e no entanto tão geral, tão incompreensível que ao percebê-lo, o espírito fica como que perdido.

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