SAÚDE OU EDUCAÇÃO: COMO EXPLICAR O COMPORTAMENTO DO POVO BRASILEIRO DIANTE DA PANDEMIA DO COVID-19?
Por: Maiane Rodrigues Lobão • 17/9/2020 • Resenha • 2.304 Palavras (10 Páginas) • 265 Visualizações
"SAÚDE OU EDUCAÇÃO: COMO EXPLICAR O COMPORTAMENTO DO POVO BRASILEIRO DIANTE DA PANDEMIA DO COVID-19?"
Maiane Rodrigues Corrêa Lobão¹
A história do povo brasileiro se baseia no objetivo do capitalismo, onde em cada período histórico, as atividades exercidas no passado ainda são pautadas nas concepções de saúde e educação em saúde, e norteadas pelo modelo assistencial implantado no serviço, para a manutenção da saúde dos trabalhadores.
As pessoas começaram as cruzadas para europeizar costumes e hábitos e para urbanizar o estilo de vida da elite brasileira. O objetivo era transformar a saúde da antiga família colonial composta por famílias, escravos, lares e servos em uma base de sentido de características de casais e agências nucleares, onde as periferias eram o foco da imundice.
No final do século XIX e início do século XX, o país viu-se obrigado a construir as primeiras medidas sistemáticas de intervenção de educação sanitária, que se estendiam às massas para combater as epidemias de febre amarela, varíola e peste, que incomodavam as atividades de exportações do café. Por isso, vários escritores passaram a condenar a falta de atenção do governo, focalizando apenas os colonos estrangeiros cuja mão-de-obra era usada na cultura do café, chamando a atenção para o valor econômico da produção em áreas remotas e lutando contra os liberais.
Essas epidemias ameaçam os interesses do modelo econômico de exportação agrícola, pois, como resultado, vários navios mercantes de bandeira estrangeira deixaram de navegar para o Brasil, cruzaram a costa brasileira e desembarcaram diretamente na Argentina.
Como estratégia operacional, com base na experiência dos serviços de saúde das forças armadas coloniais, foi estabelecido um modo de engajamento inspirado na guerra, e instituições de saúde foram estabelecidas para combater epidemias e manter a estrutura e os métodos das operações militares.
Nesse sentido, a teoria de Bismarck chamada a polícia médica apresentada na Alemanha na segunda metade do século 19 teve um impacto importante. Ela acredita que o Estado tem a responsabilidade de garantir o bem-estar e a segurança das pessoas e até mesmo prejudicar os interesses pessoais. Portanto, Existem razões para o controle obrigatório dos problemas de saúde para garantir a proteção dos interesses gerais do país.
Foi então criada uma polícia de saúde no Brasil, cujas ações são pautadas no discurso da saúde, que ignora a relação entre doença e condições de vida - a implantação de normas de saúde e técnicos e burocratas consideram principalmente medidas científicas.
Embora a política pública de saúde introduza o discurso da polícia sanitária, ou seja, a finalidade de introduzir normas e medidas sanitárias por meio da supressão nacional de pressões, a função obrigatória não se destina apenas a excluir elementos individuais anormais.
Os intelectuais de classe média das grandes cidades são mais independentes dos oligarcas rurais e começaram a contestar essa crença até então de que o auxílio estatal se concretizava através da europeização e do branqueamento da população pela imigração estrangeira e pela implementação de novos comportamentos. Chamada de eugenia, a educação é responsável por domesticar e moralizar o proletariado urbano emergente e manter a rigidez racial para estabelecer a identidade do povo brasileiro.
Por outro lado, uma parte da classe média passou a se unir à classe popular por melhores condições de vida. O fato mais marcante dessa organização popular foi o chamado levante, lançado em 1904 contra a campanha de vacinação obrigatória.
“O Rio apresentava foco permanente de difteria, (...), mas suas ameaças mais aflitivas eram a varíola e a febre amarela, que todo verão se espalhava pela cidade como uma maldição. Por isso (...), indesejável reputação de túmulo do estrangeiro.” (SEVCENKO,1984, p. 22).
Para o autor, a importância desse episódio é mostrar que se as massas e a classe média urbana ainda não conseguem participar da orientação das políticas públicas de saúde, elas podem se organizar e se desenvolver organizacional e culturalmente para resistir aos oligarcas, alcançando assim seus objetivos.
Emerson Elias Merhy acredita que no âmbito da política de saúde pública, devido à saúde pública enfrentar novos problemas e devido à baixa eficiência, o modelo anterior foi criticado, e esses novos problemas são agora a saúde das crianças e dos trabalhadores, aos quais só podem responder a higiene e a educação para a saúde.
Em 1923, Carlos Chagas realizou a primeira reforma da saúde no Brasil, criou o Ministério da Saúde Nacional, depois estabeleceu contato com o Ministério da Justiça e introduziu a educação e a publicidade em saúde nas medidas de saúde de rotina. Isso inovou o modelo de campanha de Oswaldo Cruz, puramente financeiro e policial.
“O Movimento de Saúde no Brasil é o mais bem-sucedido movimento reivindicativo de ação direta, no que se refere à institucionalização de canais legais de controle e participação em políticas públicas, entrando, assim, em uma nova fase: a fase propositiva e por aí tende a avançar, influindo nas políticas públicas e desenvolvendo uma reflexão mais ampla rumo ao salto de qualidade.” (DOIMO, 1995).
Começamos a traçar o novo princípio da saúde e higiene com a disseminação do conceito de Escola Nova centrada na criança, bem como os avanços da biologia e da psicologia, crianças e adolescentes passaram a ser a população preferida, que podem receber tratamento em escolas e centros médicos para manutenção.
Nas últimas duas décadas, além da descentralização, da ampla participação social e da maior consciência do direito à saúde, muitos avanços foram feitos no investimento em recursos humanos, ciência e tecnologia e atenção primária à saúde.
Discriminação racial na população brasileira: Em 2008, cerca de metade das pessoas se classificavam como pardas ou pretas com base na raça e cor e 0,6% se classificavam como indígenas.
O sistema de saúde é constituído pelo subfinanciado Ministério da Saúde e pelo Sistema de Assistência Médica da Previdência Social. Seus serviços são prestados por meio de instituições de aposentadoria e pensões classificadas por categoria profissional, sendo que cada instituição oferece serviços e coberturas diferentes. Pessoas que trabalham esporadicamente fornecem serviços insuficientes, incluindo serviços de saúde públicos, de caridade ou privados pagos às suas próprias custas. Após o golpe militar de 1964, as reformas governamentais promoveram a expansão dos sistemas de saúde principalmente privados, especialmente nos grandes centros urbanos.
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