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SOBRADOS E MUCAMBOS

Por:   •  21/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.445 Palavras (10 Páginas)  •  359 Visualizações

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A obra Sobrados e Mucambos, foi publicada pela primeira vez no ano de 1936 em São Paulo. A segunda edição foi publicada em 1951 no Rio de Janeiro, a obra passou a ser considerada tomo II da Introdução à História patriarcal no Brasil, da 3° a 7° edição a obra passou constar de dois volumes, e na sua 8° edição passou a ser volume único.

Neste livro Gilberto Freyre parte para compreender as transformações do patriarcado rural, atingido pelo declínio da escravidão e pressionado pelas tendências externas da modernidade. A aristocracia rural deixa as fazendas e passam a viver nos sobrados urbanos, já os escravos deixam as senzalas e se alojam em casebres nos bairros pobres das cidades. Esse processo aconteceu entre os séculos XVIII e XIX o que exigiu a adaptação das hierarquias, diante de demandas, mas individuais e igualitárias. Neste sentido as elites patriarcais relativizam as famílias, os parentes para privilegiar entidades religiosas e partidos políticos, com ideologias que formam a base da convivência moderna.

  • O SENTIDO EM QUE SE MODIFICOU A PAISAGEM SOCIAL DO BRASIL PATRIARCAL DURANTE O SECULO XVIII E A PRIMEIRA METADE DO SECULO XIX

  • O ENGENHO E A PRAÇA; A CASA E A RUA

Neste segundo capitulo Freyre destaca a variação do processo de integração social e nacional no Brasil. Houve diversos tipos de influencias sofridos pela diferença de regiões brasileiras, nisso frisaram a desigualdade regional. A diferenciação entre o meio rural e urbano, e consequência disso e da urbanização, mais não aconteceu de maneira uniforme e hoje ainda se tem contrastes na paisagem nacional que adveio do período da formação brasileira. Outra citação de Freyre e a variação das casas, a diferenças entre as casas de bandeirantes (solteirões) ou aventureiros (casados). Nisso o autor destaca a importância da mulher: “estabilizadoras de civilização europeia no Brasil”. Mais o sobrado não se entregou ao Brasil tão facilmente, mesmo após a mudança da casa-grande de engenho para a casa grande do sobrado, tinha uma resistência muito grande na rua. A mulher era submissa ao pai e ao marido, então ela permaneceu muito tempo com sua vida reclusa, só era ligada aos afazeres domésticos, ao aparecia para estranhos e limitava sua vida a janelas, varandas e igrejas. O entretenimento das moças tinha na casa grande era a fala dos papagaios, os afagos de sagui, e de macacos e os cafunés das mucamas. A vida das mulheres sempre permaneceu mais na rural, as notícias do que acontecia na rua, chegavam às mulheres através dos mascates, eles que levavam para esses quase conventos um pouco do ruído da rua e as novidades da praça. Os negros faziam manifestações, como desfiles, capoeira, procissões de rua, e diversos outros. Esses excessos faziam as pessoas da casa-grande ficar impressionada, encantada com tudo aquilo. Os negros também tiveram iniciativa de ergue a primeira cidade contra o engenho. A primeira reação contra o sistema patriarcal individualista e privativo foi o Quilombo de Palmares. O desenvolvimento da música profana também marcou a transformação casa grande. Nos meados do século XIX já se ouvia nos sobrados muito pianos, ao invés das modinhas, canções italianas e francesas.

O Brasil recebeu uma grande influência inglesa, após a chegada de Dom João VI. Como a sociedade tinha uma riqueza grande sobre o açúcar acabaram atraindo os ingleses, e isso teve serias consequências econômicas, políticas e culturais no futuro para a sociedade brasileira daquele período.

Freyre também destaca o declínio do açúcar com o surto do café e as suas consequências para aristocracia rural. Como teve uma queda no comercio do açúcar os senhores do engenho não tinha como manter seus luxos e nem comprar os escravos. Teve a aquisição dos escravos, e para os engenhos isso foi um problema angustiante pois era a proibição do tráfico. Nisso nasce um Estado e com ele um modo novo de fiscalizar e exerce o controle sobre a nação. O Patriarcalismo cria mulheres frágeis, faz uma divisão muito grande entre o “mundo privado” e “mundo público”.

  • O PAI E O FILHO

 

Neste capítulo Freyre resulta a diferença hierárquica entre os adultos e as crianças. Vêm mostrar as duas fases do menino “Anjo” e o menino “Diabo”, na sociedade patriarcal, onde o menino “anjo” diz respeito a ideia de que para a criança que morre cedo usa a justificativa que viram anjinhos.

O menino “diabo” refere-se a soberania sobre o pai, pelas suas relações sádicas do senhor de engenho para com seus filhos; seus castigos, consequentemente o domínio do filho sobre o pai. Ainda prevalecia a educação jesuítica e essa contribuiu para a diminuição do “pater famílias”, pois foi a mesa que a doméstica e a patriarcal, embora tivesse outros fins, que era formar cristãos.

Freyre aborda o fato de ter havido dois tipos de educação: a patriarcal e a semi patriarcal. A primeira, a dominação rural sob o senhor de engenho, já a segunda o declínio do patriarcalismo e o surgimento dos sobrados. Para o autor as três instituições que começar a quebrar o pater famílias são: Igreja, colégio e teatro. Com a chegada da família real no Brasil, somos reeuropeizados, agora pelos franceses, ingleses, inserindo um novo capitalismo. O filho se torna especial somente no século XVIII com a burguesia onde se aborda a questão da inocência. No entanto os 6 anos de que o filho é considerado ter autonomia sobre o corpo, levando - o a precocidade em se tornar adulto, eram cobrados bons modos. Em relação ao sadomasoquismo da mulher no patriarcalismo, ela tinha frieza para tomar as decisões, nem estava apta a política, sua função era procriar e dar prazer. Mas as negras escolhidas pelo senhor tinham prestígio social, pois o prazer era visto como a ideia de possuir. A educação jesuítica tornava as crianças melhores, deram muita importância a questão da língua e para a literatura, o que abriu as portas para o humanismo e o universalismo. Onde houver o questionamento do pater família. As crianças vão para a França para estudarem e quando adquirirem conhecimento questionam o modo de vida dos patriarcas. Com a urbanização houve o surgimento da Boêmia, teatros e bordéis. Tudo que era velho acabou, havia a idealização da morte jovem, os poetas morriam cedo com sífilis e tuberculose.

  • O HOMEM E A MULHER

Este capítulo caracteriza-se, basicamente pelo surgimento dos homens talentosos e seu desinteresse pelas coisas práticas. Neste caso, o autor destaca a diferenciação dos gêneros, sendo que os gêneros se transformam mais culturalmente do que biologicamente. Há uma modalidade dupla que diferenciam os papeis de homem e mulher na sociedade, sendo que o amadurecimento masculino precoce mostra que o homem estava predestinado a desbravar o mundo, a ser criativo e talentoso, já as mulheres estavam destinadas a vida doméstica e do lar, haviam uma limitação até mesmo com suas vestimentas.

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