Trabalho Educação em Ciências Pedagogia

Ciência é o conhecimento que explica os fenômenos obedecendo a leis que foram verificadas por métodos experimentais. A ciência baseia-se na regularidade, na previsão e no controle de fenômenos que podem ser observados, compondo um modo de conhecer fundamentado em um método, denominado método científico. Diante disso, o objetivo da ciência é explicar, discorrer e prognosticar os fenômenos a partir do desenvolvimento de procedimentos metodológicos que possam ser constantemente verificados e reproduzidos (BIZZO, 2012).

Na visão de Gil (2014) a ciência trabalha sob a noção de paradigma, um conjunto de métodos, regras e formas de ler os problemas científicos que trabalho científico, valorizando os seus aspectos irracionais, a sua estreita relação com fenómenos históricos, sociais e culturais, culminando numa concepção diametralmente oposta à tradicional do conhecimento científico: a natureza não é a causa dos enunciados científicos, mas sim a sua consequência (GIL, 2014, p. 298).

Já para o estudioso Chauí (2010), ciência consiste em um saber sistematizado, metódico, que permite explicações acerca de fatos e fenômenos passíveis de críticas, confirmações ou refutações pautadas em situações problemas e/ou obstáculos, fatos que precisam ser explicadas (CHAUÍ, 2010, p. 274).

Chassot (2016, p. 70), pondera que ciência é uma linguagem que serve para auxiliar o entendimento da leitura do mundo, envolvendo leitura, atuação e transformação. No ambiente escolar, Sasseron (2008) exalta que, estabelecer pontes entre a ciência que se apresenta aos alunos e o mundo em que eles vivem é um dos propósitos da escola nos dias de hoje. Visto isso, é viável inferir que a Ciência corrobora para problematizar e compreender o mundo com o consequente implemento de ações mais críticas e efetivas para a sociedade.

Diante desse contexto, cabe à escola mostrar a ciência como algo que colabora com a compreensão do mundo e suas transformações, realizando mediações, discussões e reflexões sobre questões que implicam o desenvolvimento da sobrevivência, para que o Ensino das Ciências possa ser efetivado conforme o proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997). Além do desenvolvimento de aspectos comuns da leitura, escrita e conceitos básicos, é necessário que o professor estimule os alunos a perguntar, refletir, buscar respostas e tomar decisões, de maneira que os mesmos construam ativamente o conhecimento. Isto posto, é viável inferir que o conhecimento é uma capacidade que é adquirida e construída ao longo do tempo.

Por conseguinte, o conhecimento se torna uma ferramenta importante para evolução das sociedades, visto que engloba muito mais do que os pensamentos aprendidos nas salas de aula; inclui, por exemplo, as habilidades de cada um, as experiências comuns e trabalhistas traduzidas em ideias, valores e padrões comportamentais. Outrossim, o aluno submetido a obtenção do conhecimento, deve se tornar capaz gerir uma informação ou instrução, auxiliando na tomada de decisões.

Um exemplo capaz de relacionar o ensino de ciências e a obtenção de conhecimento é o ensino de misturas. Tal disciplina tem sua justificativa na necessidade de diferenciar substâncias pura e misturas, de acordo com seu teor heterogêneo ou homogêneo. Ainda, o aluno deve compreender as técnicas para a separação de misturas em seus componentes. Isto posto, o estudante poderá aplicar os conhecimentos adquiridos em atividades que remetem ao cotidiano. As misturas fazem parte do nosso cotidiano a todo instante, desde o ar que respiramos até os objetos que utilizamos nas tarefas diárias, nos alimentos, nos líquidos que ingerimos, inclusive na água, em que estão misturados diversos sais minerais e gases.

Em vista disso, destaca-se que o processo de aprendizagem de misturas, a partir do ensino de ciências mostra a ciência como um conhecimento que colabora para a compreensão do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduo, tal como é requerido pelo BNCC (BRASIL, 2017, p. 21). Assim,

A proposta curricular pretendida deve incorporar como um dos seus eixos as tendências apontadas para a contemporaneidade. Portanto, devido a crescente presença da ciência e da tecnologia nas atividades produtivas e nas relações sociais, por exemplo, que, como consequência, estabelece um ciclo permanente de mudanças, provocando rupturas rápidas, precisa ser considerada. Assim, em consonância com as diretrizes da Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE, o plano de aprendizado cumpre as metas expostas na presente lei, principalmente no que tangencia o fomento a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem.