Émile Durkheim Sobre a Educação
Por: Laura Valliers • 26/11/2018 • Dissertação • 1.037 Palavras (5 Páginas) • 460 Visualizações
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Universidade Federal do Ceará (UFC)
Pedagogia (Noturno)
Sociologia da Educação I
Docente: Heulália Charalo Rafante
Discente: Laura Beatrice
Émile Durkheim Sobre a Educação.
Fortaleza – Ce
2018.
Ao arriscarmos a entender o que é a educação, devemos procurar entender a sua funcionalidade, a razão de sua existência e a importância de sua continuidade. Devemos começar a busca desta solução através da história, observar o surgimento e seu desenvolvimento na sociedade. O sociólogo Francês Emile Durkheim nos traz esta concepção em sua análise sobre a educação no texto, A educação: sua natureza e função.
Durkheim observa e compara A definição da educação de vários outros sociólogos, como a de Kant que define “O fim da educação é desenvolver, em cada indivíduo, toda a perfeição de que ele seja capaz”, ou como a de James Mill em que a educação é “Fazer do indivíduo um instrumento de felicidade para si mesmo e para seus semelhantes”, ao qual Durkheim rebate respectivamente;
Perfeição, ouve-se dizer muitas vezes que, é o desenvolvimento harmônico de todas as faculdades humanas [...]. Vejamos, porém se isso é possível. Se até certo ponto, o desenvolvimento harmônico é necessário e desejável, não é menos verdade que ele não é integralmente realizável (afinal) [...]. Nem todos somos feitos para refletir; e será preciso que haja sempre homens de sensibilidade e homens de ação. (1973, p.34)
Porque a felicidade é coisa essencialmente subjetiva, que cada um aprecia a seu modo. Tal formula deixa, portanto, indeterminado o fim da educação, e por consequência o da própria educação, que fica entregue ao arbitro individual. (1973,p. 34)
Com a análise feita entre os sociólogos citados, se entende que há uma busca pela educação perfeita que pode ser aplicada a todos, porém nos é advertido que “A educação tem variado infinitamente com o tempo e o meio,” (Durkheim,1973, p.35). Podemos entender essa sua explicação, ao observamos civilizações antigas e os propósitos da educação feita a sua população como:
Nas cidades gregas e latinas, a educação conduzia o indivíduo a subordinar-se cegamente a coletividade, e tornar-se uma coisa da sociedade. Hoje esforça-se de fazer dele personalidade autônoma. Em Atenas, procurava-se tornar o espíritos delicados, prudentes, sutis, embebidos da graça e harmonia, capazes de gozar do belo e os prazeres da pura especulação; em Roma, desejava-se especialmente que as crianças se tornassem homens de ação, apaixonados pela glória militar, indiferentes no que tocasse às letras e às artes. Na idade Média, a educação era cristã, antes de tudo; na renascença, toma caráter mais leigo, mais literário, nos dias de hoje a ciência tende a ocupar o lugar que a arte outrora preenchia. (DURKHEIM, 1973, p.35)
Ao acompanharmos a desenvoltura histórica e social que Durkheim nos apresenta, podemos chegar a compreensão de como a educação atual é influenciada pelas antigas, e que a educação está diretamente influenciada ao meio inserido socialmente em que “[...] percebe-se que eles dependem da religião, da organização política, do grau de desenvoltura das ciências, do estado e das industrias, etc.’’ (DURKHEIM,1973, p.37). Porém toda essa desenvoltura ao qual o Sociólogo nos mostra que, a educação com bases históricas analisadas tem como objetivo o preparo de novas gerações para a sociedade ao qual ela será inserida. Assim concluísse
“Para que haja educação, faz-se mister que haja, em face de uma geração de adultos, uma geração de indivíduos jovens, crianças e adolescentes; e que uma ação seja exercida pela primeira, sobre a segunda [...]. A educação não é, pois, para a sociedade, senão um meio pelo qual ela prepara, no íntimo das crianças, as condições essenciais da própria existência.” (DURKHEIM,1973, p.38 e 41).
Sendo então a educação é um meio de transferência de cultura e necessidades da sociedade,
[...], conclui-se que a educação consiste numa socialização metódica das novas gerações. Em cada um de nós, já o vimos, pode-se dizer que existem dois seres. Um, constituído de todos os estados mentais que não se relacionam conosco mesmo e com os acontecimentos de nossa vida pessoal; é o que poderíamos chamar de ser individual. O outro é um sistema de ideias, sentimentos e hábitos, que exprimem em nós, não a nossa individualidade, mas o grupo ou os grupos diferentes de fazemos parte. [...]. Seu conjunto forma o ser social. Constituir esse ser em cada um de nós – tal é o fim da educação. [...]. É preciso que, pelo meios mais rápidos, ela agregue ao ser egoísta e associal, que acaba de nascer, uma natureza capaz de vida moral e social, Eis aí a obra da educação. (DURKHEIM,1973, p).
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