A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E OS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS
Por: ruthnea1972 • 26/4/2021 • Resenha • 601 Palavras (3 Páginas) • 405 Visualizações
A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E OS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS
Obra:
VILAS BOAS, Denise de L. O.; BANACO, Roberto Alves; BORGES, Nicodemos B. Discussões da análise do comportamento acerca dos transtornos psiquiátricos. In: BORGES, Nicodemos B. & CASSAS, Fernando A. (Orgs.). Clínica analítico-comportamental: aspectos teóricos e práticos. Porto Alegre: Artmed, 2012.
Síntese
Boas, Banaco e Borges (2012) têm como finalidade, neste capítulo, refletir sobre a existência de transtornos mentais e por que são assim determinados. Pretendem estabelecer distinções entre a normalidade e a anormalidade do ponto de vista da análise comportamental. Para tanto, definiram um percurso que se inicia pela diferenciação entre problemas clínicos e problemas psicopatológicos, passando pela noção de multideterminação do comportamento e chegando à análise do conceito de normalidade.
Principais ideias
Os autores afirmam que, à semelhança de Darwin, Skinner estabeleceu o modelo de seleção por consequências para fundamentar sua teoria de análise comportamental. Essa teoria considera os mecanismos de variação e seleção como a causa das diferenças entre os comportamentos dos seres humanos. Nessa perspectiva, os comportamentos classificados como problemáticos – doenças e psicopatologias – possuem a mesma natureza e causas dos demais comportamentos (BOAS; BANACO; BORGES, 2012).
Boas, Banaco e Borges (2012) apontam que são três os motivos que levam as pessoas a procurar ajuda clínica. O motivo menos comum é a busca pelo autoconhecimento. Outro motivo está relacionado a comportamentos que despertam respostas aversivas ou dificuldades na obtenção de reforçadores e, por isso, desencadeiam sofrimento às pessoas. Por último, eles apresentam o motivo gerado pelo acometimento de transtornos psiquiátricos. Eles, porém, questionam se existem, de fato, diferenças entre os transtornos mentais e os transtornos clínicos. Nesse sentido, apontam as semelhanças existentes entre os transtornos mentais e quaisquer outros comportamentos ou transtornos clínicos, já que todos são determinados por fatores filogenéticos, ontogenéticos e culturais. Indicam que há quem atribua um caráter diferenciado aos transtornos mentais, dada uma possível origem orgânica.
A análise do comportamento não dá destaque a nenhuma das três instâncias selecionadoras (filogenética, ontogenética e cultural) e chama a atenção para a importância do entrelaçamento entre essas instâncias. Dessa forma, não há diferenciação entre problemas psiquiátricos e clínicos. Um único alerta se deve fazer a respeito dos diferentes graus de comprometimento que podem afetar o organismo (BOAS; BANACO; BORGES, 2012).
Conforme apontam os autores, os transtornos mentais estão relacionados a determinadas práticas consideradas não aceitas por violarem expectativas sociais. Essas expectativas são determinadas por práticas culturais responsáveis por estabelecerem padrões comportamentais. Sendo assim, existem práticas culturais que classificam os homens em sadios ou com acometimentos psicopatológicos e buscam as causas dessas diferenças nas falhas mentais. Há outras que classificam os comportamentos como normais ou anormais em decorrência de critérios estatísticos
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