A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO SUS:ANÁLISE DE ALGUNS IMPASSES

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO SUS:

ANÁLISE DE ALGUNS IMPASSES

FERREIRA NETO, João Leite. A atuação do psicólogo no SUS: análise de alguns impasses. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 30, n. 2, 2010.

        João Leite Ferreira Neto discute nesse artigo alguns impasses vividos pelos psicólogos no Sistema Único de Saúde (SUS). A hipótese dele é que foram produzidos por dois motivos. O primeiro foi a porta de entrada dos psicólogos no SUS associada à reforma psiquiátrica. O segundo foi o modelo predominante de formação nas universidades que privilegiam a clínica privada. O artigo realça a importância da ampliação da ação dos psicólogos nas equipes de saúde mental para além da clínica, sem, entretanto, desprezar sua relevância, e destaca a parceria com o Programa de Saúde da Família nesse processo.

        O autor diz que o crescimento dos psicólogos na saúde pública ocorreu no contexto da crítica ao modelo asilar com a criação do programa de saúde mental. Essa porta de entrada na saúde pública e o modelo prevalente de formação nas universidades acarretaram alguns impasses na atuação do psicólogo na saúde.

        A reforma psiquiátrica acarretou em vários movimentos e encontros. Em um desses encontros foi produzida a consigna por uma sociedade sem manicômios. Também se elaborou uma pauta visando à autonomia do movimento em relação ao Estado.

        Também foi discutida a construção de novas referências clínicas diferentes do modelo clássico e que trouxeram importantes contribuições para a discussão sobre o campo da Psicologia clínica no Brasil. Isso permitiu aos psicólogos o desenvolvimento de novas habilidades clínicas no tratamento de pacientes graves, prática a que, na maioria das vezes, não tiveram acesso em sua formação nas universidades.

        A progressiva e permanente transformação do SUS e a prática requerida aos psicólogos nesse setor permitiram significativos avanços no desenvolvimento de uma atuação mais pertinente e resolutiva por parte dos psicólogos, porém ainda há muito a ser revisto.

        No artigo é ressaltado o impacto da implantação da saúde da família como principal estratégia para a reorientação do modelo assistencial de atenção à saúde. Essa estratégia tem se mostrado um elemento promotor de integração entra a atuação específica das equipes de saúde mental e as ações das equipes de saúde da família.

Campos dos Goytacazes – RJ

2017