A Antropologia do Consumo
Por: Alyne Mesquita • 27/2/2024 • Resenha • 1.127 Palavras (5 Páginas) • 39 Visualizações
ANTROPOLOGIA DO CONSUMO
2 VA
NOME: Alyne Carneiro Mesquita Siffert Lemos
Avaliação pode ser feita individualmente, em dupla ou trio.
Faça uma sistematização detalhada dos argumentos apresentados por Lívia Barbosa no vídeo - Apex-Brasil Lívia Barbosa.
Este resumo se refere à palestra promovida pela APEX, proferida pela professora Lívia Barbosa, em outubro de 2014, cujo o tema é: Tendências do Consumo Contemporâneo: Desafios e Possibilidades.
Para a Livia Barbosa, consumo é um processo social que começa antes da compra e vai até o descarte final da mercadoria. No início de sua apresentação ela explica que existem quatro (04) regras “de bolso” sobre cultura e consumo. São elas: 1) não existe consumo genérico_ consumo é sempre específico e particular. Ex: o que se come é o que se gosta ou o que se pode comprar (a comida é uma escolha); 2) o valor econômico advém do significado cultural. Ex: produtos artesanais quando feitos à mão têm um valor que engloba a cultura local; 3) o consumo está envolto em uma economia moral. Ex: gastar menos dinheiro comprando algo na promoção, sem necessidade daquele bem/objeto; 4) bens e serviços não existem sozinhos. Estão sempre inseridos em um sistema e cada sistema funciona de uma forma. Ex: a lógica de se arrumar para sair, depois de tomar um banho e se trocar (no Brasil essa lógica é sequencial, diferente da Europa).
A professora segue falando sobre as tendências de consumo, e explica que tendências, numa perspectiva que a antropologia usa, são sinalizações numa determinada direção de transformações (são possibilidades que podem se transformar em elementos estruturais). Ela se refere às tendências do consumo como algo evolutivo, que muda de acordo com o tempo, com a cultura e com o acesso às tecnologias, e cita as Tendências do Consumo Contemporâneo que:
- Se originam na década de 60 com o neoliberalismo (chegada da certficação dos mercados e da economia, já não se pode ter lucro de qualquer maneira);
- Se apresenta como elemento de identidade social (status, renda e estilo de vida);
- Se valoriza as pontas do processo de consumo (produção e descarte);
- Consumo deixou de ser um ato privado para user um ato público (o consumo hoje precisa ser pensado na coletividade pelo impacto que ele pode ter), por exemplo as regulações sobre os alimentos, medicamentos, etc.;
- Há um aumento do número de stakeholders (consumidor mudou, logo os profissionais também mudaram);
- Há aumento da responsabilidade individual nas próprias escolhas (quando a escolha individual faz a diferença impactando a economia), por exemplo: produtos que não fazem testes em animais.
É possível compreender que o consumo é central no processo de reprodução social de qualquer sociedade e o valor de origem está atrelado a isso. Ela enfatiza que todo e qualquer ato de consumo é essencialmente cultural.
As atividades mais triviais e cotidianas como comer, beber e se vestir, entre outras) reproduzem e estabelecem mediações entre estruturas de significados e o fluxo da vida social através dos quais identidades, relações e instituições sociais são formadas, mantidas e mudadas ao longo do tempo.
Através do consumo, comportamentos são relacionados a forças globais de produção, circulação, inovação tecnológica e relações políticas que nos permitem sentir na vida cotidiana aspectos que de outra forma nos parecem extremamente distantes e presentes apenas nas discussões políticas sobre as desigualdades regionais e sociais.
A passagem do consumo familiar para o consumo individual é outro aspecto abordado na palestra. O critério para a aquisição de qualquer coisa passou a ser uma escolha individual. Onde antes a família escolhia o que seria consumido por todos, agora cada individuo pode escolher, de forma independente o que quer. E o comércio acompanha essa mudança de estilo de vida. Um exemplo são as churrascarias brasileiras que oferecem além das carnes, um leque de opções para que cada integrante da família escolha o que quer comer, desde sushi até salada.
Dessa forma, estilo de vida, no contexto da cultura do consumo contemporâneo, sinaliza para individualidade, auto-expressão e estilo pessoal. A roupa, o corpo, o discurso, o lazer, a comida, a bebida, o carro, a casa, entre outros, devem ser vistos como indicadores de uma individualidade ao invés de uma determinação de um grupo de status.
Até a casa mudou de configuração, apresentando cômodos que antes não erampensados para serem vistos. Um exemplo citado foi a cozinha, que quando bem equipada e moderna, ou de estilo de rancho e acolhedora passou a ser sinônimo de status. Na palestra a Livia Barbosa cita, em mais de uma ocasião, exemplos de como os espaços da casa estão sendo apresentados: onde antes ficava aos cuidados da cozinheira, hoje a cozinha é atração para os convidados em um jantar, por exemplo. Ou até os móveis e bens de consumo mais duradouros que são pensados para promover sensorialidade e prazer.
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