A Assistência Psiquiátrica Atual no Brasil
Por: Bruna Dall'Agnol • 18/6/2018 • Trabalho acadêmico • 455 Palavras (2 Páginas) • 378 Visualizações
1.1 ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA ATUAL NO BRASIL
A reforma psiquiatrica preconiza a inclusão do doente mental no âmbito familiar, mas o que atualmente vemos é que a família não está preparada para assumir tal responsabilidade. Por muito tempo o doente foi retirado de perto de seus familiares para ter um tratamento recluso, separado da sociedade. Agora, depois da reforma psiquiátrica, ainda deparamos com muita dificuldade de estar incluindo socialmente esse paciente.
Desviat (2008), aponta a insuficiência de recursos econômicos no desenvolvimento dos programas comunitários um dos principais problemas associados à reforma psiquiátrica, a saída dos doentes mentais dos hospitais não são acompanhadas por uma equivalente transferência de verbas. O fechamento dos hospitais psiquiátricos, por conta disso, torna-se uma tarefa arriscada, política e profissionalmente. Destaca-se também um outro problema muito importante no processo de desinstitucionalização, a comunidade não está preparada para receber esses doentes mentais, pouco é feito para a modificação do preconceito da sociedade diante do fechamento dos hospitais.
A ênfase atual da Reforma Psiquiátrica está centralizada nos CAPS, entretanto, o país nunca deu prioridade na Saúde Mental quando se trata de investimento, o mesmo permanece escasso. (MACIEL, 2007)
Segundo Maciel et al (2011), a sociedade tem uma relação com o doente mental determinada como normal ou anormal, utilizam termos como “louco”, “bizarro” e isso acaba por dificultar a inclusão deles, tentam separá-los do meio social. Tais representações influenciam de forma negativa a interação na sociedade atual.
É possível observar com o passar o tempo que o setor da saúde mental demonstra discrepância entre os conteúdos abordados na formação acadêmica e o que esses profissionais vivem e observam no seu dia-a-dia atualmente. Os mesmos asseguram que a graduação é escassa, que recebem apenas os embasamentos para o trabalho, principalmente pela ausência de conteúdos sobre saúde pública e reforma psiquiátrica. Há uma fragilidade no que diz respeito à formação acadêmica desses profissionais para o trabalho específico nos serviços de assistência psiquiátrica. (SARAIVA; SANTOS; SOUSA, 2016)
Os profissionais, a comunidade e a família precisam estar preparadas para receber e prestar assistência aos pacientes que saíram das internações. Além disso, deve haver a criação de espaços de assistência extra-hospitalares em número que sejam suficientes para suprir a necessidade de toda a população. (MACIEL, 2007)
DESVIAT, M. A Reforma Psiquiátrica. 3. ed. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008
MACIEL, S. et al. Representação Social de familiares acerca da loucura e do hospital psiquiátrico. Temas em Psicologia, Ribeirão Preto, v. 19, n. 1, p. 193-204, 2011.
MACIEL, S. C. Exclusão/inclusão social do doente mental/ louco: representações e práticas no contexto da reforma psiquiátrica. Tese de Doutorado, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. 2007.
SARAIVA, R. S. P; SANTOS, W. A.; SOUSA, S. F. A história da saúde mental no Brasil: considerações e desafios. Coopex-fip, Patos, v. 1, n. 7, p.00-012, dez. 2016.
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