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A Clinica Psicológica - Don Juan De Marco

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Por:   •  3/3/2015  •  3.693 Palavras (15 Páginas)  •  1.218 Visualizações

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A Clinica Psicológica - Don Juan de Marco

Sinopse: Um homem de 21 anos (Johnny Depp) dizendo ser o famoso amante Don Juan vai até Nova York para encontrar seu amor perdido, mas, sentindo que não alcançará seu objetivo, tenta se matar. Porém, um psiquiatra (Marlon Brando) consegue convencê-lo a mudar de ideia e começa a tratá-lo. Entretanto, o paciente possui um romantismo irrecuperável e contagioso, que começa a influenciar o comportamento do médico.

Observações a cerca do encontro clínico entre o Psiquiatra e o Paciente

Assim que o primeiro contato no sentido analítico se estabelece entre Don Juan e o Dr. Mickler, que assume o papel de Don Octavio, há um acordo para a terapia que se desenvolverá. É um encontro onde o paciente decidirá ou não aceitar o tratamento com esse analista em questão. Esse primeiro contato é importante para que se estabeleça o raport , ou seja, a empatia, sentimento necessário que fundamentará a relação paciente-terapeuta.

Durante o desenrolar da história que se mostra muito rica em detalhes, extremamente bem descrita, há uma dificuldade em estabelecer os limites entre a fantasia e a realidade. Nem mesmo o psiquiatra consegue distinguir esse fio tênue que se interpõe na relação com seu paciente. Don Juan transfere seus desejos para o Dr. que assume uma visão mais feliz do mundo que esta a sua volta. É um campo perigoso não discernir fantasia de realidade, uma vez que o terapeuta precisa saber em que seara se desenvolve os conflitos internos de seu paciente para poder trata-los adequadamente. Se há essa confusão, é possível que o tratamento não surta o efeito necessário e previsto, visto que o terapeuta vai agir no campo fantasioso e não no real.

Observa-se ainda o complexo de Édipo, pela adoração que Don Juan possuía pela mãe, projetando em cima disso seu personagem, uma forma de dizer que sua mãe era pura e que o mundo era sujo. Esse personagem ia além da própria mente, onde ele próprio questiona com Dr. Mickler se aquilo tudo é consciente ou fantástico, o que leva outro médico da clinica afirmar que ele é esquizofrênico.

É evidente o vínculo que Don Juan cria como terapeuta, ele torna-se seu confidente, amigo. Existe uma resistência para que o médico medique o paciente, ele próprio não deseja quer descobrir o que se passa no mundo de Don Juan, talvez houvesse medo de não mais presenciar aquele mundo tão desejado de Don Juan.

Para se defender dos acontecimentos traumáticos de sua vida ele utiliza mecanismos de defesa como a negação, negando a todo tempo sua realidade e se isolando em seus pensamentos, já que dessa forma os fatos marcantes ficariam armazenados em seu inconsciente. Os mecanismos de defesa são formas que a mente busca para se proteger. Segundo Freud, a defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo, dessa forma, o aparelho psíquico. O mecanismo de defesa mais utilizado por ele é a negação, pois a sua realidade lhe provoca muita angústia, o que o faz negá-la. Outro mecanismo defesa utilizado por ele é o isolamento, ou seja, isola pensamentos desagradáveis fazendo com que eles fiquem esquecidos, com pouco acesso à consciência, evitando assim fortes emoções. Então, ele isolava os pensamentos que lhe remetiam lembranças desagradáveis ao inconsciente, afastando assim, fortes emoções como por exemplo, a morte do pai e o adultério da mãe. Ele ficou muito marcado com essa questão da sexualidade.

Os traços Narcísicos são demonstrados por todo filme através da sedução, charme, forma sexual, virilidade que ele apresenta, tanto para mulheres quanto para homens.

Conclui-se que ele é um neurótico que apresenta traços psicóticos com uso de mecanismos de defesa, podemos verificar tal informação ao final do filme, quando Don Juan aceita ser medicado e assim sai do surto psicótico no qual se encontrava, relatando sua real historia, é a capacidade de transportá-las para uma ação produtiva no mundo exterior que dará o sentido de realidade. Talvez as mentiras compulsivas sirvam, em última instância, a esse fim, uma tentativa de modificação que inverteu a lógica e busca no mundo exterior a mudança e construção de identidade pertencente ao subjetivo e ao mundo interno. Trazê-las para o divã será sempre uma tentativa de recolocar a questão, entendê-la e transformá-la em ação produtiva de realização de um desejo em um ego bem aparelhado. Entre o delírio, o devaneio e a fantasia criativa, ou ainda potência criativa, encontraremos abundante material para ser, de alguma maneira trabalhado, e que poderá assumir, ali, entre quatro paredes aspectos de releitura dos vínculos estabelecidos por aquele ser que sofre.

Após assisti o filme, deparei-me com essa dissertação em

http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=172

que considerei muito interessante e relevante para o entendimento dos assuntos já discutidos em sala de aula. Tanto que resolvi inseri-la nesse trabalho a fim de qualifica-lo melhor para um bom entendimento da relação paciente – terapeuta.

“Don Juan de Marco, com Marlon Brando e Johnny Depp. O filme Don Juan de Marco foi escrito e dirigido por Jeremy Leven.

Don Juan é um personagem literário tido como símbolo da libertinagem. O primeiro romance com referência ao personagem foi a obra El Burlador de Sevilla, de 1630, do dramaturgo espanhol Tirso de Molina.

Posteriormente Don Jun aparece em José Zorrillacom a estória de Don Juan Tenorio. A figura de Don Juan foi também cultuada na música, em obras de Strauss e Mozart, este último com a ópera Don Giovanni, composta em 1787. Outro paradigma do eterno sedutor é a figura de Casanova, conhecida pela autobiografia do veneziano Giovanni Jacopo Casanova.

Mas a figura do eterno sedutor continua atrelada à Don Juan, que aparece ainda na obra de Molière, em Le Festin de Pierre, no poema satírico de Byron chamado simplesmenteDon Juan, no drama de Bernard Shaw, chamado Man and Superman.

Segundo Jung, para quem qualquer forma de arte, assim como os mitos, são veículos para a expressão do inconsciente coletivo, Don Juan pode representar nossos arquétipos (Walter Boechat - veja mais sobre o filme).Trata-se de um padrão de personalidade caracterizado por uma pessoa narcisista, enamorada, inescrupulosa, amada e odiada e que faz tudo valer para a conquista de uma pessoa.

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