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A Compreensão das consequências psicológicas do adoecimento

Por:   •  4/12/2017  •  Resenha  •  1.222 Palavras (5 Páginas)  •  371 Visualizações

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Compreensão das consequências psicológicas sobre adoecimento na hospitalização e possibilidades de atuação psicológica

                À partir do texto “O que é uma normatividade vital? Saúde e doença a partir de Georges Canguilhem” surgiram intensas discussões sobre a normatividade, extremamente transpassada por conceitos delimitados pela sociedade. Com a finalidade de contextualizar a ideia sobre saúde podemos ressaltar as palavras do próprio autor que diz:

Porque a saúde não é uma constante de satisfação, mas o a priori do poder de dominar situações perigosas, esse poder é usado para dominar perigos sucessivos. A saúde, depois da cura, não é a saúde anterior. A consciência do fato de curar nãoser retornar ajuda o doente em busca de um estado de menor renúncia possível, liberando-o da fixação ao estado anterior (2005, p. 70).

                De acordo com pesquisas na literatura há diversas definições de saúde, que também ressaltam que atualmente há cada vez mais uma tênue acentuada entre o estado de saúde e o de adoecimento. Podemos dizer que o a doença surge como um inimigo que deve ser investigado, sendo essa investigação realizada dentro de um contexto, o hospitalar. O paciente e toda sua subjetividade se deparam com uma nova realidade imposta pela patologia e essa traz consigo condições que despertam no paciente e pessoas próximas (familiares e amigos) diversas manifestações psicológicas que passam a fazer parte do âmbito de trabalho da Psicologia Hospitalar.

        Atualmente, o hospital representa um ambiente de acolhimento e intervenções médicas/ hospitalares para indivíduos em processo de adoecimento, que necessitam de cuidados especiais, realizados por profissionais das mais diversas especialidades (Campos, 1995). Este local é concebido por uma visão sólida e enriquecedora em busca de cura e bem estar biopsicossocial (Campos, 1995).

        Essa busca incessante pela normatividade se esbarra não só na doença, mas nos aspectos psicológicos que essa desperta, esses passam a fazer parte do processo saúde-doença. Logo, há uma emergência advinda do âmbito subjetivo e que deve ser atendida, exigindo do profissional responsável, no caso o psicólogo (a), algo além do saber teórico. A escuta se torna a urgência, precisamos ouvir do paciente aquilo que é urgente para ele naquele momento.

        É preciso proporcionar ao paciente uma verbalização de emoções e sentimentos independente do contexto que esse se encontra, sendo necessária criatividade e empatia. Nesse momento nos deparamos com um tempo diferente, que corre de acordo com a sintonia hospitalar, assim como nos deparamos com a tarefa de sintonizar nossas concepções de settings terapêuticos com o ambiente que a instituição pode proporcionar.

        Assim, ao ser hospitalizado, o paciente deixa de ter seu próprio nome e passa a ser um número, um leito, ou alguém portador de uma doença, de uma determinada patologia. O estigma de doente irá criar a necessidade de uma total reformulação de seus valores e 22 conceitos de homem, de mundo e relação interpessoal em suas formas conhecidas. O paciente deixa de ter significado próprio e passa a significar os diagnósticos sobre a sua patologia (Angerami-Camon, 2004).

        A hospitalização exige diversas adaptações que modificam integralmente o cotidiano do adoecido, surgem ao longo desse processo limitações que podem gerar a dependência de outras pessoas e com isso o sentimento de impotência. Logo, a doença traz como desafio para todos os envolvidos o desenvolvimento de recursos necessários para amenização das consequências advindas da adaptação.

        O processo de hospitalização é visto, portanto, entre outras coisas, como uma interrupção da produtividade do indivíduo. Esse processo é vivido, por vezes, como vergonhoso e limitante na medida em que o adoecer representa uma paralisação da sua vida normal e da sua família. (Albernaz, 2003).

        O mesmo processo de repete para crianças que precisam ser inseridas nesse contexto, porém de uma forma mais ameaçadora e com efeitos ansiogênicos. Diante de situações consideradas pelos pequenos como “perigosas” surgem diversas reações, que se intensificam diante de procedimentos hospitalares dos quais os mesmos não tem conhecimento.

        À partir dos textos relacionados à pediatria podemos inferir que o medo do desconhecido se torna uma das principais causas de estresse e ansiedade. Procedimentos como a cirurgia, por exemplo, geram diversos temores em relação aos procedimentos cirúrgicos, como anestesia, assim como o “que vem depois”, como o medo de não poderem mais realizar atividades que antes dominavam. Torna-se imprescindível o acompanhamento psicológico independente do processo hospitalar que será proposto para a criança. É de extrema importância a realização de avalições psicológicas, principalmente quando os procedimentos são de caráter invasivos.

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