A Comunicação não violenta e seus desdobramentos
Por: Daniela Feder • 16/10/2018 • Projeto de pesquisa • 1.358 Palavras (6 Páginas) • 309 Visualizações
Comunicação não violenta e seus desdobramentos
A comunicação não violenta é uma pratica, um processo de entendimento mútuo que melhora a qualidade das nossas relações. Ela nos faz perceber o que esta além das palavras, enxergar as reais necessidades do outro, sem reagirmos ou tomarmos o discurso do outro sempre como pessoal.
Marshal, nos explica que por trás de todo comportamento ha uma necessidade. E por consequência disso, todo ato violento é expressão trágica dessa necessidade não atendida. Infelizmente na nossa forma de comunicação cotidiana predominante, não conseguimos enxergá-las, e respondemos reativamente as situações.
A CNV nos dá a consciência de que o que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa da dor dos nossos sentimentos. E que podemos escolher como receber o que os outros nos dizem e fazem.
Nos anos 60, Marshall Rosenberg desenvolveu esse processo de pesquisa, sobre essa abordagem de comunicacao que nos leva a nos entregar de coração, permitindo que nossa compreensão e nossa compaixão floresça.
O que é a COMPAIXÃO?
“A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza para com aqueles que sofrem. “
“sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, acompanhado do desejo de minorá-la; participação espiritual na infelicidade alheia que suscita um impulso altruísta de ternura para com o sofredor.”
Então, a compaixão é uma aspiração genuína de ver o outro livre de sofrimento. E não é totalmente óbvio que o que queremos para nosso filhos, familiar, amigos, é ve-los livre de sofrimento. Por que não conseguimos? Existem situações na vida que não podemos controlar, mas ao mesmo tempo nossa maior atividade todos os dias é a nossa comunicação. Como nos comunicamos é nossa escolha e responsabilidade. Principalmente nos dias de hoje, que, mesmo estando sozinhos estamos nos comunicando através do celular, mídias sociais, whatsapp….
Para conseguirmos viver nossas relações de forma menos violenta, Marshall desenvolveu um modelo de 4 componentes:
1 Observação : observamos o que esta acontecendo na situação sem fazer nenhum julgamento ou avaliação, observando o que está afetando o nosso bem estar
2 Sentimento : em seguida identificamos como nos sentimos em relação ao que estamos observando (alegre, triste, irritado, magoado)
3 Necessidade : reconhecemos nossa necessidade que está ligada a esse sentimento. “ Quando expressamos nossas necessidades temos mais chances de vê-las satisfeitas”
4 Pedido: peça o que deseja, de forma bem específica. Pedir por ações concretas que enriqueçam nossas vidas.
Precisamos também receber essas 4 informações do outro percebendo o que estão observando e sentindo, e quais são suas necessidades e do que estão precisando. É um fluxo de doação mutua, e a medida que mantivermos nossa atenção concentrada nessas áreas, ajudamos os outros a fazerem o mesmo.
Criamos assim um movimento contínuo dos dois lados, até a compaixão se manifestar naturalmente.
E o que faz com que nossa compaixão não floresça quando estamos nos comunicando com o modelo vigente de comunicação?
Certas formas de comunicação nos afastam do nosso estado compassivo natural, nos levando a violência e a miséria. Os Julgamentos moralizadores é uma delas.
Julgamentos moralizadores: quando as pessoas não agem conforme nossos valores classificamos como erradas ou más. “É preguiçoso!, É egoísta”! Precisamos estar atentos às culpas, insultos, rotulações, críticas, comparação, depreciação, são formas de julgamento.
“ Para além das ideias de certo ou errado existe um campo. Eu me encontrarei com você lá.” –Rumi
Negação da responsabilidade: não percebemos nossa auto responsabilidade quando nos comunicamos. Cada um de nós e responsável por seu próprio pensamento, sentimento e ações. “ tive de fazer isso” ou “há certas coisas que temos que fazer”
Exemplo: “Em outra ocasião, quando eu prestava consultoria a uma secretaria municipal de ensino, uma professora observou: "Detesto dar nota. Acho que elas não ajudam e ainda criam muita ansiedade nos alunos. Mas tenho de dar, é a política da secreta ria". Tínhamos acabado de praticar como introduzir na sala de aula um tipo de linguagem que aumentasse a consciência da responsabilidade pessoal. Sugeri que a professora substituísse a frase "Tenho de dar nota porque é a política da secretaria" por esta, completando-a: "Eu opto por dar nota porque desejo ... " Ela respondeu sem hesitação: "Eu opto por dar nota porque desejo manter o emprego". Apressou-se a acrescentar: "Mas não gosto de dizer dessa maneira. Faz que me sinta tão responsável pelo que faço ... " Respondi: "É exata- comportamentos, pensamentos e mente por isso que quero que sentimentos. você diga dessa maneira".
Não fazemos isso por maldade, ora , sendo assim seriamos naturalmente violentos? Desde pequenos aprendemos a nos comunicar de maneira impessoal e reativa, nos preocupando com o que é bom ou mal, certo ou errado, normal anormal, inteligente ou ignorante…Nossa atenção se concentra em analisar, classificarem determinar erros. E todos nós pagamos um preço emocional e concreto por isso. A beleza da visão de Marshall é justamente ter enxergado que existe uma compaixão natural em todos nós, e podemos desenvolve-la nos comunicando com mais afeto e consciência. Podemos ter dentro de nós uma natureza violenta mas um grande potencial não violento. E com a CNV podemos transcender essa violência para podermos ser melhor
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