A Contribuição para o cine psi - Eu não sou um homem Fácil

Tainá Cordeiro

Contribuição para o cine psi ‘’ Eu não sou um homem Fácil’’

Ao abordar a noção de falo, é interessante pensar sobre a origem desse termo na psicanálise. Lacan, ao fazer referência ao falo, pondera que "não foi sem razão que Freud extraiu-lhe a referência de simulacro que ele era para os antigos." (1998a [1958], p.359). Em seguida, Lacan (1999 [1957-58]) afirma que o falo, na antiguidade grega, não era idêntico ao órgão, seja em termos de acessório do corpo, prolongamento ou em seu estado de funcionamento - sendo seu uso mais predominante no sentido de simulacro, uma insígnia. Segundo este autor, isto nos coloca na pista do falo em seu papel preponderante como representante do desejo.

Lacan se concentra na função do falo como significante da falta e diferença sexual, o falo na teoria lacaniana não deve ser confundido com o órgão genital masculino, embora claramente carregue essas conotações, o falo é antes de tudo um significante e no sistema de Lacan um significante particularmente privilegiado. 

O filme trás a historia de um menino, que cresce e se transforma no clássico garanhão, que solta piadinhas desconfortáveis para as mulheres em todo o tempo, sem conseguir se apegar emocionalmente com nenhuma delas, bem sucedido na empresa, e admirado por todos com seu trabalho no qual desenvolve um aplicativo o pintometro, que mede o numero de mulheres que teve relação sexual por dia, o tipo de mulher, etc.

É importante deixar claro a função fálica, porque assim como a sexualidade e confundida como o ato sexual, o falo muitas das vezes e só atribuído ao pênis é importante destacar que o pênis é uma pequena parte da questão fálica, não necessariamente será só o pênis, um objeto fálico, o falo pode ser qualquer coisa que coloca o sujeito como superior aos outros ou reafirma sua posição de superioridade, o aplicativo criado por Damien o ‘’Pintometro’’ são indícios dessa função fálica atribuída ao pênis, como uma representação superior as mulheres o que consequentemente leva ao machismo uma figura de poder, a função fálica também poderia ser atribuída a posição dele na empresa, onde ele era superior as mulheres, como prova uma única mulher na sala de reunião no momento em que ele apresentava o aplicativo , não tinha voz , só concordava com tudo aquilo.

 

Referências:

Ana Costa e Flavia Bonfim, (Um percurso sobre o falo na psicanálise: primazia, querela, significante e objeto a*). Disponível em: